sábado, 12 de novembro de 2011

                                 
                                 - Capítulo nove -
                                  O clube dos duelos 


 Harry saiu da ala-hospitalar na manhã seguinte. Quando Yasmin tentou segui-lo foi impedida por Justino Finch-Fletchley, um aluno da Lufa-Lufa. Ele estava com um papel na mão.
- Oi, meu nome é Justino. - disse feliz - Trouxe um recado de Dumbledore para você. Bom, isso se você for Yasmin.
- Sim, eu sou Yasmin. - disse apressada - Como soube que era eu?
- Pela discrição de Dumbledore, - disse Justino - ele disse que eu teria  que procurar uma menina de cabelos  compridos e cacheados, com olhos castanhos e que fosse da Grifinória.
- Eu não sou a única assim. - disse Yasmin
- Dumbledore ainda disse que a menina tinha um brilho nos olhos que fazem as pessoas sorrirem. - disse Justino - E você é a única assim.
- Obrigada. - disse Yasmin feliz - Você é o único que já me disse isso.
- Talvez as pessoas se esqueçam de falar. - disse Justino
- Qual é o recado de Dumbledore? - disse Yasmin mudando de assunto. 
- Ah, sim. - disse Justino - Aqui está.
Yasmin pegou o papel da mão de Justino e disse:
- Tenho que ir agora.
- Ah, eu também. Até logo, Yasmin.
- Até logo, Justino. - disse Yasmin 
Justino saiu sorridente. Yasmin abriu o pedaço de pergaminho e leu:

" Yasmin, quero falar com você, venha até minha sala o mais rápido possível.
Dumbledore”

Yasmin fechou o papelzinho e subiu para seu dormitório e deixou-o em cima de sua mesa de cabeceira.
Saiu do quarto e foi para a sala de Dumbledore.
 - Entre! - disse Dumbledore
- Olá, professor. - disse Yasmin - O senhor queria falar comigo?
- Sim, - disse Dumbledore calmamente - sente-se.
Yasmin se sentou em uma cadeira na frente da mesa de Dumbledore.
- Você tem que tomar mais cuidado se não quiser que Harry descubra que você está seguindo ele. - disse Dumbledore
- Como assim professor? - perguntou Yasmin
- Eu sei que você estava na ala-hospitalar ontem a noite, - disse Dumbledore - invisível.
- Como o senhor sabe... - Um pensamento veio a cabeça de Yasmin - O senhor leu o livro de feitiços de meus pais.
- Mas é claro. - confirmou Dumbledore - Que bruxo eu seria se tivesse entregado a você uma coisa que eu nem mesmo sei o que é.
- O senhor tentou algum dos feitiços? - perguntou Yasmin
- Todos. - disse Dumbledore - Mas nenhum funcionou, eles só funcionam com pessoas da família que os inventou.
- Eles eram bons? - disse Yasmin - Meus pais?
- Umas das melhores pessoas que já conheci. - disse Yasmin - Você se parece muito com eles. Principalmente com sua mãe.
- Como ela era? - perguntou Yasmin
- Gentil e também muito inteligente. - disse Dumbledore sorrindo - Você tem o mesmo brilho nos olhos que ela.
- O senhor nunca tinha dito que eu tinha um brilho nos olhos. - disse Yasmin - Justino disse que só conseguiu saber que era eu quem ele estava procurando, por causa do brilho nos olhos. Por que o senhor disse isso para ele?
- Por que eu sabia que com essa dica seria mais fácil para ele descobrir quem de fato era Yasmin. - disse Dumbledore
- Os meus olhos fazem mesmo as pessoas sorrirem, professor? - perguntou Yasmin
- Sim, talvez seja por isso que Draco e Neville ficam tão felizes ao seu lado, Yasmin. - disse Dumbledore
- Senhor, falando no Neville, acho que agora não vou mais poder falar com ele. - disse Yasmin triste
- Por que acha isso Yasmin?
- Por que eu só vejo ele quando ele se machuca, - disse Yasmin - e acho que ele não vai mais se machucar.
- Mas você pode se tornar amiga dele. - disse Dumbledore - E acho que vocês dois ainda vão se ver muitas vezes.
- O que o senhor quer dizer com isso? - perguntou Yasmin confusa
- Na hora certa você verá Yasmin. - disse Dumbledore - Agora me fale, você tem visto Draco?
- A última vez que vi ele foi quando ele tentou me ensinar quadribol com a vassoura de Crabbe, mas Crabbe interrompeu a aula pedindo a vassoura de volta.
- Por isso Crabbe estava tão bravo esses dias. - disse Dumbledore
- Acho que sim. - disse Yasmin
- Eu quero que você fale com Draco, Yasmin. - disse Dumbledore
- Por que, senhor? - perguntou Yasmin
- Como você deve ter ouvido ontem, a Câmara Secreta foi realmente aberta. - disse Dumbledore - E eu tenho a impressão de que Draco sabe alguma coisa.
- Eu vou falar com ele hoje mesmo, senhor. - disse Yasmin
- Ótimo. - disse Dumbledore
- Professor, o senhor sabe onde fica a Câmara Secreta? - perguntou Yasmin
- Não, - disse Dumbledore - mas gostaria muito de saber.
- Senhor, eu posso tentar descobrir onde é? - perguntou Yasmin
- Contanto que não entre nela. - disse Dumbledore
- Não vou entrar senhor. - disse Yasmin - Mas se alguém, por acaso, sair de la vivo, eu posso entrar em seguida?
- Você poderá entrar, se levar sua varinha com você. - disse Dumbledore
- Eu levarei! - disse Yasmin - Agora eu tenho que ir senhor, tenho muita coisa para fazer.
- Tudo bem, pode ir Yasmin. - disse Dumbledore
Yasmin saiu da sala de Dumbledore e foi em direção a cozinha.
Muitos elfos domésticos tentaram fazer Yasmin comer alguma coisa.
- Não obrigado, mas eu vou querer depois. Podem levar no meu quarto? - disse Yasmin
Os elfos foram logo arrumar muitas coisas para levar ao quarto de Yasmin.
- Eu quero falar com a Skirpt. - disse Yasmin
E do meio da multidão de elfos saiu Skirpt com seu vestidinho azul.
- Sim, senhorita Yasmin? - disse Skirpt alegre
- Skirpt eu queria saber uma coisa. - disse Yasmin - Por que você não usa a mesma roupa que os outros elfos?
- Skirpt é uma elfo livre, senhorita Yasmin. - disse Skirpt
- Como assim? - perguntou Yasmin
- Skirpt fez um acordo com seus pais, senhorita Yasmin. - disse Skirpt - Seus pais prometeram me deixar livre, trabalhando em Hogwarts quando Skirpt quisesse, e quando você fosse para Hogwarts, Skirpt iria até sua casa buscá-la e depois voltaria a Hogwarts. E Skirpt tem que cuidar de você.
- Não precisa Skirpt. - disse Yasmin
- Skirpt quer, senhorita Yasmin. Skirpt cuida de você por que gosta. - disse Skirpt.
- Se é assim, acho que devemos então deixar as coisas como estão. - disse Yasmin - Era só isso que eu queria dizer.
- Então até logo, senhorita Yasmin - disse Skirpt
- Ah, ainda vamos nos ver bastante nas férias de Natal. - disse Yasmin
E dizendo isso Yasmin saiu.
Foi em direção a seu próximo destino. Foi para a masmorra da Sonserina.
- Continuem o que estavam fazendo. - disse Yasmin assim que entrou - Não liguem para mim.
Draco imediatamente saiu do meio da multidão de alunos e disse:
- Você veio falar comigo, - disse Draco - não foi?
- Sim! - disse Yasmin - Preciso falar com você em particular.
- Claro, - disse Draco - Crabbe e Goyle, podem sair!
Yasmin e Draco sentaram-se em uma mesa num canto da sala.
- Draco, você sabe alguma coisa sobre a Câmara Secreta? - perguntou Yasmin
- Não, - disse Draco mais do que depressa - mas meu pai deve saber de alguma coisa. Se quiser eu mando uma carta para ele perguntando.
- Isso ajudaria muito! - disse Yasmin - Será que ele vai responder?
- Ele reponde tudo para mim. - disse Draco feliz - Agora, vamos falar sobre um assunto mais interessante.
- Qual? - perguntou Yasmin
- As aulas de quadribol, é claro. - disse Draco
- Ah, eu quase tinha esquecido. - disse Yasmin - Mas o que tem as aulas de quadribol?
- Nós não vamos continuar? - perguntou Draco
- Se nós tivermos tempo. - disse Yasmin
- Que tal na próxima semana? - perguntou Draco
- Claro, se eu tiver tempo. - disse Yasmin
- Como assim se você tiver tempo? - perguntou Draco confuso
- Eu não estou tendo muito tempo livre ultimamente. - disse Yasmin
- Se você não tiver tempo, nós podemos remarcar. - disse Draco
- Tudo bem. - disse Yasmin - Agora eu tenho que ir, tenho muita coisa para fazer.
- Tudo bem, - disse Draco - então nos vemos na próxima semana.
- Até la então. - disse Yasmin

Na segunda semana de dezembro a Profª McGonagall veio, como sempre fazia, anotar os nomes dos alunos que continuariam na escola durante as festas de Natal. Harry, Rony e Hermione assinaram a lista. Yasmin também assinou a lista, pois não teria onde ficar e Skirpt teria que ficar em Hogwarts para ajudar os outros elfos domésticos.
Yasmin ouviu Harry, Rony e Hermione conversando antes de uma aula dupla de Poções.
 - Acho que é melhor eu fazer o roubo propriamente dito - disse Hermione num tom trivial. - Vocês dois vão ser expulsos caso se metam em mais uma encrenca, mas eu tenho a ficha limpa. Então só o que têm a fazer é causar bastante confusão para distrair Snape por uns cinco minutos.
Harry deu um leve sorriso. Provocar confusão na aula de Snape era quase tão seguro quanto espetar o olho de um dragão adormecido.
A aula de Poções era dada em uma das masmorras maiores. A de quinta-feira à tarde transcorreu como sempre. Vinte caldeirões fumegavam entre as carteiras de madeira, sobre as quais havia balanças e frascos de ingredientes. Snape andava por entre os vapores, fazendo comentários mordazes sobre o trabalho dos alunos da Grifinória (menos para Yasmin), enquanto os da Sonserina davam risadinhas de aprovação. Draco, que era o aluno favorito de Snape (depois de Yasmin, é claro), não parava de mostrar olhos de peixe baiacu para Rony e Harry, que se revidassem receberiam uma detenção mais rápido do que conseguiram dizer "injustiça".
A Solução para Fazer Inchar que Harry preparou ficou muito rala, mas ele tinha coisas mais importantes em que pensar. Estava à espera do sinal de Hermione, e mal ouviu quando Snape parou para caçoar do ponto de sua poção. Quando Snape deu as costas para implicar com Neville, Hermione olhou para Harry e fez um aceno com a cabeça.
Harry se abaixou depressa por trás do próprio caldeirão, tirou do bolso um dos fogos Filibusteiro de Fred e deu-lhe um leve toque com a varinha. O fogo começou a borbulhar e a queimar. Sabendo que só dispunha de segundos, Harry se levantou, mirou e atirou o fogo no ar; ele caiu dentro do caldeirão de Goyle.
A poção de Goyle explodiu, chovendo sobre a mesa inteira. Os alunos gritaram quando os borrifos da Solução para Fazer Inchar caiu neles. Draco ficou com a cara coberta de poção e seu nariz começou a inchar como um balão; Goyle saiu esbarrando nas coisas, as mãos cobrindo os olhos, que tinham inchado até atingir o tamanho de um prato - Snape tentava restaurar a calma e descobrir o que estava acontecendo. Na confusão, Hermione entrou discretamente na sala do professor.
- Silêncio! SILÊNCIO! - rugiu Snape. - Os que receberam borrifos, venham aqui tomar uma Poção para Fazer Desinchar, quando eu descobrir quem fez isso...
Harry procurou não rir ao ver Draco correr para a frente da sala, a cabeça pendurada por causa do peso de um nariz do tamanho de um melão. Enquanto metade da classe se arrastava até a mesa de Snape, alguns sobrecarregados com braços grossos como bastões, outros com os lábios tão inchados que não conseguiram falar, Hermione tornou a entrar, sorrateiramente, na masmorra, com a frente das vestes estufada.
Depois que todos tornaram uma dose do antídoto e seus inchaços mucharam, Snape foi até o caldeirão de Goyle e pescou os restos retorcidos e negros do fogo de artifício. Fez-se um silêncio repentino.
- Se eu um dia descobrir quem jogou isso - sussurrou  Snape - vou garantir que esse aluno seja expulso.
Harry tomou o cuidado de fazer cara de espanto. Snape olhava diretamente para ele, e a sineta que tocou dez minutos depois não poderia ter sido mais bem-vinda.
Harry, Rony e Hermione saíram correndo da sala e Yasmin não conseguiu segui-los. Teve que se contentar com Snape, que chamou-a e disse:
- Você sabe quem fez isso, Yasmin? 
- Não, senhor. - disse Yasmin mais do que rapidamente.
- Você não precisa me chamar de senhor. - disse Snape 
- Mas eu falo assim com todos os professores. - disse Yasmin
- Mas eu também sou seu tio. - disse Snape - Só precisa me chamar de senhor nas aulas.
- Tudo bem, - disse Yasmin - então posso fazer uma pergunta para o meu professor?
- Claro. - disse Snape
- Eu sou uma boa aluna? - perguntou Yasmin
- A melhor aluna que já tive! - disse Snape sorrindo
- E então, porque você implica tanto com os outros alunos da Grifinória? - perguntou Yasmin.
- Eu não implico com os alunos da Grifinória, eles só não são tão bons alunos quanto os outros. - disse Snape
- Com "outros" você quis dizer os alunos da Sonserina? - perguntou Yasmin
- Sim, - disse Snape - eles e você.
- Quer dizer que sou privilegiada por ser sua sobrinha? - perguntou Yasmin
- Não por isso, mas por ser a minha melhor aluna. - disse Snape - Agora, mudando de assunto, Draco me disse que você sabe falar com uma grande variedade de animais. Isso é verdade?
- Sim, - disse Yasmin, confusa pois não sabia o que isso tinha a ver com poções. - falo com alguns animais.
- Quais? - perguntou Snape
- Que eu saiba cachorros, gatos, sapos, e recentemente descobri que sei falar com dragões. - disse Yasmin
- Uma grande variedade. - disse Snape
- Não acho. - disse Yasmin - Bem, agora eu tenho que ir. Tchau, Snape.
- Até logo, Yasmin. - disse Snape

Uma semana mais tarde, Yasmin viu um aglomerado de alunos em volta do quadro de avisos.
- O que está acontecendo? - perguntou Yasmin a Justino que tinha acabado de ler o quadro de avisos.
- Vão abrir um Clube dos Duelos! - disse Justino alegre.
- Por que você esta tão feliz? - disse Yasmin confusa - Não vejo o que um bando de bruxos saindo machucados de um duelo inútil tem de legal.
- Não é por isso que estou feliz. - disse Justino - É por causa dos seus olhos.
- Não sabia que o efeito era tão rápido assim. - disse Yasmin
- Você acha mesmo a idéia de um Clube dos Duelos idiota? - perguntou Justino
- Não gosto de duelos, - disse Yasmin - principalmente pelo fato da maioria das pessoas saírem machucadas de duelos.
- Então você não vai participar? - perguntou Justino, ainda sorrindo.
- Eu não disse que não iria participar. - disse Yasmin - Só disse que não aprovo.
- Então te vejo la. - disse Justino
- Quando é a primeira reunião? - perguntou Yasmin
- Hoje a noite. - disse Justino
- Até la então. - disse Yasmin

As oito horas, Yasmin voltou para o Salão Principal as pressas depois do jantar . As longas mesas de jantar tinham desaparecido e surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por milhares de velas  que flutuavam no alto. O teto voltara a ser um veludo negro, e a maior parte da escola parecia estar reunida sob ele, as varinhas na mão e as caras animadas.
Alguns segundos depois Gilderoy Lockhart entrou no palco, resplandecente em suas vestes ameixa-escuras, acompanhado por ninguém mais do que Snape, em sua roupa preta habitual.
- Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente!
"O Prof. Dumbledore me deu permissão para começar um pequeno clube de duelos, para treiná-los, caso um dia precisem se defender, como eu próprio já precisei fazer em inúmeras ocasiões, quem quiser conhecer os detalhes, leia os livros que publiquei.
"Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, Prof. Snape", disse Lockhart, dando um largo sorriso. "Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e desportivamente concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos. Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo!"
"Convencido!" pensou Yasmin.
O lábio superior de Snape crispou-se. Lockhart continuava a sorrir.
Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto Snape curvou a cabeça, irritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se empunhassem espadas.
- Como vocês vêem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate normalmente adotada - disse Lockhart, aos alunos em silêncio. - Quando contarmos três, lançaremos os primeiros feitiços. Nenhum de nós está pretendendo matar, é claro.
- Eu não teria certeza disso - murmurou Harry, observando Snape arreganhar os dentes.
- Um... dois... três...
- Expelliarmus! - Viram um lampejo vermelho ofuscante e Lockhart foi lançado para o alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede, foi escorregando e acabou estatelado no chão.
Draco e outros alunos da Sonserina deram vivas. Hermione dançava nas pontas dos dedos para ver melhor.
- Vocês acham que ele está bem? - guinchou tampando a boca com a mão.
- Quem se importa? - responderam Harry e Rony juntos.
Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam em pé.
- Muito bem! - disse, cambaleando de volta ao palco. - Isto foi um Feitiço de Desarmamento, como viram, perdi minha varinha, ah, muito obrigado, Srta. Brown... sim, foi uma excelente demonstração, Prof. Snape, mas se não se importa que eu diga, ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer. Se eu tivesse querido detê-lo teria sido muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver...
Snape tinha uma expressão assassina no rosto. Lockhart possivelmente notou porque acrescentou:
- Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Prof. Snape, se quiser me ajudar...
Os dois caminharam entre os alunos, formando os pares. Lockhart juntou Neville com Justino, mas Snape chegou até Harry e Rony primeiro.
- Acho que está na hora de separar a equipe dos sonhos - caçou. - Weasley você luta com Finnigan. Potter...
Harry virou-se automaticamente para Hermione.
- Acho que não - disse Snape, sorrindo estranhamente. - Sr. Malfoy, venha cá. Vamos ver o que o senhor faz com o famoso Potter. E a senhorita, pode fazer par com a Srta. Bulstrode.
Ao dizer isso, Snape virou-se para Yasmin e disse:
- Acho que não sobrou ninguém para você.
- Tudo bem. - disse Yasmin, aliviada. - Posso ficar olhando os outros lutarem?
- Claro. - disse Snape
Yasmin ficou do lado de Justino e Neville, pois sabia que os dois podiam se machucar a qualquer momento. Justino e Neville sorriram para Yasmin que retribuiu.
- De frente para os seus parceiros! - mandou Lockhart, de volta ao tabledo. - E façam uma reverência!
Harry e Draco mal inclinaram as cabeças, Neville e Justino quase bateram a cabeça uma na outra.
- Preparar as varinha! - gritou Lockhart. - Quando eu contar três, lancem seus feitiços para desarmar os oponentes, apenas para desarmá-los, não queremos acidentes, um... dois... três...
Harry ergueu a varinha bem alto, mas Draco começara no "dois": seu feitiço atingiu Harry com tanta força que parecia que ele levara uma frigideirada na cabeça. Ele cambaleou, mas tudo parecia estar em ordem, e, sem perder mais tempo, Harry apontou a varinha direto para Draco e gritou.
- Rictusempra! 
Um jorro de luz prateada atingiu Draco no estômago e ele se dobrou, com dificuldade de respirar.
- Eu disse desarmar apenas! - gritou Lockhart assustado por cima das cabeças dos combatentes, quando Draco caiu de joelhos; Harry o golpeara com o Feitiço das Cócegas, e ele mal conseguia se mexer de tanto rir. Harry recuou, com a vaga impressão de que seria pouco esportivo enfeitiçar Draco ainda no chão, mais isso foi um erro; tomando fôlego, Draco apontou a varinha para os joelhos de Harry, e disse engasgado: "Tarantallegra!", e no segundo seguinte as pernas de Harry começaram a sacudir descontroladas numa espécie de marcha rápida.
- Parem! Parem! - berrou Lockhart, mas Snape assumiu o controle.
- Finite Incantatem! - gritou ele; os pés de Harry pararam de dançar. Draco parou de rir e eles puderam erguer a cabeça.
Uma névoa de fumaça verde pairava sobre a cena. Neville e Justino (que Yasmin só tinha percebido agora) estavam caídos no chão, ofegantes; Rony estava segurando um Simas branco feito papel, pedindo desculpas pelo que sua varinha quebrada pudesse ter feito; mas Hermione e Emília Bulstrode ainda lutavam; Emília dera uma chave de cabeça em Hermione, que choramingava de dor; as varinhas das duas jaziam esquecidas no chão. Harry deu um salto à frente e fez Emília soltar Hermione. Foi difícil: a garota era muito maior do que ele.
Ai, ai-ai, ai-ai - exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o resultado das lutas. - Levante, Macmillan... Cuidado, Miss Fawcett... Aperte com força, vai parar de sangrar em um segundo, Boot...
"Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis", disse Lockhart, parando no meio do salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros brilhavam, e desviou rápido o seu olhar. " Vamos arranjar um par voluntário, Longbottom e Finch-Fletchley, que tal vocês..."
- Uma má idéia, Prof. Lockhart - disse Snape, deslizando até ele como um enorme morcego malévolo. - Longbottom causa devastação até com o feitiço mais simples. Vamos ter que mandar o que sobrar de Finch-Fletchley para a ala hospitalar em uma caixa de fósforos. - O rosto redondo e rosado de Neville ficou ainda mais rosado. - Que tal Malfoy e Potter? - sugeriu Snape com um sorriso enviesado.
- Ótima idéia! - disse Lockhart, fazendo um gesto para Harry e Draco irem para o meio do salão em quanto os demais alunos se afastavam para lhes dar espaço.
- Agora, Harry - disse Lockhart. - Quando Graco apontar a varinha para você, você faz isto.
Ele ergueu a própria varinha, tentou um complicado floreiro e deixou-a cair. Snape abriu um sorriso quando Lockhart a apanhou depressa, dizendo:
- Epa, minha varinha está um tanto excitada demais...
Snape aproximou-se de Draco, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto riu também. Harry ergueu os olhos, nervoso,para Lockhart e disse:
- Professor, podia me mostrar outra vez como se bloqueia?
- Apavorado? - murmurou Draco, falando baixo para Lockhart não poder ouvi-lo.
- Querias! - respondeu Harry pelo canto da boca.
Lockhart deu uma palmada bem-humorada no ombro de Harry.
- Faça exatamente como fiz, Harry!
- O quê, deixar cair a varinha?
Mas Lockhart não estava mais escutando.
- Três... dois... um... agora! - gritou ele.
Draco ergueu a varinha depressa e berrou:
- Serpensortia! 
A ponta de sua varinha explodiu. Harry observou, perplexo, uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre os dois e se ergueu, pronta para atacar. Os alunos gritaram recuando rapidamente, abrindo espaço.
- Não se mexa, Potter - disse Snape tranquilamente, sentindo visível prazer de ver Harry parado imóvel, cara a cara com a cobra irritada. - Vou dar um fim nela...
- Permita-me! - gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto para Justino e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o bote.
Harry andou para perto da cobra. Abriu a boca e um som estranho, parecido com o de uma cobra saiu dos seus lábios. Logo em seguida, a cobra desabou no chão, dócil como uma mangueira grossa e preta de jardim, seus olhos agora em Harry. 
Harry olhou para Justino, sorrindo, esperando o colega parecer aliviado, intrigado ou até grato - mas certamente não zangado nem apavorado.
- De que é que você acha que está brincando? - gritou, e antes que Harry pudesse responder alguma coisa, Justino  virou-lhe as costas e saiu do salão enfurecido.
Snape se adiantou, acenou a varinha e a cobra desapareceu com uma pequena baforada de fumaça preta. Cochichos percorriam o salão. Os alunos estavam intrigados com o que acontecera. Mas Yasmin sabia que Harry tinha falado com a cobra, pedindo que não atacasse Justino. Pelo menos era isso que parecia ter acontecido. Percebeu também que Harry era um ofidioglota.
Rony rapidamente tirou Harry do salão.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

                                     - Capitulo oito -
                            O primeiro aluno é petrificado


Madame Promfey não ficou nada satisfeita.
- Você deveria ter vindo me procurar diretamente! - dizia furiosa, erguendo a lamantável sobra do que fora, maia hora antes, um braço útil. - Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...
- A senhora vai conseguir, não é? - perguntou Harry desesperado.
- Claro que vou, mas vai ser doloroso - disse Madame Pomfrey sombriamente, atirando um pijama para Harry. - Você vai ter que passar a noite...
Hermione e Yasmin (invisivel é claro) esparavam do outro lado da cortina que fora fechada em torno da cama de Harry, enquanto Rony o ajudava a vestir o pijama. Levou algum tempo para enfiar na manga o braço mole e sem ossos.
- Como é que você consegue defender o Lockhart agora, Hermione, hein? - Rony perguntou através da cortina enquanto puxava os dedos inertes de Harry pelo punho da manga. - Se Harry quisesse ser desossado ele teria pedido.
- Qualquer um pode se enganar - respondeu Hermione - E não está doendo mais, está Harry?
- Não - disse Harry, entrando na cama. - Mas também não faz mais nada.
Quando ele se deitou, o braço balançou molemente.
Hermione e Madame Pomfrey deram a volta à cortina. Madame Pomfrey vinha segurando um garrafão de alguma coisa rotulada Esquelesce.
- Você vai enfrentar uma noite difícil - disse, servindo um copo grande de boca larga e fumegante e entregando-o a Harry. - Fazer ossos crecerem de novo é uma coisa complicada.
O líquido pareceu ser orrivel. Harry tossiu e gospiu o líquido com uma careta. Ainda lamentando os esportes perigosos e os professores ineptos, Madame Pomfrey se retirou, deixando Rony e Hermione ajudarem Harry a engolir um pouco de água.
- Mas ganhamos - disse Rony, um grande sorriso se abrindo no rosto. - Foi uma captura e tanto a que você fez. A cara do Malfoy... ele parecia que ia matar alguém...
- Eu queria saber como foi que ele alterou aquele balaço - disse Hermione sombriamente.
- Podemos acrescentar mais esta à lista de perguntas que vamos fazer a ele quando tomarmos a Poção Polissuco - disse Harry deixando-se afundar nos travesseiros. - Espero que tenha um gosto melhor do que esta coisa...
A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Harry.
- Incrível aquele vôo, Harry - disse Jorge. - Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz.
Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Harry e davam inicio ao que prometia ser uma festança, quando Madame Promfrey apareceu como um tufão, gritando:
- Esse menino precissa de descanso, precisa fazer crescer trinta e três ossos! Fora! FORA!
E todos sairam, todos menos Yasmin que continuou invisivel e sentou-se na cama ao lado da de Harry, decidida a ficar ali até que Harry melhora-se.

Yasmin ficou a noite inteira acordada, com medo que Harry sai-se e se machuca-se novamente.
Harry acordou no meio da noite um tanto confuso. Yasmin percebeu que alguém estava passando uma esponja na testa de Harry.
- Fora daqui! - gritou Harry alto e em seguida - Dobby!
Um elfo domestico usando o que parecia ser uma fronha estava em cima da cama de Harry. Uma lágrima solitária escorria pelo seu nariz longo e fino.
- Harry Potter voltou para a escola - murmurou ele infeliz. - Dobby avisou e tornou a avisar Harry Potter. Ah, meu senhor, por que não prestou atenção en Dobby? Por que Harry Potter não voltou para casa quando perdeu o trem?
Harry se ergueu, poiando-se nos travesseiros e empurrou para longe a esponja de Dobby.
- Que é que você está fazendo aqui? - perguntou. - E como sabe que perdi o trem?
O lábio de Dobby tremeu, e Harry foi assaltado por uma repentina suspeita.
- Foi você! - disse lentamente. - Você impediu a barreira de nos deixar passar!
- Com certeza, meu senhor - Dobby confirmou vigorosamente com a cabeça, as orelhas abanando. - Dobby se escondeu e esperou Harry Potter e selou o portão, e Dobby teve que passar as mãos ao ferro depois - mostrou a Harry os dez dedos compridos enfaixados -, mas Dobby não se importou, meu senhor, por que pensou que Harry Potter estava seguro, e Dobby nunca sonhou que Harry Potter fosse chegar à escola por outro meio!
O elfo se balançava para frente e para trás, sacudindo a cabeça.
- Dobby ficou tão chocado quando soube que Harry Potter tinha voltado a Hogwarts que deixou o jantar de seu dono queimar! Dobby nunca foi tão açoitado, meu senhor...
Harry afundou de volta nos travesseiros.
- Você quase fez com que Rony e eu fôssemos expulsos - disse furioso. - É melhor desaparecer antes que os meus ossos voltem, Dobby, ou eu ainda estrangulo você.
Dobby deu um leve sorriso.
- Dobby está acostumado com ameaças de morte, meu senhor. Em casa, Dobby as recebe cinco vezes por dia.
O elfo assoou o nariz numa ponta da fronha imunda que usava.
- Por que você usa isso Dobby? - perguntou Harry curioso.
- Isso, meu senhor? - disse Dobby, puxando a fronha. - Isto é a marca de escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Dobby só pode ser libertado se seus donos o presentearem com roupas, meu senhor. A família toma cuidado para não passar a Dobbynem mesmo uma meia, meu senhor, se não ele fica livre para deixar a casa para sempre.
Dobby enxugou os olhos saltados e disse de repente:
- Harry Potter precisa ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...
- O seu balaço? - disse Harry. - Que é que você quer dizer com seu balaço? Você fez aquele balaço tentar me matar?
- Não matar, meu senhor, nunca mata-lo! - disse Dobby, chocado. - Dobby quer salvar a vida de Harry Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que Harry Potter se machucasse o bastante para ser mandado para casa!
- Só isso? - exclamou Harry furioso. - Suponho que você  não vai me contar por que queria me mandar para casa aos pedaços?
- Ah, se ao menos Harry Potter soubesse! - gemeu Dobby, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. - Se ele soubesse o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nós escória do mundo mágico! Dobby se lembra de como era quando Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meu senhor! Nós elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meu senhor! - admitiu, enxugando o rosto na fronha. - Mas em geral, meu senhor, a vida melhorou para gente como eu desde queo senhor venceu Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lord das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terriveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...
Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Harry sobre a mesa-se-cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando: "Dobby ruim, Dobby muito ruim..."
- Então há uma Câmara Secreta! - sussurou Harry. - E... você está me dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby?
Ele agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água. - Mas eu não nasci trouxa, como posso estar ameaçado pela Câmara?
- Ah, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby - gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. - Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas Harry Potter não deve estar aqui quando aontecerem, vá para casa, Harry Potter, vá para casa. Harry Potter não deve se meter nisso, meu senhor, é perigoso demais...
- Quem é, Dobby? - perguntou Harry, mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água. - Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez?
- Dobby não pode, meu senhor, Dobby naõ pode, Dobby não deve falar! - guinchou o elfo. - Vá para casa, Harry Potter, vá para casa!
- Eu não vou a lugar nenhum! - respondeu Harry com ferocidade. - Uma das minhas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...
- Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! - gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. - Tão nobre! Tão valente! Mas ele precisa se salvar, deve, Harry Potter, não deve...
Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Havia ruído de passos no corredor.
- Dobby tem que ir! - suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Harry subitamente não estava segurando mais nada. Ele tornou a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.
No momento seguinte, Dumbledore entrou de costas no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estatua. A Prof. McGonagall apareceu um segundo depois, carregando os pés. Juntos, eles depositaram a carga sobre a cama.
Era Collin, ele estava aparentemente petrificado.
- Chame Madame Pomfrey - sussurrou Dumbledore, e a Profª McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry. Harry ficou deitado muito quieto fingindo que dormia. A Profª McGonagall reapareceu, seguida de perto por Madame Pomfrey, que vestia um casaquinho por cima da camisola.
- Que aconteceu? - cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estatua de Colin na cama.
- Mais um ataque - respondeu Dumbledore. - Minerva encontrou-o na escada.
- Havia um cacho de uvas ao lado dele - disse a professora. - Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar Potter.
Ao ouvir isso, Harry se ergueu alguns centímetros para poder ver a estatua na cama.
- Petrificado? - sussurrou Madame Pomfrey.
- Está - respondeu a Profª McGonagall. - Mas estremeço de pensar... Se Alvo não estivesse descendo para tomar um chocolate quente... quem sabe o que poderia...
Os três contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.
- Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? - perguntou a professora, ansiosa.
Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.
- Meu Deus! - exclamou Madame Pomfrey.
Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Yasmin sentiu o cheiro acre do plástico queimado.
- Derretidas - disse Madame Pomfrey pensativa. - Todas derretidas...
- O que significa isto, Alvo? - perguntou pressurosa a Profª McGonagall.
- Significa que de fato a Câmara Secreta foi aberta.
Madame Promfrey levou a mão à boca. McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore.
- Mas, Alvo... com certeza... quem?
- A pergunta não é quem - disse Dumbledore, com os olhos postos em Colin. - A pergunta é, como...

sábado, 10 de setembro de 2011

 - Capitulo sete -
O balaço errante

Desde o desastroso episódio com os diabretes, o Prof. Lockhart não trouxera mais seres vivos para a aula. Em vez disso, lia trechos dos seus livros para os alunos, e, por vezes, dramatizava algumas passagens mais pitorescas. Em geral ele escolhia Harry para ajudá-lo nessas dramatizações; até aquele momento o garoto fora obrigado a representar um camponês simplório da Transilvânia, de quem Lockhart curara um feitiço de gagueira, iéti com um resfriado na cabeça e um vampiro que se tornara incapaz de comer outra coisa a não ser alface, depois que Lockhart dera um jeito nele.
Harry foi chamado à frente da classe na aula seguinte de Defesa contra as Artes das Trevas, desta vez para representar um lobisomem.
- Um belo uivo, Harry, exato, e então, queiram acreditar, eu saltei sobre ele, assim, joguei-o contra a porta, assim, consegui contê-lo com uma das mãos, com a outra apontei a varinha para o pescoço dele, e então reuni toda a força que me restava e lancei o Feitiço Homorfo, muitíssimo complicado, e ele soltou um gemido de dar pena... vamos, Harry, mais alto, bom, o pêlo dele desapareceu, as presas encurtaram, e ele voltou a virar homem. Simples, mas eficiente, e mais uma aldeia que se lembrará de mim para sempre como o herói que os salvou do terror mensal dos ataques de lobisomem.
A sineta tocou e Lockhart ficou em pé.
- Dever de casa... compor um poema sobre a minha vitória sobre o lobisomem de Wagga Wagga! Exemplares autografados de O meu eu mágico para o autor do melhor trabalho!
Os alunos começaram a sair. Yasmin viu Harry, Rony e Hermione no fundo da sala. Passou por eles e ouviu Hermione dizer:
- Espere até todos saírem - pediu Hermione nervosa. - Certo...
Yasmin fingiu que saiu da sala e ficou invisível. Seguiu os três até a mesa de Lockhart.
- Ah... Prof. Lockhart? - gaguejou Hermione. - Eu queria... retirar este livro da biblioteca. Só para ter uma idéia geral do assunto. - Ela estendeu o papelzinho, a mão ligeiramente trêmula. - Mas o problema é que ele é guardado na Seção Reservada da biblioteca, então preciso que um professor autorize, tenho certeza de que o livro me ajudaria a entender o que o senhor diz em Como se divertir com vampiros sobre os venenos de ação retardada...
- Ah, Como se divertir com vampiros! - exclamou Lockhart apanhando o papelzinho de Hermione e lhe dando um grande sorriso. - Possivelmente é o livro de que mais gosto. Você gostou?
- Gostei - disse Hermione depressa. - Muito esperto o modo com que o senhor apanhou aquele último, com o coador de chá...
- Bem tenho certeza de que ninguém vai se importar que eu dê a melhor aluna do ano uma ajudinha extra - disse Lockhart calorosamente, e puxou uma enorme pena de pavão. - Bonita, não é? - disse ele, interpretando mal a expressão de indignação no rosto de Rony. - Em geral eu a uso para autografar livros.
Ele rabiscou uma enorme assinatura cheia de floreios no papel e devolveu-o a Hermione.
- Então Harry - disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com os dedos nervosos e o guardava na mochila. - Creio que amanhã é a primeira partida de quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador. Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradição das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessoal, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes...
Harry fez um barulhinho discreto na garganta saiu correndo atrás de Rony e Hermione.
Yasmin saiu correndo atrás dele, mas só conseguiu encontrá-lo na biblioteca, já falando com Madame Pince. Madame Pince desapareceu silenciosamente entre as estantes altas e voltou vários minutos depois trazendo um livro grande de aparência mofada. Hermione guardou-o cuidadosamente na mochila e os três foram embora, procurando não andar demasiado rápido nem parecer muito culpados.
Foram até o segundo andar, e entraram no banheiro de Murta. Murta chorava alto no seu box, mas eles não lhe prestavam atenção nem a fantasma aos garotos.
Hermione abriu um livro chamado Poções muy potentes, e os três debruçaram sobre as páginas manchadas de umidade. Era claro, ao primeiro olhar, a razão por que o livro pertencia à Seção Reservada. Algumas das poções produzia, efeitos medonhos demais só de se imaginar, e havia algumas ilustrações muito impressionantes, que incluíam um homem que parecia ter virado do avesso e uma bruxa com vários pares de braço que saíam da cabeça.
- Aqui - exclamou, excitada, ao encontrar a página intitulada A poção Polissuco. Estava decorada com desenhos de pessoas a meio caminho de se transformarem em outras.
- Esta é a poção mais complicada que já vi - disse Hermione quando examinavam a receita. - Hemeróbios, sanguessugas, descurainia e sanguinária - murmurou ela, correndo o dedo pela lista de ingredientes. - Bem, esses são bem fáceis, estão no armário dos alunos, podemos tirar o que precisarmos... Ih, olhem só isso, pó de chifre de bicórnio, não sei onde vamos arranjar isso... pele de ararambóia picada, essa vai ser uma fria também... e, é claro, um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar.
- Dá para repetir isso? - pediu Rony ríspido. - Que é que você quer dizer com um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar? Não vou tomar nada que tenha unhas do pé de Crabbe dentro...
Hermione continuou como se não tivesse ouvido o amigo.
- Ainda não temos que nos preocupar com isso, porque os pedacinhos só entram no fim...
Rony virou-se, sem falar, para Harry, que tinha outra preocupação.
- Você percebe quanta coisa vamos ter que roubar, Hermione? Pele de ararambóia picada, decididamente não está no armário dos alunos. Que vamos fazer, assaltar o estoque particular de Snape? Não sei se é uma boa idéia...
Hermione fechou o livro com força.
- Bem, se vocês dois vão amarelar, ótimo - Seu rosto se malhara de vermelho vivo e os olhos cintilavam mais do que o normal. - Eu não quero desrespeitar o regulamento, vocês sabem muito bem. Acho ameaçar gente que nasceu trouxa é muito mais sério do que preparar uma poção difícil. Mas se vocês não querem descobrir se é o Draco, eu vou direto à Madame Pince agora mesmo e devolvo o livro, e...
- Eu nunca pensei que veria o dia em que você nos convenceria a desrespeitar o regulamento - disse Rony. - Muito bem, nós topamos. Mas unhas dos pés não, está bem?
- E quanto tempo vai levar para preparar a poção? - perguntou Harry, de cara feliz, quando Hermione reabriu o livro.
- Bom, uma vez que a descurainia tem que ser colhida na lua cheia e os hemeróbios precisam cozinhar durante vinte e um dias... eu diria que vai levar mais ou menos um mês para ficar pronta, se conseguirmos todos os ingredientes.
- Um mês? - exclamou Rony. - Até lá, Draco poderia atacar metade dos nascidos trouxas na escola! - Mas os olhos de Hermione tornaram a se estreitar perigosamente e ela acrescentou depressa:
- Mas é o melhor plano que temos, portanto, vamos tocar para frente a todo vapor!
No entanto, quando Hermione foi verificar se a barra estava limpa para eles saírem do banheiro, Rony cochichou para Harry:
- Daria muito menos trabalho se você simplesmente derrubasse Draco da vassoura amanhã.

O jogo entre Sonserina e Grifinória estava noventa a trinta para a Sonserina. Tudo estava normal, até que de repente um balaço começou a seguir Harry. Harry tentou fugir, mas foi impedido por Draco, que não percebeu que o pomo de ouro estava a seu lado. Os dois correram atrás do pomo e sumiram de baixo das arquibancadas. Demorou um pouco para um dos dois aparecer, mas Draco, não se sabe como, foi jogado da vassoura. Depois Harry saiu de baixo das arquibancadas seguindo o pomo, foi quando quase conseguiu pega-lo que o balaço atingiu seu cotovelo. Ele caiu. Ele conseguira apanhar o pomo, mas acabou desmaiando. Instante depois voltou a si. Viu que Lockhart estava parado a seu lado e disse:
- Ah, o senhor, não - gemeu.
- Ele não sabe o que está dizendo - falou Lockhart em voz alta para o  ajuntamento de alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os dois. - Não se preocupe, Harry. Já vou endireitar o seu braço.
- Não! - exclamou Harry. - Vou ficar com ele assim, obrigado...
O garoto tentou se sentar, mas não conseguiu. Foi ouvido o som de um clique ali por perto.
- Não quero uma foto deste momento, Colin - disse Harry em voz alta.
- Deite-se, Harry - mandou Lockhart acalmando-o. - É um feitiço muito simples que já usei muitíssimas vezes...
- Por que não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? - disse Harry com os dentes cerrados.
- Ele devia mesmo, professor - disse um enlameado Wood, que não pôde deixar de sorrir mesmo com seu apanhador machucado. - Grande captura, Harry, realmente espetacular, a melhor que já fez, eu diria...
Fred e Jorge lutavam para enfiar o balaço errante numa caixa. A bola continuava a resistir ferozmente.
Lockhart tentou consertar o braço de Harry com um feitiço. Mas, não tinha conseguido consertar o braço de Harry, e sim tirar os ossos de seu braço.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

                                     - Capitulo seis -
                            A lenda da Câmara Secreta



A aula de História da Magia estava como sempre. Nada de emocionante acontecia. O Prof. Binns abriu seus apontamentos e começou a ler num tom monótono como um aspirador de pó velho, até que quase todos os alunos na sala caíram num estupor profundo, de que emergiam ocasionalmente o tempo suficiente de copiar um nome ou uma data e, em seguida, tornar a adormecer. Estava falando havia meia hora quando aconteceu uma coisa que nunca acontecera antes. Hermione levantou a mão.
O Prof. Binns ergueu os olhos no meio de um discurso mortalmente maçante sobre a Convenção Internacional de Bruxos de 1289 e fez uma cara de surpresa.
- Senhorita... ah...?
- Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta - pediu Hermione com voz clara.
Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe; a cabeça de Lilá Brown deitada sobre os braços se ergueu e o cotovelo de Neville escorregou da carteira.
O Prof. Binns pestanejou.
- Minha matéria é História da Magia - disse ele naquela voz seca e asmática. - Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem lendas. - Ele pigarreou fazendo um barulhinho como o de um giz que se parte e continuou. - Em setembro daquele ano, um subcomitê de bruxos sardos...
O professor gaguejou antes de parar. A mão de Hermione estava outra vez no ar.
- Srta. Grant?
- Por favor, professor, as lendas não se baseiam sempre em fatos?
O Prof. Binns olhou-a com tal espanto, que parecia que nenhum aluno, vivo ou morto, jamais o interrompera antes.
- Bem - disse o Prof. Binns lentamente -, é um argumento válido, suponho. - Ele estudou Hermione como se nunca antes tivesse olhado direito para um aluno. - Contudo, a lenda de que a senhorita fala é tão sensacionalista e até tão absurda que...
A classe inteira ficou pendurada em cada palavra que o professor dizia. Ele correu um olhar míope por todos, rosto por rosto virado em sua direção. Ele estava completamente desconcertado por aquela manifestação incomum de interesse.
- Ah, muito bem - disse vagarosamente. - Vejamos... a Câmara Secreta...
"Os senhores todos sabem, é claro, que Hogwarts foi fundada há mais de mil anos... a data exata é incerta... pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época. As quatro casas da escola foram batizadas em homenagem a eles: Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Eles contraíram este castelo juntos, longe dos olhares curiosos dos trouxas, porque era uma época em que a magia era temida pelas pessoas comuns, e os bruxos e bruxas sofriam muitas perseguições."
Ele fez uma pausa, percorreu a sala com os olhos lacrimejantes e continuou:
- Durante alguns anos, os fundadores trabalharam juntos, em harmonia, procurando jovens que revelassem sinais de talento em magia e trazendo-os para sempre educados no castelo. Mas então surgiram os desentendimentos. Ocorreu uma cisão entre Slytherin e os outros. Slytherin queria ser mais seletivo com relação aos estudantes admitidos. Ele acreditava que o aprendizado de magia devia ser mantido o âmbito das famílias inteiramente mágicas. Desagradava-lhe admitir alunos de pais trouxas, pois os achava pouco dignos de confiança. Passado algum tempo houve uma séria discussão sobre o assunto entre Slytherin e Gryffindor, e Slytherin abandonou a escola.
O Prof. Binns parou de novo, contraindo os lábios, parecendo uma velha tartaruga enrugada.
- É o que nos contam as fontes históricas confiáveis. Mas estes fatos honestos foram obscurecidos pela lenda fantasiosa da Câmara Secreta. Segundo ela, Slytherin construiu uma câmara secreta no castelo, da qual os outros nada sabiam.
"Slytherin teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que seu legítimo herdeiro chegasse à escola. Somente o herdeiro seria capaz de abrir a Câmara Secreta, libertar o horror que ela encerrava e usá-lo para expurgar a escola de todos que não fossem dignos de estudar magia."
Fez-se silêncio quando ele acabou de contar a história, mas não foi o de sempre, o silêncio modorrento que dominava as aulas do Prof. Binns. Havia no ar um certo constrangimento enquanto todos continuavam a olhá-lo, esperando mais. O Prof. Binns fez um ar ligeiramente aborrecido.
- A história inteira é um perfeito absurdo, é claro. Naturalmente, a escola foi revistada à procura de provas de existência dessa câmara, muitas vezes, pelos bruxos e bruxas mais cultos. Ela não existe. Uma história contada para assustar os crédulos.
A mão de Hermione voltou a se erguer.
- Professor... o que foi exatamente que o senhor quis dizer com "o horror que a câmara encerra"?
- Acredita-se que haja algum tipo de monstro, que somente o herdeiro de Slytherin pode controlar - respondeu o Prof. Binns com sua voz seca e esganiçada.
Os alunos trocaram olhares nervosos.
- Afirmo que a coisa não existe - disse ele folheando suas anotações. - Não há Câmara alguma e monstro algum.
- Mas, professor - perguntou Simas Finnigan -, se a Câmara só pode ser aberta pelo verdadeiro herdeiro de Slytherin, ninguém mais seria capaz de encontrá-la, não é?
- Bobagem, O'Flaherty - disse o Prof. Binns, num tom irritado. - Se uma longa sucessão de diretores e diretoras de Hogwarts não encontraram a coisa...
- Mas, professor - ouviu-se a voz fina de Parvati Patil -, a pessoa provavelmente terá de usar Magia Negra para abri-la...
- Só porque um bruxo não usa Magia Negra não significa que não possa, senhorita Pennyfeather - retrucou o Prof. Binns. - Eu repito, se uma pessoa como Dumbledore...
- Mas talvez a pessoa tenha de ser parente de Slytherin, por isso Dumbledore não poderia... - começou Dino Thomas, mas para o professor aquilo já era demais.
- Basta - disse com rispidez. - É um mito! Não existe! Não há a mínima prova de que Slytherin tenha algum dia construído sequer um armário secreto de vassouras! Arrependo-me de ter contado aos senhores uma história tão tola. Vamos voltar, façam-me o favor, à história, aos fatos sólidos, críveis e verificáveis!
E em cinco minutos a classe voltara a mergulhar em seu torpor habitual.   

terça-feira, 6 de setembro de 2011

                                     - Capitulo cinco -
                                    A gata petrificada
Dias depois, Harry e Rony foram cumprir sua primeira detenção. Rony teria que polir as pratas na sala de troféus com Filch, já Harry teve que ir ajudar Lockhart a responder às cartas dos fãs. Yasmin pegou sua varinha e murmurou:
- Invisible. - E ficou invisível.
Depois seguiu Harry até a sala de Lockhart e, quando Harry entrou, Yasmin aproveitou para entrar atrás dele sem que percebesse.
Ficaram horas lá. Yasmin só ouvia os comentários que Lockhart fazia, "A fama é um amigo infiel, Harry" ou "A celebridade é o que ela faz, lembre-se disto". Mas Harry parecia não estar muito interessado, parecia estar infeliz. 
Harry ficou do mesmo jeito por varias horas, até que deu um enorme pulo e, com isso, fez aparecer um enorme borão em uma das cartas.
- Quê? - exclamou em voz alta.
- Eu sei! - disse Lockhart. - Seis meses inteiros encabeçando a lista dos livros mais vendidos! Bati todos os recordes!
- Não - disse Harry assustado. - Essa voz!
- Perdão? - disse Lockhart, parecendo intrigado. - Que voz?
- Aquela, a voz que disse, o senhor não ouviu?
Lockhart estava olhando para Harry muito surpreso.
- Do que é que você está falando, Harry? Talvez você esteja ficando com sono? Nossa, olhe só a hora! Estamos aqui há quase quatro horas! Eu nunca teria acreditado, o tempo voou, não acha?
Harry não respondeu. Yasmin ficou intrigada. Por que será que não havia ouvido a voz? Será que não prestará atenção? Ou será que fora simplesmente a imaginação de Harry? Mas Harry não parecia ter imaginado. Se essa voz realmente existi-se, ainda tinha mais uma questão que devia ser respondida. O que a voz teria dito a Harry?
Alguns minutos depois, Harry saiu. Yasmin continuou seguindo. Harry andou alguns passos lentamente. Até que pareceu ter ouvido alguma coisa. Encostou o ouvido na parede em quanto andava e pareceu cada vez mais intrigado. Harry andou cada vez mais depressa e Yasmin foi deixada para trás.
Yasmin saiu correndo até que encontrou Harry falando com Rony e Hermione:
- Vai matar alguém! - disse Harry, e depois saiu correndo com Rony e Hermione atrás dele. Yasmin não teve outra escolha, correu atrás deles.
Eles correram até o ultimo corredor do segundo andar. Havia arranhas saindo pela janela.
- Estranho, - disse Harry - nunca vi arranhas se comportarem desse jeito.
- Não gosto de aranha! - disse Rony assustado
Então eles virão água no chão. E depois eles virão uma coisa brilhando na parede. Aproximaram-se e leram em letras vermelhas parecendo sangue.

                     A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA.
                    INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO.

- Foi escrito com sangue. - disse Hermione.
- Que coisa é aquela, pendurada ali embaixo? - perguntou Rony, com um ligeiro tremor na voz.
Chegaram mais perto, e Yasmin pode ver um gato pendurado na parede. Era Madame Nor-r-ra, a gata de Filch.
Pessoas começaram a parecer de todos os lados. E uma voz foi ouvida em meio ao silencio.
- Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues ruins!
Era Draco. Ele abrira caminho até a frente dos alunos.
- Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo?
Atraído, sem dúvida, pelo grito de Draco, Filch apareceu, abrindo caminho com os ombros por entre os alunos aglomerados. Então ele viu Madame Nor-r-ra e recuou, levantou as mãos ao rosto horrorizado.
- Minha gata! Minha gata! Que aconteceu a Madame Nor-r-ra? - gritou ele.
E seus olhos saltados pousaram em Harry.
- Você! - Voce! Você assassinou a minha gata! Você a matou! Vou matá-lo! Vou...
- Argo! 
Dumbledore chegara à cena, seguido de vários professores. 
- Quero que todo mundo volte a seus dormitórios! - disse aos alunos - Todo mundo, menos os três. - ele apontou para Harry, Rony e Hermione.
Yasmin não gostava de desobedecer Dumbledore, por isso saiu do segundo andar. Mas não foi para o dormitório. Foi direto para sala de Dumbledore para esperá-lo.
Dumbledore demorou só alguns minutos para voltar a sala.
- Olá, Yasmin! - disse - O que quer falar comigo?
- Senhor, quero falar sobre o que aconteceu a Harry. - disse Yasmin 
- Então diga. - disse Dumbledore calmamente
- Ele ouviu alguma coisa na sala de Lockhart, enquanto cumpria sua detenção. - começou Yasmin medindo as palavras - Depois que saiu, parece que ele ouviu a mesma coisa novamente e saiu correndo. Eu tentei acompanhá-lo, vi ele conversando com Rony e Hermione e depois ele saiu correndo de novo e viu Madame Nor-r-ra.
- Você ouviu o que ele ouvia? - perguntou Dumbledore
- Não, nem o Prof. Lockhart ouviu. - disse Yasmin
- Acho muito nobre que você queira proteger outros alunos. - disse Dumbledore sorrindo - Mas devo lhe dizer Yasmin, que nem todos aceitam a verdade.
- O senhor acredita em mim? - perguntou Yasmin
- Acredito! - disse Dumbledore - Mas não sei se Argo acreditaria.
- Professor, o senhor acha que Harry ouviu algum fantasma ou coisa do tipo? - perguntou Yasmin
- Não creio que seja alguém tentando fazer uma brincadeira com Harry. - disse Dumbledore
- O senhor acha que é Voldemort? - perguntou Yasmin
- É provável, - disse Dumbledore sério - mas não podemos provar nada ainda, portanto, fique calma Yasmin.
- Vou tentar senhor. - disse Yasmin
- Acho melhor você ir dormir Yasmin. - disse Dumbledore
- Boa noite, Prof. Dumbledore. - disse Yasmin
E Yasmin foi para seu dormitório. Tentou dormir, mas só ficou pensando em Harry e Voldemort. Então decidiu ler tudo que já tinha aprendido em Poções e Herbologia. Só então se acalmou e dormiu.

 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

                                                     - Capitulo quatro -
                                 Yasmin e o quadribol


Quando chegou sábado, Yasmin se preparou para ver Draco jogar quadribol e depois ensinar a ela. Não tinha vassoura, por isso Crabbe iria emprestar para ela a sua. Crabbe andava muito estranho. Sempre que Yasmin tentava falar com ele, ele demorava a responder e ficava olhando para Yasmin.
Yasmin tomou seu café bem lentamente. Quando viu Draco fazer sinal para ela segui-lo, Yasmin parou de comer e saiu do salão comunal. Seguiu toda a equipe da Sonserina até chegarem perto do campo. Quando chegaram foram interrompidos pela equipe de quadribol da Grifinória.
- Flint! - berrou Wood para o capitão da Sonserina. - Está na hora do nosso treino! Levantamos especialmente para isso! Pode ir dando o fora!
Marcos Flint era ainda mais corpulento do que Wood. Tinha uma expressão de trasgo astucioso quando respondeu:
- Tem bastante espaço para todos nós, Wood.
Angelina, Alícia a Katie tinham se aproximado também.
- Mas eu reservei o campo! - disse Wood, praticamente cuspindo de raiva. - Eu reservei!
- Ah, mas eu tenho um papel aqui assinado pelo Prof. Snape. "Eu, Prof. Snape, dei ao time da Sonserina permissão para praticar hoje no campo de quadribol, face à necessidade de treinarem o seu novo apanhador."
- Vocês têm um novo apanhador? - perguntou Wood, distraído. - Onde?
Draco saiu de trás dos outros jogadores.
- Você não é o filho do Lúcio Malfoy? - perguntou Fred, olhando Draco com ar de desagrado.
- Engraçado você mencionar o pai do Draco - disse Flint enquanto o time inteiro da Sonserina sorria com mais prazer. - Deixe eu mostrar a vocês o presente generoso que ele deu ao time da Sonserina.
Os sete mostraram as vassouras. Sete cabos polidos, novos em folha, e sete conjuntos de letras douradas, formando as palavras Nimbus 2001, reluziam sob os narizes dos jogadores da Grifinória, ao sol do amanhecer.
- Ultimo modelo. Saiu no mês passado - disse Flint dispincente, tirando um grão de poeira da ponta de sua vassoura com um peteleco. - Acho que bate de longe a série antiga das 2000. Quanto às velhas Cleansweep - e sorriu de modo desagradável para Fred e Jorge, que seguravam esse tipo de vassoura -, varram o placar com elas.
Nenhum dos jogadores da Grifinória conseguiu pensar em nada para dizer naquele instante. Draco exibia um sorriso tão grande que seus olhos frios estavam reduzidos a fendas.
- Ah, olha ali - disse Flint. - Uma invasão de campo.
Rony e Hermione vinham atravessando o gramado para ver o que estava acontecendo.
- Que é que está havendo? - perguntou Rony a Harry. - Por que vocês não estão jogando? E que é que ele está fazendo aqui?
Olhava para Draco, reparando nas vestes de quadribol com as cores da Sonserina que o garoto usava.
- Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley - disse Draco, presunçoso. - O pessoal aqui está admirando as vassouras que meu pai comprou para o nosso time.
Rony olhou, boquiaberto, as sete magníficas vassouras diante dele.
- Boas, não são? - disse Draco com a voz macia. - Mas quem sabe o time da Grifinória pode levantar um ourinho e comprar vassouras novas, também. Você podia fazer uma rifa dessas Cleansweep 5; imagino que um museu talvez queira comprá-las.
O time da Sonserina dava gargalhadas.
- Pelo menos ninguém do time da Grifinória teve de pagar para entrar - disse Hermione com aspereza. - Entraram por puro talento.
O ar presunçoso de Draco pareceu oscilar.
- Ninguém pediu sua opinião, sua sujeitinha de sangue ruim - xingou ele
Houve um tumulto instantâneo em seguida às suas palavras. Flint teve que mergulhar na frente de Draco para impedir que Fred e Jorge se atirassem contra ele. Alícia gritou com voz aguda:
- Como é que você se atreve! - e Rony mergulhou a mão nas vestes, puxou a varinha e gritou:
- Você vai me pagar! - e apontou a varinha, furioso, para a cara de Draco, por baixo do braço de Flint.
Um estrondo muito forte ecoou pelo estádio, e um jorro de luz verde saiu da ponta oposta da varinha de Rony, atingiu-o na barriga e o atirou de costas na grama.
- Rony! Rony! Você está bem? - gritou Hermione
Rony abriu a boca para falar, mas não saiu nada. Em vez disso, ele soltou um poderoso arroto e várias lesmas caíram de sua boca para o colo.
O time da Sonserina ficou paralisado de tanto rir. Flint, dobrado pela cintura, tentava se apoiar na vassoura nova. Draco caíra de quatro, dando murros no chão. Os alunos da Grifinória agrupavam-se em torno de Rony, que não parava de arrotar lesmas enormes. Ninguém parecia querer tocar nele.
- É melhor levarmos o Rony para casa de Hagrid, é mais perto - disse Harry a Hermione, que concordou cheia de coragem, e os dois levantaram o amigo pelos braços.
Quando estava, saindo, Colin, que Yasmin só tinha percebido agora que estava nas arquibancadas, desceu para falar com Harry.
Yasmin se virou para Draco e olhou-o. Ele parou de rir.
- Ah, e agora você vai tirar pontos da Sonserina por isso. - disse irritado
- Não vou. - disse Yasmin calmamente
- O que? - perguntou Draco confuso
- Todos vocês erraram. - disse Yasmin - Mas como não posso fazer nada com os pontos da Grifinória, vocês também não perdem.
- Nossa - disse Draco -, só por isso?
- E também por que quem estava mais errado era Rony - disse Yasmin -, mas vocês também estão errados.
Os alunos da Grifinória tinham saído do campo. Agora só restavam o time da Sonserina e Yasmin.
- Podemos começar o treino agora? - perguntou Flint para Yasmin
- Podem! - disse Yasmin
O time da Sonserina era muito bom. Draco era o melhor jogador. Era muito bom como apanhador. Yasmin agora entenderá o por que Draco havia entrado na equipe.
Demoraram um bom tempo para terminarem o treino. Quando terminaram, Draco chamou Yasmin e disse:
- Crabbe já me deu a vassoura dele. Não é tão boa quanto a minha, mas até que ela não é tão mal.
- Obrigada! - disse Yasmin
Draco ensinou o básico de quadribol para Yasmin. Ele a ensinou a voar. Yasmin conseguiu aprender muito rápido. Mas Draco disse que ela teria que ter muitas aulas para aprender todos os tipos de vôos. Draco não queria ensinar tudo de uma vez. Ensinou primeiramente a Yasmin como jogar quadribol na posição de batedora. Yasmin não se deu muito bem com os balaços. Quase jogou um na cabeça de Draco.
Draco e Yasmin jogaram quadribol a tarde inteira. Mas eles foram interrompidos por Crabbe.
- Posso pegar minha vassoura agora? - perguntou
- Eu pensei que você não usasse ela. - falou Draco
- Não uso, mas eu a quero de volta. - disse Crabbe irritado
- Você quer? - perguntou Draco - Então vem pegar.
Draco saiu voando com a vassoura de Crabbe e voou em volta de Yasmin. Fez sinal para que Yasmin subisse na vassoura dele. Yasmin subiu e Draco disse:
- Vamos entrar no castelo. Você sabe algum lugar em que podemos nos esconder?
- Sei - disse Yasmin - Me segue.
E os dois entraram no castelo voando nas vassouras e foram para o segundo andar.
- Draco, desce da vassoura e entra no banheiro feminino mais próximo. - disse Yasmin
- E você aonde vai? - perguntou Draco
- Vou ver se ele está vindo e já volto. - disse Yasmin
Ela voou até o primeiro andar e viu Crabbe correndo pelos corredores procurando os dois. Ela voltou para o segundo andar e entrou no banheiro.
- Por que nós temos que ficar aqui? - perguntou Draco - Não acha que alguém pode entrar?
- Ninguém nunca entra aqui. - disse Yasmin - Dizem que aqui vive um fantasma.
- Quem está ai? - perguntou uma voz de menina aguda
- Você disse que ninguém vinha aqui. - disse Draco
- Mas não vem. - disse Yasmin - Acho que eu sei quem é.
- Quem está ai? - perguntou novamente a voz de menina
- Meu nome é Yasmin, este é Draco, e você quem é? - falou Yasmin
- Meu nome é murta. - disse a voz
- Apareça Murta. - disse Draco assustado
Uma fantasma que aparentava ter uns 12 anos apareceu vindo de um Box. Ela usava óculos e marina chiquinha nos cabelos.
- Olá, Murta! - disse Yasmin
- Vocês vão rir de mim? - perguntou Murta
- Por que nós iríamos rir de você? - perguntou Yasmin
- As pessoas riem de mim, me acham feia. - disse Murta infeliz
- Você não é feia Murta. - disse Yasmin
- Você acha? - perguntou Draco baixinho
Yasmin deu uma cotovelada no braço de Draco.
- Você é uma pessoa legal. - disse Yasmin a Murta
- Você também parece legal. - disse Murta - Mas não sei se devo confiar em você.
- Vamos ver se pode. - disse Yasmin - Por que você não me pede alguma coisa?
- Você promete que vem me visitar todo ano? - disse Murta
- Prometo. - disse Yasmin - Eu não tenho muitos amigos. Só tenho o Draco.
- Oh, sim. - disse Murta - Eu também não tinha muitos amigos.
- Murta, você pode andar pela escola por mim de vez em quando para me dizer o que está acontecendo? - perguntou Yasmin
- Tudo? - perguntou Murta
- Tudo. - disse Yasmin - Sobre qualquer aluno.
- Por que você não faz isso? - perguntou Murta
- Eu tento, mas não posso estar em varios lugares ao mesmo tempo. - disse Yasmin
- Tudo bem, eu te ajudo. - disse Murta - Mas se você não cumprir o prometido, eu nunca mais irei espiar por você.
- Tudo bem, combinado.
E dizendo isso Yasmin se despediu de Murta e saiu com Draco.
- Você consegue até fazer amizade com fantasmas. - disse Draco - Como você consegue?
- Não sei. Eu simplesmente falo com eles. - disse Yasmin - Talvez seja por isso que consigo falar com alguns animais.
- Você consegue falar com animais? Quais? - perguntou Draco ancioso
Yasmin foi andando e contando a Draco com que tipo de animais falava. Quando chegaram ao salão comunal, sentaram-se em suas mesas e depois foram dormir.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

                                    - Capitulo três -
                                  Gilderoy Lockhart


Harry e Rony haviam levado uma detenção por chegar à escola com um carro voador, e ainda por ter destruído um salgueiro lutador. No café da manhã do dia seguinte, Harry e Rony pareciam bem desanimados. Harry se sentou perto de Neville. Yasmin apurou um pouco mais os ouvidos para poder ouvir que falavam.
- O correio deve chegar a qualquer momento, acho que vovó vai me mandar umas coisas que esqueci. - disse Neville a Harry.
Yasmin sorriu. Sabia que Neville era meio esquecido, só não tinha idéia do quanto.
Momentos depois ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelavam. Um grande embrulho disforme bateu na cabeça de Neville e, um segundo depois, alguma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com leite e penas.
- Errol! - exclamou Rony, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra. Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico.
"Ah, não...", exclamou Rony
- Tudo bem, ele ainda está vivo - disse Hermione, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo.
- Não é isso, é isto
Rony estava apontando para o envelope vermelho. Ele e Neville olharam para ele como se fosse explodir.
- Que foi? - perguntou Harry.
- Ela... ela me mandou um "berrador" - disse Rony baixinho.
- É melhor abrir, Rony - sugeriu Neville com um sussurro tímido. - Vai ser pior se você não abrir. Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção - ele engoliu em seco -, foi horrível.
Harry olhava dos rostos paralisados dos amigos para o envelope vermelho.
- Que é um berrador? - perguntou.
Mas toda a  atenção de Rony estava fixa na carta, que começara a fumegar nos cantos.
- Abra - insistiu Neville. - Termina em poucos minutos...
Rony estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico Errol e abriu-o. Neville enfiou os dedos nos ouvidos. Uma fração de segundo depois um estrondo encheu o enorme salão, sacudindo a poeira do teto.
"... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSE EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO..."
Os berros da Sra. Weasley, cem vezes mais altos do que de costume, fizeram os pratos e talheres se entrechocarem na mesa e produziram um eco ensurdecedor nas paredes de pedra. As pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador, e Rony afundou tanto na cadeira que só deixara a testa vermelha visível.
"... CARTA DE DUMBLEDORE À NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ E HARRY PODIAM TER MORRIDO... "
Harry não pareceu estar ouvindo os berros da Sra. Weasley.
"... ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA."
Seguiu-se um silêncio que chegou a ecoar. O envelope vermelho, que caíra das mãos de Rony, pegou fogo e encrespou-se em cinzas. Harry e Rony ficaram aturdidos, como se uma onda gigantesca tivesse acabado de passar por cima deles. Algumas pessoas riram e, aos poucos, a balbúrdia da conversa recomeçou.
Harry, Rony e Hermione começaram a conversar. Mas quando Yasmin tentou ouvir, foi interrompida por Colin.
- Você é Yasmin? - perguntou
- Sou por quê?
- Tenho um recado de um aluno da Sonserina para você. - disse Colin - Acho que o nome dele é Draco.
- Oh, sim. Pode me entregar. - disse Yasmin
Colin entregou a Yasmin um pedaço de pergaminho dobrado.
- Obrigada, Colin. - disse Yasmin
Colin saiu com um sorriso no rosto. Yasmin abriu o pergaminho. Estava escrito:
" Yasmin, espero você para sua primeira aula de quadribol, este sabado. 
Ps: eu irei fazer meu primeiro treino de quadribol neste mesmo dia, espero que você venha me ver. 
Ass: Draco Malfoy " 
Yasmin olhou para Draco na mesa da Sonserina. Draco sorriu.

A primeira aula era uma aula dupla de Herbologia com os alunos da Lufa-Lufa. Yasmin foi em direção as estufas.
Harry demorou um pouco para entrar na estufa numero três. Quando Harry entrou a Profª Sprout começou a falar.
- Vamos reenvasar mandrágoras hoje. Agora, quem é que sabe me dizer as propriedades da mandrágora?
Ninguém se surpreendeu quando a mão de Hermione foi a primeira a se levantar.
- A mandrágora é um tônico reconstituinte muito forte - disse Hermione, parecendo, como sempre, que engolira o livro-texto. - É usada para trazer de volta as pessoas que foram transformadas ou foram enfeitiçadas no seu estado natural.
- Excelente. Dez pontos para a Grifinória - disse a Profª Sprout. - A mandrágora é parte essencial da maioria dos antídotos. Mas, é também perigosa. Quem sabe me dizer o por quê?
A mão de Hermione errou por pouco os óculos de Harry quando ela a levantou mais uma vez.
- O grito da mandrágora é fatal para quem o ouve - disse Hermione prontamente.
- Exatamente. Mais dez pontos. Agora as mandrágoras que temos aqui ainda são muito novinhas.
Ela apontou para uma fileira de tabuleiros fundos ao falar, e todos se aproximaram para ver melhor. Umas cem moitinhas repolhudas, verde-arroxeadas, cresciam em fileiras nos tabuleiros. Yasmin já sabia tudo que Hermione dissera, mas não podia falar, pois não podia chamar atenção (a não ser nas provas, que sempre tirava a nota máxima em todas).
- Agora apanhem um par de abafadores de ouvidos - mandou a professora.
Os alunos correram para mesa para tentar apanhar um par que não fosse peludo nem cor-de-rosa.
- Quando eu mandar vocês colocarem os abafadores, certifiquem-se de que suas orelhas ficaram completamente cobertas - disse ela. - Quando for seguro remover os abafadores eu erguerei o polegar para vocês. Certo... coloquem os abafadores.
Todos colocaram imediatamente seus abafadores. A Profª Sprout colocou o seu par peludo e cor-de-rosa nas orelhas, enrolou as mangas das vestes, agarrou uma moitinha de mandrágora com firmeza e puxou-a com força.
Em vez de raízes, um bebezinho extremamente feio saiu da terra. As folhas cresciam diretamente de sua cabeça. Ele tinha a pele verde-clara malhada e era visível que berrava a plenos pulmões.
A professora tirou um vaso de plantas grande de sob a bancada e mergulhou nele a mandrágora, cobrindo-a com o composto escuro e úmido até ficarem apenas as folhas visíveis. Depois, limpou as mãos, fez sinal com o polegar para os alunos e retirou os abafadores dos ouvidos.
Depois mandou os alunos repetirem o que havia feito.
Já na aula da Profª McGonagall, tiverem que transformar um besouro em um botão. Yasmin conseguiu na primeira tentativa, mas por estar no fundo da sala ninguém, a não ser a Profª McGonagall, percebeu. A professora passou por Yasmin e sorriu. Além de Yasmin, a única que conseguiu foi Hermione.
No almoço Yasmin comeu calada. Estava pensando em Draco. Todos o achavam mal, mas na verdade ele era muito legal. Queria até ensinar Yasmin a jogar quadribol. Yasmin sabia muito bem que Draco só era mal com os outros por causa do pai. E era mal com Harry por que Harry não queria ser amigo dele.
Na aula de Lockhart, depois que todos se sentaram ele pegou o exemplar de Viagens com Trasgos de Neville e disse:
- Eu - disse apontando a foto a piscando também. - Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da liga de Defesa contra as Forças do Mal e vencedor do Prêmio Sorriso mais Atraente da revista Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, mas não falo disso. Não me livrei do espírito agourento de Bandon sorrindo para ela. Ficou esperando que sorrissem; alguns poucos deram um sorrisinho amarelo. Yasmin achou o novo professor muito convencido.
- Vejo que todos compraram a coleção completa dos meus livros, muito bem. Pensei em começarmos hoje com um pequeno teste. Nada para se preocuparem, só quero verificar se vocês leram os livros com atenção, o quanto assimilaram...
Depois de distribuir os testes ele voltou a frente da classe e falou:
- Vocês têm trinta minutos... começar, agora!
O teste tinha perguntas do tipo:
1. Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?
2. Qual é a ambição secreta de Lockhart?
3. Qual é, na sua opinião a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?

E as perguntas continuavam, ocupando três páginas, até a última:

54. Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?

Meia hora depois, Lockhart recolheu os testes e folheou-os diante da classe.
- Tsk, tsk, quase ninguém se lembrou que a minha cor favorita é lilás. Digo isto no Um ano com o Iéti. E alguns de vocês precisam ler Passeios com lobisomens com mais atenção, afirmo claramente no capítulo doze que o presente de aniversario ideal para mim seria a harmonia entre os povos mágicos e não-mágicos, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden!
E deu outra piscadela travessa para os alunos. Rony fitava Lockhart com uma expressão de incredulidade no rosto; Simas Finnigan e Dino Thomas, que estavam sentados à frente, sacudiram-se de riso silencioso. Hermione, por outro lado, escutava Lockhart embevecida e atenta e se assustou quando o ouviu mencionar seu nome.
-... mas a Srta. Hermione Granger sabia que a minha ambição secreta era livrar o mundo do mal e comercializar a minha própria linha de poções para os cabelos, boa menina! Na realidade - ele virou o teste - ela acertou tudo! Onde está a Srta. Hermione Granger?
Hermione levantou a mão trêmula.
- Excelente! - disse o sorridente Lockhart. - Excelente mesmo! Dez pontos para a Grifinória! E agora, ao trabalho...
Virou-se para a mesa e depositou nela uma grande gaiola coberta.
- Agora, fiquem prevenidos! É meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia! Vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.
Sem querer, Harry se curvou para um lado da pilha de livros que erguera para dar uma olhada melhor na gaiola. Lockhart colocou a mão na cobertura. Dino e Simas pararam de rir agora. Neville se afundou em sua carteira na primeira fila.
- Peço que não gritem - recomendou Lockhart em voz baixa. - Pode provocá-los.
E a classe inteira prendeu a respiração. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.
- Sim, senhores - disse teatralmente. - Diabretes da Cornualha recém-capturados.
Simas não conseguiu se controlar. Deixou escapar uma risada pelo nariz que nem mesmo Lockhart poderia confundir com um grito de terror.
- Que foi? - Ele sorriu para Simas.
- Bem, eles não são... não são muito... perigosos, são? - engasgou-se Simas
- Não tenha tanta certeza assim! - disse Lockhart, sacudindo um dedo, aborrecido, para Simas. - Esses bandidinhos podem ser diabolicamente astutos!
Os diabretes eram azul-elétrico e tinham uns vinte centímetros de altura, os rostos finos e as vozes tão agudas que pareciam um bando de periquitos fazendo algazarra. No instante em que a cobertura foi retirada, eles começaram a falar e a voar de maneira rápida e excitada, a sacudir as grades e a fazer caras esquisitas para as pessoas mais próximas.
- Certo, então - disse Lockhart em voz alta. - Vamos ver o que vocês acham deles! - E abriu a gaiola.
Foi um pandemônio. Os diabretes disparavam em todas as direções como foguetes. Dois deles agarraram Neville pelas orelhas e o ergueram no ar. Vários outros voaram direto pelas janelas fazendo cair uma chuva de estilhaços de vidro no canteiro. Os demais se puseram a destruir a sala de aula com mais eficiência do que um rinoceronte desembestado. Agarraram tinteiros e salpicaram a sala de tinta, picaram livros e papéis, arrancaram quadros das paredes, viraram a cesta de lixo, pegaram as mochilas e livros e os atiraram contra as vidraças quebradas; em poucos minutos, metade da classe estava abrigada embaixo das carteiras e, Neville, pendurado no teto pelo lustre de ferro.
- Vamos, vamos, reúnam eles, reúnam eles, são apenas diabretes - gritou Lockhart.
Ele enrolou as mangas, brandiu a varinha e berrou:
- Peskipiksi Pesternomi!
As palavras não produziram efeito algum; um dos diabretes se apoderou da varinha e atirou-a também pela janela. Lockhart engoliu em seco e mergulhou embaixo da mesa, escapando por pouco de se esmagado por Neville, que despencou um segundo depois quando o lustre cedeu.
Yasmin saiu de onde estava e foi em direção a Neville. A sineta tocou e os alunos saíram da sala. Yasmin olhou para Neville e disse:
- Está tudo bem?
- Sim - disse Neville quase gemendo
- Vem, eu te levo para a ala hospitalar. - disse Yasmin
Os dois saíram deixando Harry, Rony, Hermione e Lockhart na sala.

Postagens populares