quinta-feira, 19 de julho de 2012

    - Capitulo onze-
  A Poção Polissuco


O ataque duplo a Justino e a Nick Quase Sem Cabeça transformou o que até ali fora nervosismo em verdadeiro pânico. Curiosamente era o destino do fantasma que mais parecia preocupar as pessoas. O que poderia fazer aquilo a um fantasma? elas perguntavam umas às outras; que poder terrível poderia fazer mal a alguém que já estava morto? Houve quase uma corrida para reservar lugares no Expresso de Hogwarts que iria levar os alunos para a casa no natal.
- Nesse ritmo, seremos os únicos a ficar para trás - Yasmin ouviu Rony dizer a Harry e Hermione - Nós, Draco, Crabbe e Goyle. Que beleza de férias vamos ter!
Yasmin também ficaria em Hogwarts durante as férias de natal. Não queria ficar em casa somente com Skirpt durante as férias do dia em que nascera. Assim poderia também ficar suas férias junto a Draco e seus amigos.
Não seriam férias tão ruins!
Enfim o período letivo terminou, e um silêncio profundo como a neve desceu sobre o castelo. Enquanto ficava ma Torre da Grifinória, Yasmin tinha que se manter invisível, pois além dela só tinha Harry, Hermione e os Weasley, estes achavam que estavam sozinhos na torre. Mas Yasmin resolveu passar a maior parte do tempo na masmorra da Sonserina, pois lá teria pelo menos o que fazer.


A manhã de Natal despontou fria e branca. Yasmin acordou um pouco mais animada do que o normal. Era a manhã do dia que Yasmin mais gostava. Além de ser seu aniversário, Yasmin iria passar o dia todo com Skirpt e de noite ficaria com Draco.
Logo que levantou viu uma pilha de presentes. Abriu primeiro o de Hagrid, um saco com alguns(lê-se vários) doces. Yasmin colocou-os em sua mesa de cabeceira, pensando em comer mais tarde. Depois abriu o presente de Snape. Um livro de feitiços que vinha com um Kit de 5 varinhas e ainda um bilhete:
    
        "Feliz aniversário, Yasmin. Este livro vai te ajudar a aprender diversos feitiços que lhe podem         
              ser uteis. As varinhas são para o caso de precisar trocar a sua.
                                                                                                                  Atenciosamente, Snape"


Colocou o livro e as varinhas em sua mala, pretendendo usar nas férias de verão. Pegou um pacote extremamente grande. Abriu o cartão que vinha junto.


    " Feliz aniversário, Yasmin. Meu presente vai nos ajudar nas aulas de quadribol. Espero que goste.
                                                                                                                                               Draco"

Abriu rapidamente o embrulho e ficou admirada pelo que viu. Uma Nimbus 2001
Pensou que poderia usa-las imediatamente, mas achou melhor esperar até a próxima aula que teria.
Deixou a Nimbus num canto do quarto e olhou novamente para onde estava a pilha de presentes. Só restava mais um envelope. Yasmin o pegou e leu:


     "Feliz aniversário, Yasmin. Lamento lhe informar que este ano não te dou presente algum, apenas meus parabéns e um lembrete. Abra mais vezes o livro de feitiços de seus pais, ele pode ser extremamente útil. Use também a maioria dos presentes que ganhou, todos serão uteis algum dia.
                                                                                                          Com amor, Dumbledore
                                                                              Ps: Mesmo os piores presentes podem lhe ser uteis"


Imediatamente Yasmin foi até sua mala e pegou o livro de feitiços de seus pais e abriu na segunda página.


                                                     "Feitiço orelha de Morcego
Este feitiço faz com que a pessoa que o usar ouça tudo que se fala no local em que esta. 
Para usa-lo só precisa apontar a varinha para sua orelha e pensar a seguinte frase: 'Quero poder ouvir tudo o que se passa despercebido' e para desfaze-lo é só pensar: 'Quero voltar a ouvir normalmente'.
                                                             Ps: Só funciona com membros da família que o inventou"


Yasmin decidiu usa-lo imediatamente. Apontou a varinha para a sua orelha e pensou a frase. Não sentiu diferença por estar sozinha, mas resolveu continuar usando para ver o que acontecia.
Saiu do quarto esperando ouvir vozes, e logo percebeu que não tinha ninguém na torre. "Ou eles foram almoçar bem cedo, ou eu demorei de mais para me arrumar e abrir os presente." pensou Yasmin já saindo da torre e indo na direção da cozinha.
Logo que chegou, Yasmin foi recebida pelos elfos domésticos.
- Senhorita Yasmin, como está? - perguntou um elfo sorrindo.
- Estou bem. Feliz natal para todos! - disse Yasmin sorrindo.
- Feliz aniversário, senhorita Yasmin! - disseram todos em os elfos em coro.
Skirpt apareceu do meio dos elfos com um pacote grande e entregou a Yasmin.
- Esse é um presente de todos os elfos domésticos. Esperamos que goste! - disse Skirpt.
Yasmin abriu o pacote e dentro tinha um livro com o titulo: "Paladar dos Bruxos". Um livro com mais de 300 páginas sobre receitas que todos os bruxos amam. Aparentemente feito pelos próprios elfos, por ter diversas letras.
Olhou para os elfos e todos estavam com brilho nos olhos esperando a resposta de Yasmin.
- Eu amei! - disse Yasmin, sorrindo, e os elfos se alegraram - Vai ser bem útil de agora em diante.
Os elfos festejaram e mostraram para Yasmin o almoço.
- Quero que todos comam comigo. - disse Yasmin, sorrindo, e olhando a cara de preocupação dos elfos acrescentou - Tem muita comida aqui, da para todos comermos.
Os elfos concordaram e comeram.
Yasmin ficou a tarde toda com os elfos, e quando o fim da tarde, Skirpt apareceu com um bolo em formato de dragão, representando o fato de Yasmin saber falar com dragões, representando o fato de Yasmin saber falar com dragões. Todos comeram felizes e Yasmin pediu para que dessem a ela o pedaço generoso que sobrou e o levou.
Foi indo em direção a masmorra da Sonserina e viu Crabbe e Goyle conversando no final do corredor.
- Não balance os braços desse jeito - murmurou Goyle para Crabbe
- Hein?
- Crabbe mantém os braços meio duros...
- Que tal assim?
- É assim está melhor...
Os dois desceram as escada de mármore. Yasmin achou estranha a conversa deles, e ficou invisível e os seguiu. Achou mais estranho ainda, pois os dois pareciam não saber onde ir.
- Alguma ideia? - murmurou Goyle
- Os alunos da Sonserina sempre vêm daquela direção para tomar café da manhã. - disse Crabbe indicando com a cabeça a entrada para as masmorras. Mal as palavras saíram de sua boca e uma menina de cabelos longos e crespos saiu pela entrada.
- Desculpe - disse Crabbe, correndo para ela. - Esquecemos qual é o caminho para o nosso salão comunal.
- Como? - perguntando a garota empertigada. - Nosso salão comunal? Eu sou da Corvinal.
E se afastou olhando desconfiada para os dois.
Yasmin continuou seguindo-os, achando algo muito estranho. "Crabbe e Goyle não são muitos inteligentes, mas não esqueceriam o caminho para a masmorra da Sonserina. E Crabbe não é educado com os outros, ou melhor, os dois não falam nada. Definitivamente esses não são Crabbe e Goyle." pensou Yasmin ainda os seguindo.
- Rá! - gritou Crabbe excitado - Aí vem um deles agora! 
O vulto vinha saindo de um aposento lateral. Era Percy.
- Que é que você está fazendo aqui em baixo? - perguntou Crabbe surpreso
Percy fez cara de afrontado.
- Isto - disse se empertigando - não é da sua conta. É o Crabbe, não é?
- Que, ah, sim - disse Crabbe.
- Muito bem, já para os seus dormitórios - disse Percy com severidade. - Não é seguro ficar andando por corredores escuros hoje em dia.
- Mas como é que você está andando? - lembrou Crabbe
- Eu - disse Percy empertigando-se - sou monitor. Nada vai me atacar. 
De repente ecoou uma voz atrás de Goyle e Crabbe. Draco vinha em direção ao grupo.
- Aí até que enfim - disse ele com voz arrastada, olhando para os dois. - Estiveram se empanturrando no Salão Principal esse tempo todo? Andei procurando por vocês, quero que vejam uma coisa realmente engraçada.
Draco lançou um olhar mortífero a Percy.
- E o que é que você está fazendo aqui em baixo, Weasley? - perguntou com desdém
Percy parecia indignado.
- Vocês precisam mostrar um pouco mais de respeito por um monitor da escola! - disse - Não gosto da sua atitude!
Draco riu debochado e fez sinal para Crabbe e Goyle o seguirem.
Os dois ficaram parados por um tempo, mas logo correram atrás de Draco, que disse assim que viraram o corredor.
- Esse Peter Weasley...
- Percy - Crabbe corrigiu-o
- O que seja. Tenho visto ele rondando por aqui um bocado ultimamente. E aposto como sei o que está aprontando. Acha que vai pegar o herdeiro de Slytherin sozinho.
Draco deu uma risada curta e debochada. Crabbe e Goyle se entreolharam animados.
Draco parou junto a um trecho da parede de pedra, liso e úmido.
- Como é mesmo a senha? - perguntou a Goyle.
- Ah... - hesitou Goyle
- Ah, já sei... puro-sangue! - disse Draco, sem parar para ouvir, e uma porta de pedra escondida na parede deslizou. Draco entrou e Crabbe e Goyle o seguiram.
Yasmin não conseguiu entrar com eles. Ficou esperando ao lado de fora, pois não poderia entrar devido a situação estranha.
Como sabia que aqueles definitivamente não eram Crabbe e Goyle, resolveu esperar até que saíssem.
Pensou em quem poderiam ser aqueles dois garotos, e lembrou de Harry, Rony e Hermione e a poção Polissuco no banheiro da Murta Que Geme.
Harry e Rony estavam lá dentro com Draco. Isso já era certeza, mas Yasmin ainda tinha uma dúvida: Onde estava Hermione?
Perguntaria isso a Murta.
Ficou esperando por um bom tempo, até que ouviu o barulho da porta e se virou para ela. Viu Harry e Rony correndo apressados do salão com o uniforme  da Sonserina.
Esperou um pouco para pegar a varinha, ficar visível e entrar.
- Yasmin, que bom que veio. Já estava achando que não viria. - disse Draco, sorrindo.
- Eu disse que viria, não iria deixar de vir - disse Yasmin, também sorrindo e se sentando em um sofá de frente para Draco.
- Você viu Crabbe e Goyle quando entrou? - perguntou Draco
- Não, por que? - disse Yasmin calmamente, mas nervosa por estar mentindo.
- Eles estavam estranhos, me fizeram perguntas e saíram correndo. - disse Draco.
- Que tipo de perguntas? - perguntou Yasmin curiosa.
- Sobre a Câmara Secreta e o herdeiro de Slytherin.
- Ei, falando nisso, mandou a carta pro seu pai?
- Sim! - disse Draco devagar.
- E o que ele disse? - perguntou Yasmin, mantendo a calma.
- Ele só me disse que ela foi aberta a cinquenta anos, antes do tempo dele, mas ele sabe tudo o que aconteceu e diz que o caso foi abafado e que vai levantar suspeitas se eu souber de muita coisa. Mas uma coisa eu sei, a última vez que a Câmara Secreta foi aberta, um sangue-ruim morreu, e...
- Draco, não fale assim deles. - disse Yasmin séria.
- Oh, me desculpe Yasmin, foi força do abito. - disse Draco sorrindo sincero. - Bem, quem abriu a Câmara foi expulso. Ainda deve estar em Azkaban. 
- Isso é bem estranho, e... - Yasmin foi interrompida pelo barulho da porta do salão sendo aberta. Logo Crabbe e Goyle(os verdadeiros) estavam no salão.
- Feliz aniversário, Yasmin. - disseram os dois juntos.
- Ah, Yasmin, desculpa ter esquecido, é que estávamos entretidos na conversa. - disse Draco. - Feliz aniversário, Yasmin.
- Obrigado garotos. Feliz natal para vocês. E não se preocupe Draco, a Nimbus já diz tudo. - disse Yasmin rindo.
- Nimbus? - perguntou Crabbe parecendo nervoso.
- Sim, Crabbe, dei uma Nimbus 2001 de presente para Yasmin. - disse Draco
- Ma-mas e a minha vassoura? Vo-você não ia usar? - perguntou Crabbe gaguejando
- Você não parecia querer emprestar, então pedi para meu pai comprar uma. - disse Draco, rindo do nervosismo do amigo.
- Como conseguiu que seu pai comprasse uma Nimbus para mim? - perguntou Yasmin
- Eu disse que estava dando aulas para uma amiga, e que estávamos usando a vassoura do Crabbe e disse que seu aniversário estava próximo e queria te dar uma Nimbus 2001 de presente. Ele gostou da ideia e comprou. - disse Draco sorrindo.
Yasmin sorriu e lembrou do pote em suas mãos.
- Ah, trouce um pedaço do bolo que os elfos fizeram. - disse sorrindo.
Conjurou três pratos e deu um pedaço para cada um.
- Obrigado. - disseram os três em coro.
- É a cabeça de um dragão? - perguntou Goyle surpreso.
- Sim, o bolo era em formato de dragão. - disse Yasmin
- Muito bom! - disse Draco.
Yasmin olhou para eles sorrindo e percebeu que Crabbe estava calado e triste.
- Ei, o que foi Crabbe? Fizemos algo de errado? - perguntou se sentando ao seu lado.
- N-não. - gaguejou ele - É que eu queria ter te dado um presente legal como o Draco - continuou triste.
- Só de você ser meu amigo e estar aqui hoje já é um ótimo presente. - disse Yasmin sorrindo e logo em seguida abraçando o Crabbe.
Depois do abraço, Crabbe ficou sorrindo feito bobo.
- Bom, agora eu tenho que ir garotos. - disse Yasmin - Vejo vocês por ai.
- Até mais, Yasmin. - disseram os três em coro.
Yasmin se encaminhou para o banheiro de Murta Que Geme o mais depressa que conseguiu.
- Musta, posso te fazer algumas perguntas? - disse assim que entrou.
Musta saiu de seu box.
- Claro que pode, Yasmin. - disse ela sorrindo.
- Harry, Rony e Hermione tomaram a poção Polissuco, não é? - perguntou Yasmin calmamente
- Sim! - disse Murta simplesmente
- E por que Hermione não foi junto com Harry e Rony?
- A poção deu errado para ela, e ela se transformou em algo parecido com um gato. - disse Murta rindo
- Obrigada pelas informações Murta. Tenha uma boa noite. - disse Yasmin sorrindo e saindo do banheiro.
Foi em direção a torre da Grifinória e logo adormeceu.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

- Capitulo dez -
   Mais um aluno é petrificado





Logo depois de Harry, Rony e Hermione saírem do salão, Lockhart disse:
- Bem, por hoje é só. - disse com um falso sorriso no rosto. - Se alguns de vocês ainda quiser falar comigo, aproveitem a oportunidade.
Yasmin saiu do salão assim que Lockhart terminou a frase. Foi em direção da sala comunal da Grifinória. Assim que chegou na porta ouviu a voz de Harry.
- O que não é legal? - disse com raiva. - Qual é o problema com todo mundo? Escuta aqui, se eu não tivesse dito aquela cobra para não atacar Justino...
- Ah, então foi isso que você disse?
- Que quer dizer com isso? Vocês estavam lá, vocês me ouviram...
- Ouvi você falar esquisito - disse Rony. - Língua de cobra. Você podia ter dito qualquer coisa, não admira  que o Justino tenha entrado em pânico, parecia que você estava convencendo a cobra a fazer alguma coisa, deu arrepios, sabe...
- Eu falei uma língua diferente? Mas, eu não percebi, como posso falar uma língua sem saber que posso falá-la?
Tanto Rony quanto Hermione não responderam nada.
- Querem me dizer o que há de errado em impedir uma enorme cobra de arrancar a cabeça do Justino? Que diferença faz como foi que eu fiz isso, desde que o Justino não precise se associar ao clube dos Caçadores Sem Cabeça?
- Faz diferença, sim - disse Hermione, falando, afinal, num tom abafado -, porque a capacidade de falar com cobras foi o dom que tornou Salazar Slytherin famoso. É por isso que o símbolo da Sonserina é uma serpente.
- Exatamente - confirmou Rony. - E agora a escola inteira vai pensar que você é o tetra-tetra-tetra-tetra-neto ou coisa parecida...
- Mas eu não sou - disse Harry, em pânico.
- Você vai achar difícil provar isso - falou Hermione. - Ele viveu há mil anos; pelo que se sabe, você podia muito bem ser descendente dele.
Quando Hermione terminou de falar, Yasmin entrou. Aproveitou que os três amigos estavam distraídos e foi para seu quarto.

Naquela mesma noite, Yasmin descobriu uma coisa um tanto inquietante sobre a sua ligação com Harry. Além de ter visões, Yasmin agora podia ouvir os pensamentos de Harry mesmo a distancia.
Enquanto floquinhos de neve caiam diante da torre ele ficou imaginando...
"Será que podia ser descendente de Salazar Slytherin? Afinal não sabia nada sobre a família do seu pai. Os Dursley sempre o proibiam de fazer perguntas sobre parentes bruxos."
Alguns segundos depois Yasmin ouviu outro pensamento.
"Mas eu sou da Grifinória. O Chapéu Seletor não teria me posto aqui se eu tivesse sangue de Slytherin..."
"Ah, disse uma vozinha perversa em seu cérebro, mas o Chapéu Seletor queria pôr você na Sonserina, não se lembra?"
Depois os pensamentos de Harry foram parados pelos próprios pensamentos de Yasmin:
"Harry seria mandado para a Sonserina? Mas como eu não soube..." Yasmin se lembrou do dia da Seleção "Minha conexão com Harry não estava muito forte nessa época, e eu estava bem longe de Harry para ouvir qualquer coisa."
Yasmin ficou pensando por um tempo e acabou adormecendo.
Na manhã seguinte, a neve que começara a cair de noite se transformara numa nevasca tão densa que a última aula de Herbologia do período letivo foi cancelada: A Profª Sprout queria pôr meias e encharpes nas mandrágoras, uma operação melindrosa que ela não confiaria a mais ninguém, agora que era tão importante as mandrágoras crescerem depressa para ressuscitar Madame Nor-r-ra e Collin Creevey.
Harry preocupava-se com isso sentado junto à lareira na sala comunal da Grifinória, enquanto Rony e Hermione aproveitavam o tempo para jogar uma partida de xadrez de bruxo.
- Pelo amor de Deus, Harry - disse Hermione exasperada, quando um bispo de Rony desmontou um cavalo dela e o arrastou para fora do tabuleiro. - Vá procurar o Justino se isso é tão importante para você.
Então Harry se levantou e saiu pelo buraco do retrato, imaginado onde Justino poderia estar.
Yasmin logo pegou sua varinha, ficou invisível e o seguiu.
O castelo estava mais escuro que normalmente era durante o dia, por causa da neve grossa e cinzenta que descia rodopiando pelo lado de fora das janelas. Transido de frio, Harry passou por salas onde havia aulas, captando vislumbres do que acontecia lá dentro. A Profª Mcgonagall gritava com alguém que, pelo que parecia, tinha transformado o colega em um texugo. Harry passou adiante, resistindo o impulso de espiar para dentro e, lembrando que Justino talvez estivesse usando o tempo livre pata tirar o atraso em alguma matéria, decidiu verificar primeiro na biblioteca.
Vários alunos da Lufa-Lufa que deviam estar na aula de Herbologia se achavam de fato sentados no funda da biblioteca, mas não pareciam estar trabalhando. Entre as longas fileiras de estantes, Harry( eYasmin) podia ver que suas cabeças estavam muito juntas e que aparentemente mantinham uma conversa absorvente. Não conseguia ver se Justino estava no grupo. Foi andando em direção a eles e, quando começou a ouvir alguma coisa que diziam, parou para escutar melhor, escondido na seção da Invisibilidade.
- Então, em todo caso - falava um menino forte -, eu disse ao Justino para se esconder no nosso dormitório. Quero dizer, se Potter o escolheu para sua próxima vitima, é melhor ele ficar pouco visível por uns tempos. É claro que Justino estava esperando uma coisa dessas acontecer desde de que deixou escapar para Potter que vinha de família trouxa. Justino chegou até a contar que os pais tinham feito reserva para ele em Eton. Isso não é o tipo de coisa que se fale assim, com o herdeiro de Slytherin à solta, não é mesmo?
- Então decididamente você acha que é o Potter, Ernie? - perguntou, ansiosa, uma menina menina loura de marias-chiquinhas.
- Ana - disse o garoto forte, solenemente -, ele é um ofidioglota. Todo mundo sabe que isso é a marca do bruxo das trevas. Você já ouviu falar de um bruxo decente que soubesse falar com cobras? Chamavam o próprio Slytherin de língua de serpente.
Seguiram-se muitos murmúrios depois disso e Ernie continuou:
- Lembram o que estava escrito na parede? Inimigos do herdeiro, cuidado. Potter teve um problema com Filch. Logo em seguida a gata de Filch é atacada. Aquele aluno do primeiro ano, o Creevey, estava aborrecendo Potter no jogo de quadribol, tirando fotos dele estirado na lama. Logo em seguida, Creevey foi atacado.
- Mas ele sempre pareceu tão gentil - disse Ana em dúvida -. e foi quem fez Você-Sabe-Quem desaparecer. Ele não pode ser tão ruim assim, pode?
Ernie baixou a voz, miterioso, os alunos da Lufa-Lufa se curvaram mais para a frente, e Harry se aproximou mais para poder captar as palavras de Ernie.
- Ninguém sabe como foi que ele sobreviveu àquele ataque do Você-Sabe-Quem, quero dizer, ele era só um bebê quando a coisa aconteceu. Devia ter explodido em pedacinhos. Só um mago das trevas realmente poderoso poderia ter sobrevivido a um ataque daqueles. - E baixando a voz até quase um sussurro, continuou: - Vai ver é por isso que Você-Sabe-Quem queria matá-lo para começar. Não queria outro bruxo das trevas concorrendo com ele. Que outros poderes será que o Potter anda escondendo?
Harry não conseguiu aguentar mais. Pigarreando alto, saiu de trás das estantes. Se não estivesse tão zangado, teria achado engrassada a cena que o aguardava: cada aluno da Lufa-Lufa parecia ter se petrificado só de vê-lo, e a cor foi se esvaindo do rosto de Ernie.
- Olá - disse Harry. - Estou procurando Justino Finch-Fletchley.
Os receios dos garotos da Lufa-Lufa claramente se confirmaram. Todos olharam cheios de medo para Ernie.
- Que é que você quer com ele? - perguntou Ernie com voz trêmula.
- Eu queria dizer a ele o que realmente aconteceu com aquela cobra no Clube dos Duelos.
Ernie mordeu os lábios brancos, tomou fôlego e disse:
- Nós estavamos todos lá. Vimos o que aconteceu.
- Então vocês repererem que depois que falei com a cobra ela recuou? - perguntou Harry
- Só o que vi - disse Ernie, insistente, embora tremesse enquanto falava - foi você falando em língua de cobra e açulando o bicho para cima de Justino.
- Eu não açulei a cobra para cima dele! - protestou Harry, a voz trêmula de raiva. - A cobra nem encostou nele!
- Por pouco. E caso você esteja tendo novas ideias - acrescentou depressa-, é melhor eu informá-lo que pode investigar minha família por nove gerações de bruxos, e que o meu sangue é tão puro quanto o de qualquer outro, portanto...
- Não ligo a mínima para o tipo de sangue que você tem! - tornou Harry furioso - Por que eu iria querer atacar pessoas que nasceram trouxas?
- Ouvi dizer que você detesta os trouxas com quem mora - disse Ernie na mesma hora.
- É impossível morar com os Dursley e não detesta-los. Eu gostaria de ver você no meu lugar.
E dando meia-volta, saiu furioso da biblioteca, ganhando um olhar de reprovação de Madame Pince, que estava lustrando a capa dourada de um grande livro de feitiços.
Harry saiu pelo corredor às tontas, mal reparando onde ia, tal era sua fúria. Nem reparou em Hagrid vindo em sua direção.
- Ah, olá, Hagrid - disse Harry, erguendo a cabeça.
O rosto de Hagrid estava inteiramente oculto pelo gorro de lã esbranquiçado de neve, mas não podia ser mais ninguém, pois ele praticamente ocupava o corredor com aquele seu casacão de pele de toupeira. Um galo morto pendia de suas enormes mãos enluvadas.
- Tudo bem, Harry? - perguntou ele, empurrando o gorro para trás para poder falar.- Você não está em aula?
- Cancelada - disse Harry, levantando-se. - Que é que você está fazendo aqui?
Hagrid ergueu o galo inerte.
- É o segundo que matam nesse período letivo - explicou. - Ou é raposa ou bicho-papão e preciso permissão do diretor para lançar um feitiço em volta do galinheiro.
Por debaixo das sobrancelhas grossas e salpicadas de neve ele examinou Harry com mais atenção.
- Você tem certeza de que está bem? Está cheio de calor e zanga...
- Não é nada. É melhor eu ir andando, Hagrid, a próxima aula é Transformações e tenho que apanhar meus livros.
Ele se afastou. Yasmin continuou seguindo-o.
Harry subiu a escada batendo os pés e entrou em outro corredor que estava particularmente escuro; os archotes tinham sido apagados por uma corrente de ar forte e gelada que entrava por uma vidraça solta. Estava na metade do corredor quando caiu estendido em cima de uma coisa que havia no chão.
Yasmin olhou para a tal coisa, e ficou horrorizada pelo que viu. Harry virou-se para ver melhor e também parecia assustado.
Justino Finch-Fletchley jazia no chão, duro e frio, uma expressão de choque fixa no rosto, os olhos, sem visão, voltados para o teto. E não era tudo. Ao lado dele outro vulto.
Nick Quase Sem Cabeça, que agora deixara de ser branco-pérola e transparente e se tornara preto e fumegante, e flutuava imóvel na horizontal, a mais de um metro e meio do chão. Sua cabeça estava quase inteiramente solta, e seu rosto tinha uma expressão de choque idêntica à de Justino.
Harry ficou em pé, Yasmin seguiu os passos dele. Ele olhou para uma lado do corredor deserto e para o outro e viu uma fila de aranhas que se afastava o mais depressa possível dos corpos. Os únicos sons que se podia ouvir eram as vozes abafadas dos professores nas salas de aula de cada lado.
Harry parecia pensar no que fazer, pois parecia aflito.
Enquanto ele estava parado, cheio de pânico, uma porta se abriu com uma batida. Pirraça o poltergeist, saiu em disparada.
- Ora, é o Potter Pirado! - zombou ele, entortando os óculos de Harry ao passar por ele. - Que é que o Potter está aprontando? Por que é que o Potter está rondando...
Pirraça parou no meio de uma cambalhota no ar.
Yasmin percebeu que pirraça iria fazer algo não muito favorável a Harry. Saiu correndo imediatamente para a sala de Dumbledore.
Ainda conseguiu ouvir um grito de Pirraça, mas não entendeu o que ele dizia.
Logo chegou a porta da sala e dicou visível.
- Professor, preciso falar com o senhor. - disse batendo na porta.
- Entre! - Dumbledore disse calmamente.
- Professor, o assunto é um pouco delicado, e não podemos deixar mais alguém ouvir. - Yasmin disse rapidamente.
Dumbledore fez sinal para que Yasmin o segui-se e subiu as escadas que tinham no escritório.
- Me diga que assunto delicado é este Yasmin! - disse Dumbledore ainda calmo.
-Professor, houve mais um ataque - Yasmin pausou e Dumbledore fez sinal para que continua-se. - Justino Finch-Fletchley e Nick Quase Sem Cabeça são as vitimas.
- Como sabe disso Yasmin? - Dumbledore perguntou.
- Eu estava seguindo Harry e ele esbarrou no corpo de Justino, Nick Quase sem cabeça estava parado ao seu lado sem se mover  e estava preto e fumegante - Yasmin pausou para pensar no que diria a seguir. - Arranhas saiam o mais depressa possível, sem querer chegar perto dos dois. Pirraça apareceu saindo de uma das portas e viu a cena. Agora todos devem estar achando que foi Harry quem os atacou, mas eu posso provar que não, ele estava comigo, ou melhor, eu estava com ele durante o ataque, andando pela escola, ele até encontrou Hagrid e alguns alunos da Lufa-Lufa e...
- Se acalme, Yasmin - disse Dumbledore a interrompendo - Realmente não acho que Harry faria alguma coisa contra alguém.
- Então o senhor acredita que ele é inocente?
- Sim, mesmo que você também não tivesse me falado tudo isso, não acreditaria que Harry seria capaz de atacar alguém. - disse Dumbledore, sorrindo. - E acho que você é uma ótima pessoa, de bom coração, e fez muito bem em ter vindo dizer que Harry é inocente.
Yasmin sorriu e ouviu um barulho no andar de baixo.
- Acho que tem alguém aqui - disse pegando a varinha e ficando invisível.
- Esse feitiço é bem útil! - disse Dumbledore, sorrindo e indo ao andar de baixo.
Yasmin o seguiu. Já no andar de baixo, viram Harry assustado.
- Professor - ofegou Harry - Seu pássaro, eu não pude fazer nada, ele simplesmente pegou fogo...
Dumbledore sorriu.
- Já não era sem tempo. Ele tem andado com uma aparência medonha há dias; e venho dizendo a ele para se apressar.
E deu uma risadinha a ver a cara de espanto de Harry.
- Fawkes é uma fênix, Harry. As fênix pegam fogo quando chega a hora de morrer e tornar a renascer das cinzas. Olhe ele...
Harry olhou em tempo de ver um pássaro minúsculo, amarrotado, recém-nascido botar a cabeça para fora das cinzas.
- É uma pena que você a tenha visto no dia em que queimou - disse Dumbledore, sentando-se à escrivaninha - Na realidade ela é muito bonita quase o tempo todo, tem uma plumagem vermelha e dourada. Criaturas fascinantes, as fênixes. São capazes de sustentar cargas pesadíssimas, suas lágrimas tem poderes curativos e são animais de estimação muitíssimos fiéis.
Dumbledore se acomodou no cadeirão à mesa e encarou Harry com aquele seus olhos azul-claros e penetrantes.
Mas antes que Dumbledore pudesse dizer outra palavra, a porta da sala se escancarou com estrondo, e Hagrid entrou, um olhar selvagem nos olhos, o gorro encarrapitado no alto da cabeça desgrenhada e o galo morto ainda balançando em uma das mãos.
- Não foi Harry, Prof. Dumbledore! - disse Hagrid pressuroso. - Eu estava falando com ele segundos antes daquele garoto ser encontrado, ele nunca teria tido tempo, meu senhor...
Dumbledore tentou dizer alguma coisa, mas Hagrid continuou falando, sacudindo o galo, fazendo voar penas para todo o lado.
- ... não pode ter sido ele, eu juro até na frente do Ministro da Magia, se precisar...
- Hagrid, eu...
- ... o senhor pegou o garoto errado, meu senhor, eu sei que Harry jamais...
- Hagrid! - disse Dumbledore em voz alta - Eu não acho que Harry tenha atacado essas pessoas.
- Ah - acalmou-se Hagrid, o galo pendurado imóvel a um lado. - Certo. Então vou esperar lá fora, diretor.
E saiu num repelão, parecendo constrangido.
- O senhor não acha que fui eu, professor? - repetiu Harry esperançoso enquanto Dumbledore espanava as penas de galo de cima de sua escrivaninha.
- Não, Harry, não acho - seu rosto novamente grave. - Mas ainda assim quero falar com você.
Harry esperou nervoso enquanto Dumbledore o estudava, as pontas dos seus longos dedos juntas.
- Preciso lhe perguntar, Harry, se tem alguma alguma coisa que você gostaria de me perguntar - disse gentilmente. - Qualquer coisa.
Harry ficou parado por um tempo, parecendo pensar na resposta certa.
- Não - disse Harry. - Não tem nada, não, professor...
Harry ficou mais alguns instantes na sala e depois saiu.
Yasmin ficou visível.
- Sinto que vocês estão me escondendo algo. - disse Dumbledore sério.
- Professor, se estivermos escondendo algo, tenha certeza de que tem um bom motivo. - disse Yasmin - Mas agora eu acho melhor eu ir. Até logo professor.
E saiu da sala  pensando se tinha feito certo em não contar a Dumbledore o que estava acontecendo com Harry.

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