segunda-feira, 29 de agosto de 2011

                                    - Capitulo três -
                                  Gilderoy Lockhart


Harry e Rony haviam levado uma detenção por chegar à escola com um carro voador, e ainda por ter destruído um salgueiro lutador. No café da manhã do dia seguinte, Harry e Rony pareciam bem desanimados. Harry se sentou perto de Neville. Yasmin apurou um pouco mais os ouvidos para poder ouvir que falavam.
- O correio deve chegar a qualquer momento, acho que vovó vai me mandar umas coisas que esqueci. - disse Neville a Harry.
Yasmin sorriu. Sabia que Neville era meio esquecido, só não tinha idéia do quanto.
Momentos depois ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelavam. Um grande embrulho disforme bateu na cabeça de Neville e, um segundo depois, alguma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com leite e penas.
- Errol! - exclamou Rony, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra. Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um envelope vermelho e úmido no bico.
"Ah, não...", exclamou Rony
- Tudo bem, ele ainda está vivo - disse Hermione, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo.
- Não é isso, é isto
Rony estava apontando para o envelope vermelho. Ele e Neville olharam para ele como se fosse explodir.
- Que foi? - perguntou Harry.
- Ela... ela me mandou um "berrador" - disse Rony baixinho.
- É melhor abrir, Rony - sugeriu Neville com um sussurro tímido. - Vai ser pior se você não abrir. Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção - ele engoliu em seco -, foi horrível.
Harry olhava dos rostos paralisados dos amigos para o envelope vermelho.
- Que é um berrador? - perguntou.
Mas toda a  atenção de Rony estava fixa na carta, que começara a fumegar nos cantos.
- Abra - insistiu Neville. - Termina em poucos minutos...
Rony estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico Errol e abriu-o. Neville enfiou os dedos nos ouvidos. Uma fração de segundo depois um estrondo encheu o enorme salão, sacudindo a poeira do teto.
"... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSE EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO..."
Os berros da Sra. Weasley, cem vezes mais altos do que de costume, fizeram os pratos e talheres se entrechocarem na mesa e produziram um eco ensurdecedor nas paredes de pedra. As pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador, e Rony afundou tanto na cadeira que só deixara a testa vermelha visível.
"... CARTA DE DUMBLEDORE À NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ E HARRY PODIAM TER MORRIDO... "
Harry não pareceu estar ouvindo os berros da Sra. Weasley.
"... ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA."
Seguiu-se um silêncio que chegou a ecoar. O envelope vermelho, que caíra das mãos de Rony, pegou fogo e encrespou-se em cinzas. Harry e Rony ficaram aturdidos, como se uma onda gigantesca tivesse acabado de passar por cima deles. Algumas pessoas riram e, aos poucos, a balbúrdia da conversa recomeçou.
Harry, Rony e Hermione começaram a conversar. Mas quando Yasmin tentou ouvir, foi interrompida por Colin.
- Você é Yasmin? - perguntou
- Sou por quê?
- Tenho um recado de um aluno da Sonserina para você. - disse Colin - Acho que o nome dele é Draco.
- Oh, sim. Pode me entregar. - disse Yasmin
Colin entregou a Yasmin um pedaço de pergaminho dobrado.
- Obrigada, Colin. - disse Yasmin
Colin saiu com um sorriso no rosto. Yasmin abriu o pergaminho. Estava escrito:
" Yasmin, espero você para sua primeira aula de quadribol, este sabado. 
Ps: eu irei fazer meu primeiro treino de quadribol neste mesmo dia, espero que você venha me ver. 
Ass: Draco Malfoy " 
Yasmin olhou para Draco na mesa da Sonserina. Draco sorriu.

A primeira aula era uma aula dupla de Herbologia com os alunos da Lufa-Lufa. Yasmin foi em direção as estufas.
Harry demorou um pouco para entrar na estufa numero três. Quando Harry entrou a Profª Sprout começou a falar.
- Vamos reenvasar mandrágoras hoje. Agora, quem é que sabe me dizer as propriedades da mandrágora?
Ninguém se surpreendeu quando a mão de Hermione foi a primeira a se levantar.
- A mandrágora é um tônico reconstituinte muito forte - disse Hermione, parecendo, como sempre, que engolira o livro-texto. - É usada para trazer de volta as pessoas que foram transformadas ou foram enfeitiçadas no seu estado natural.
- Excelente. Dez pontos para a Grifinória - disse a Profª Sprout. - A mandrágora é parte essencial da maioria dos antídotos. Mas, é também perigosa. Quem sabe me dizer o por quê?
A mão de Hermione errou por pouco os óculos de Harry quando ela a levantou mais uma vez.
- O grito da mandrágora é fatal para quem o ouve - disse Hermione prontamente.
- Exatamente. Mais dez pontos. Agora as mandrágoras que temos aqui ainda são muito novinhas.
Ela apontou para uma fileira de tabuleiros fundos ao falar, e todos se aproximaram para ver melhor. Umas cem moitinhas repolhudas, verde-arroxeadas, cresciam em fileiras nos tabuleiros. Yasmin já sabia tudo que Hermione dissera, mas não podia falar, pois não podia chamar atenção (a não ser nas provas, que sempre tirava a nota máxima em todas).
- Agora apanhem um par de abafadores de ouvidos - mandou a professora.
Os alunos correram para mesa para tentar apanhar um par que não fosse peludo nem cor-de-rosa.
- Quando eu mandar vocês colocarem os abafadores, certifiquem-se de que suas orelhas ficaram completamente cobertas - disse ela. - Quando for seguro remover os abafadores eu erguerei o polegar para vocês. Certo... coloquem os abafadores.
Todos colocaram imediatamente seus abafadores. A Profª Sprout colocou o seu par peludo e cor-de-rosa nas orelhas, enrolou as mangas das vestes, agarrou uma moitinha de mandrágora com firmeza e puxou-a com força.
Em vez de raízes, um bebezinho extremamente feio saiu da terra. As folhas cresciam diretamente de sua cabeça. Ele tinha a pele verde-clara malhada e era visível que berrava a plenos pulmões.
A professora tirou um vaso de plantas grande de sob a bancada e mergulhou nele a mandrágora, cobrindo-a com o composto escuro e úmido até ficarem apenas as folhas visíveis. Depois, limpou as mãos, fez sinal com o polegar para os alunos e retirou os abafadores dos ouvidos.
Depois mandou os alunos repetirem o que havia feito.
Já na aula da Profª McGonagall, tiverem que transformar um besouro em um botão. Yasmin conseguiu na primeira tentativa, mas por estar no fundo da sala ninguém, a não ser a Profª McGonagall, percebeu. A professora passou por Yasmin e sorriu. Além de Yasmin, a única que conseguiu foi Hermione.
No almoço Yasmin comeu calada. Estava pensando em Draco. Todos o achavam mal, mas na verdade ele era muito legal. Queria até ensinar Yasmin a jogar quadribol. Yasmin sabia muito bem que Draco só era mal com os outros por causa do pai. E era mal com Harry por que Harry não queria ser amigo dele.
Na aula de Lockhart, depois que todos se sentaram ele pegou o exemplar de Viagens com Trasgos de Neville e disse:
- Eu - disse apontando a foto a piscando também. - Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da liga de Defesa contra as Forças do Mal e vencedor do Prêmio Sorriso mais Atraente da revista Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, mas não falo disso. Não me livrei do espírito agourento de Bandon sorrindo para ela. Ficou esperando que sorrissem; alguns poucos deram um sorrisinho amarelo. Yasmin achou o novo professor muito convencido.
- Vejo que todos compraram a coleção completa dos meus livros, muito bem. Pensei em começarmos hoje com um pequeno teste. Nada para se preocuparem, só quero verificar se vocês leram os livros com atenção, o quanto assimilaram...
Depois de distribuir os testes ele voltou a frente da classe e falou:
- Vocês têm trinta minutos... começar, agora!
O teste tinha perguntas do tipo:
1. Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?
2. Qual é a ambição secreta de Lockhart?
3. Qual é, na sua opinião a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?

E as perguntas continuavam, ocupando três páginas, até a última:

54. Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?

Meia hora depois, Lockhart recolheu os testes e folheou-os diante da classe.
- Tsk, tsk, quase ninguém se lembrou que a minha cor favorita é lilás. Digo isto no Um ano com o Iéti. E alguns de vocês precisam ler Passeios com lobisomens com mais atenção, afirmo claramente no capítulo doze que o presente de aniversario ideal para mim seria a harmonia entre os povos mágicos e não-mágicos, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden!
E deu outra piscadela travessa para os alunos. Rony fitava Lockhart com uma expressão de incredulidade no rosto; Simas Finnigan e Dino Thomas, que estavam sentados à frente, sacudiram-se de riso silencioso. Hermione, por outro lado, escutava Lockhart embevecida e atenta e se assustou quando o ouviu mencionar seu nome.
-... mas a Srta. Hermione Granger sabia que a minha ambição secreta era livrar o mundo do mal e comercializar a minha própria linha de poções para os cabelos, boa menina! Na realidade - ele virou o teste - ela acertou tudo! Onde está a Srta. Hermione Granger?
Hermione levantou a mão trêmula.
- Excelente! - disse o sorridente Lockhart. - Excelente mesmo! Dez pontos para a Grifinória! E agora, ao trabalho...
Virou-se para a mesa e depositou nela uma grande gaiola coberta.
- Agora, fiquem prevenidos! É meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia! Vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.
Sem querer, Harry se curvou para um lado da pilha de livros que erguera para dar uma olhada melhor na gaiola. Lockhart colocou a mão na cobertura. Dino e Simas pararam de rir agora. Neville se afundou em sua carteira na primeira fila.
- Peço que não gritem - recomendou Lockhart em voz baixa. - Pode provocá-los.
E a classe inteira prendeu a respiração. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.
- Sim, senhores - disse teatralmente. - Diabretes da Cornualha recém-capturados.
Simas não conseguiu se controlar. Deixou escapar uma risada pelo nariz que nem mesmo Lockhart poderia confundir com um grito de terror.
- Que foi? - Ele sorriu para Simas.
- Bem, eles não são... não são muito... perigosos, são? - engasgou-se Simas
- Não tenha tanta certeza assim! - disse Lockhart, sacudindo um dedo, aborrecido, para Simas. - Esses bandidinhos podem ser diabolicamente astutos!
Os diabretes eram azul-elétrico e tinham uns vinte centímetros de altura, os rostos finos e as vozes tão agudas que pareciam um bando de periquitos fazendo algazarra. No instante em que a cobertura foi retirada, eles começaram a falar e a voar de maneira rápida e excitada, a sacudir as grades e a fazer caras esquisitas para as pessoas mais próximas.
- Certo, então - disse Lockhart em voz alta. - Vamos ver o que vocês acham deles! - E abriu a gaiola.
Foi um pandemônio. Os diabretes disparavam em todas as direções como foguetes. Dois deles agarraram Neville pelas orelhas e o ergueram no ar. Vários outros voaram direto pelas janelas fazendo cair uma chuva de estilhaços de vidro no canteiro. Os demais se puseram a destruir a sala de aula com mais eficiência do que um rinoceronte desembestado. Agarraram tinteiros e salpicaram a sala de tinta, picaram livros e papéis, arrancaram quadros das paredes, viraram a cesta de lixo, pegaram as mochilas e livros e os atiraram contra as vidraças quebradas; em poucos minutos, metade da classe estava abrigada embaixo das carteiras e, Neville, pendurado no teto pelo lustre de ferro.
- Vamos, vamos, reúnam eles, reúnam eles, são apenas diabretes - gritou Lockhart.
Ele enrolou as mangas, brandiu a varinha e berrou:
- Peskipiksi Pesternomi!
As palavras não produziram efeito algum; um dos diabretes se apoderou da varinha e atirou-a também pela janela. Lockhart engoliu em seco e mergulhou embaixo da mesa, escapando por pouco de se esmagado por Neville, que despencou um segundo depois quando o lustre cedeu.
Yasmin saiu de onde estava e foi em direção a Neville. A sineta tocou e os alunos saíram da sala. Yasmin olhou para Neville e disse:
- Está tudo bem?
- Sim - disse Neville quase gemendo
- Vem, eu te levo para a ala hospitalar. - disse Yasmin
Os dois saíram deixando Harry, Rony, Hermione e Lockhart na sala.

Nenhum comentário:

Postagens populares