sexta-feira, 30 de setembro de 2011

                                     - Capitulo oito -
                            O primeiro aluno é petrificado


Madame Promfey não ficou nada satisfeita.
- Você deveria ter vindo me procurar diretamente! - dizia furiosa, erguendo a lamantável sobra do que fora, maia hora antes, um braço útil. - Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...
- A senhora vai conseguir, não é? - perguntou Harry desesperado.
- Claro que vou, mas vai ser doloroso - disse Madame Pomfrey sombriamente, atirando um pijama para Harry. - Você vai ter que passar a noite...
Hermione e Yasmin (invisivel é claro) esparavam do outro lado da cortina que fora fechada em torno da cama de Harry, enquanto Rony o ajudava a vestir o pijama. Levou algum tempo para enfiar na manga o braço mole e sem ossos.
- Como é que você consegue defender o Lockhart agora, Hermione, hein? - Rony perguntou através da cortina enquanto puxava os dedos inertes de Harry pelo punho da manga. - Se Harry quisesse ser desossado ele teria pedido.
- Qualquer um pode se enganar - respondeu Hermione - E não está doendo mais, está Harry?
- Não - disse Harry, entrando na cama. - Mas também não faz mais nada.
Quando ele se deitou, o braço balançou molemente.
Hermione e Madame Pomfrey deram a volta à cortina. Madame Pomfrey vinha segurando um garrafão de alguma coisa rotulada Esquelesce.
- Você vai enfrentar uma noite difícil - disse, servindo um copo grande de boca larga e fumegante e entregando-o a Harry. - Fazer ossos crecerem de novo é uma coisa complicada.
O líquido pareceu ser orrivel. Harry tossiu e gospiu o líquido com uma careta. Ainda lamentando os esportes perigosos e os professores ineptos, Madame Pomfrey se retirou, deixando Rony e Hermione ajudarem Harry a engolir um pouco de água.
- Mas ganhamos - disse Rony, um grande sorriso se abrindo no rosto. - Foi uma captura e tanto a que você fez. A cara do Malfoy... ele parecia que ia matar alguém...
- Eu queria saber como foi que ele alterou aquele balaço - disse Hermione sombriamente.
- Podemos acrescentar mais esta à lista de perguntas que vamos fazer a ele quando tomarmos a Poção Polissuco - disse Harry deixando-se afundar nos travesseiros. - Espero que tenha um gosto melhor do que esta coisa...
A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Harry.
- Incrível aquele vôo, Harry - disse Jorge. - Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz.
Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Harry e davam inicio ao que prometia ser uma festança, quando Madame Promfrey apareceu como um tufão, gritando:
- Esse menino precissa de descanso, precisa fazer crescer trinta e três ossos! Fora! FORA!
E todos sairam, todos menos Yasmin que continuou invisivel e sentou-se na cama ao lado da de Harry, decidida a ficar ali até que Harry melhora-se.

Yasmin ficou a noite inteira acordada, com medo que Harry sai-se e se machuca-se novamente.
Harry acordou no meio da noite um tanto confuso. Yasmin percebeu que alguém estava passando uma esponja na testa de Harry.
- Fora daqui! - gritou Harry alto e em seguida - Dobby!
Um elfo domestico usando o que parecia ser uma fronha estava em cima da cama de Harry. Uma lágrima solitária escorria pelo seu nariz longo e fino.
- Harry Potter voltou para a escola - murmurou ele infeliz. - Dobby avisou e tornou a avisar Harry Potter. Ah, meu senhor, por que não prestou atenção en Dobby? Por que Harry Potter não voltou para casa quando perdeu o trem?
Harry se ergueu, poiando-se nos travesseiros e empurrou para longe a esponja de Dobby.
- Que é que você está fazendo aqui? - perguntou. - E como sabe que perdi o trem?
O lábio de Dobby tremeu, e Harry foi assaltado por uma repentina suspeita.
- Foi você! - disse lentamente. - Você impediu a barreira de nos deixar passar!
- Com certeza, meu senhor - Dobby confirmou vigorosamente com a cabeça, as orelhas abanando. - Dobby se escondeu e esperou Harry Potter e selou o portão, e Dobby teve que passar as mãos ao ferro depois - mostrou a Harry os dez dedos compridos enfaixados -, mas Dobby não se importou, meu senhor, por que pensou que Harry Potter estava seguro, e Dobby nunca sonhou que Harry Potter fosse chegar à escola por outro meio!
O elfo se balançava para frente e para trás, sacudindo a cabeça.
- Dobby ficou tão chocado quando soube que Harry Potter tinha voltado a Hogwarts que deixou o jantar de seu dono queimar! Dobby nunca foi tão açoitado, meu senhor...
Harry afundou de volta nos travesseiros.
- Você quase fez com que Rony e eu fôssemos expulsos - disse furioso. - É melhor desaparecer antes que os meus ossos voltem, Dobby, ou eu ainda estrangulo você.
Dobby deu um leve sorriso.
- Dobby está acostumado com ameaças de morte, meu senhor. Em casa, Dobby as recebe cinco vezes por dia.
O elfo assoou o nariz numa ponta da fronha imunda que usava.
- Por que você usa isso Dobby? - perguntou Harry curioso.
- Isso, meu senhor? - disse Dobby, puxando a fronha. - Isto é a marca de escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Dobby só pode ser libertado se seus donos o presentearem com roupas, meu senhor. A família toma cuidado para não passar a Dobbynem mesmo uma meia, meu senhor, se não ele fica livre para deixar a casa para sempre.
Dobby enxugou os olhos saltados e disse de repente:
- Harry Potter precisa ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...
- O seu balaço? - disse Harry. - Que é que você quer dizer com seu balaço? Você fez aquele balaço tentar me matar?
- Não matar, meu senhor, nunca mata-lo! - disse Dobby, chocado. - Dobby quer salvar a vida de Harry Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que Harry Potter se machucasse o bastante para ser mandado para casa!
- Só isso? - exclamou Harry furioso. - Suponho que você  não vai me contar por que queria me mandar para casa aos pedaços?
- Ah, se ao menos Harry Potter soubesse! - gemeu Dobby, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. - Se ele soubesse o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nós escória do mundo mágico! Dobby se lembra de como era quando Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meu senhor! Nós elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meu senhor! - admitiu, enxugando o rosto na fronha. - Mas em geral, meu senhor, a vida melhorou para gente como eu desde queo senhor venceu Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lord das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terriveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...
Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Harry sobre a mesa-se-cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando: "Dobby ruim, Dobby muito ruim..."
- Então há uma Câmara Secreta! - sussurou Harry. - E... você está me dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby?
Ele agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água. - Mas eu não nasci trouxa, como posso estar ameaçado pela Câmara?
- Ah, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby - gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. - Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas Harry Potter não deve estar aqui quando aontecerem, vá para casa, Harry Potter, vá para casa. Harry Potter não deve se meter nisso, meu senhor, é perigoso demais...
- Quem é, Dobby? - perguntou Harry, mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água. - Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez?
- Dobby não pode, meu senhor, Dobby naõ pode, Dobby não deve falar! - guinchou o elfo. - Vá para casa, Harry Potter, vá para casa!
- Eu não vou a lugar nenhum! - respondeu Harry com ferocidade. - Uma das minhas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...
- Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! - gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. - Tão nobre! Tão valente! Mas ele precisa se salvar, deve, Harry Potter, não deve...
Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Havia ruído de passos no corredor.
- Dobby tem que ir! - suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Harry subitamente não estava segurando mais nada. Ele tornou a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.
No momento seguinte, Dumbledore entrou de costas no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estatua. A Prof. McGonagall apareceu um segundo depois, carregando os pés. Juntos, eles depositaram a carga sobre a cama.
Era Collin, ele estava aparentemente petrificado.
- Chame Madame Pomfrey - sussurrou Dumbledore, e a Profª McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry. Harry ficou deitado muito quieto fingindo que dormia. A Profª McGonagall reapareceu, seguida de perto por Madame Pomfrey, que vestia um casaquinho por cima da camisola.
- Que aconteceu? - cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estatua de Colin na cama.
- Mais um ataque - respondeu Dumbledore. - Minerva encontrou-o na escada.
- Havia um cacho de uvas ao lado dele - disse a professora. - Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar Potter.
Ao ouvir isso, Harry se ergueu alguns centímetros para poder ver a estatua na cama.
- Petrificado? - sussurrou Madame Pomfrey.
- Está - respondeu a Profª McGonagall. - Mas estremeço de pensar... Se Alvo não estivesse descendo para tomar um chocolate quente... quem sabe o que poderia...
Os três contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.
- Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? - perguntou a professora, ansiosa.
Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.
- Meu Deus! - exclamou Madame Pomfrey.
Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Yasmin sentiu o cheiro acre do plástico queimado.
- Derretidas - disse Madame Pomfrey pensativa. - Todas derretidas...
- O que significa isto, Alvo? - perguntou pressurosa a Profª McGonagall.
- Significa que de fato a Câmara Secreta foi aberta.
Madame Promfrey levou a mão à boca. McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore.
- Mas, Alvo... com certeza... quem?
- A pergunta não é quem - disse Dumbledore, com os olhos postos em Colin. - A pergunta é, como...

sábado, 10 de setembro de 2011

 - Capitulo sete -
O balaço errante

Desde o desastroso episódio com os diabretes, o Prof. Lockhart não trouxera mais seres vivos para a aula. Em vez disso, lia trechos dos seus livros para os alunos, e, por vezes, dramatizava algumas passagens mais pitorescas. Em geral ele escolhia Harry para ajudá-lo nessas dramatizações; até aquele momento o garoto fora obrigado a representar um camponês simplório da Transilvânia, de quem Lockhart curara um feitiço de gagueira, iéti com um resfriado na cabeça e um vampiro que se tornara incapaz de comer outra coisa a não ser alface, depois que Lockhart dera um jeito nele.
Harry foi chamado à frente da classe na aula seguinte de Defesa contra as Artes das Trevas, desta vez para representar um lobisomem.
- Um belo uivo, Harry, exato, e então, queiram acreditar, eu saltei sobre ele, assim, joguei-o contra a porta, assim, consegui contê-lo com uma das mãos, com a outra apontei a varinha para o pescoço dele, e então reuni toda a força que me restava e lancei o Feitiço Homorfo, muitíssimo complicado, e ele soltou um gemido de dar pena... vamos, Harry, mais alto, bom, o pêlo dele desapareceu, as presas encurtaram, e ele voltou a virar homem. Simples, mas eficiente, e mais uma aldeia que se lembrará de mim para sempre como o herói que os salvou do terror mensal dos ataques de lobisomem.
A sineta tocou e Lockhart ficou em pé.
- Dever de casa... compor um poema sobre a minha vitória sobre o lobisomem de Wagga Wagga! Exemplares autografados de O meu eu mágico para o autor do melhor trabalho!
Os alunos começaram a sair. Yasmin viu Harry, Rony e Hermione no fundo da sala. Passou por eles e ouviu Hermione dizer:
- Espere até todos saírem - pediu Hermione nervosa. - Certo...
Yasmin fingiu que saiu da sala e ficou invisível. Seguiu os três até a mesa de Lockhart.
- Ah... Prof. Lockhart? - gaguejou Hermione. - Eu queria... retirar este livro da biblioteca. Só para ter uma idéia geral do assunto. - Ela estendeu o papelzinho, a mão ligeiramente trêmula. - Mas o problema é que ele é guardado na Seção Reservada da biblioteca, então preciso que um professor autorize, tenho certeza de que o livro me ajudaria a entender o que o senhor diz em Como se divertir com vampiros sobre os venenos de ação retardada...
- Ah, Como se divertir com vampiros! - exclamou Lockhart apanhando o papelzinho de Hermione e lhe dando um grande sorriso. - Possivelmente é o livro de que mais gosto. Você gostou?
- Gostei - disse Hermione depressa. - Muito esperto o modo com que o senhor apanhou aquele último, com o coador de chá...
- Bem tenho certeza de que ninguém vai se importar que eu dê a melhor aluna do ano uma ajudinha extra - disse Lockhart calorosamente, e puxou uma enorme pena de pavão. - Bonita, não é? - disse ele, interpretando mal a expressão de indignação no rosto de Rony. - Em geral eu a uso para autografar livros.
Ele rabiscou uma enorme assinatura cheia de floreios no papel e devolveu-o a Hermione.
- Então Harry - disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com os dedos nervosos e o guardava na mochila. - Creio que amanhã é a primeira partida de quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador. Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradição das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessoal, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes...
Harry fez um barulhinho discreto na garganta saiu correndo atrás de Rony e Hermione.
Yasmin saiu correndo atrás dele, mas só conseguiu encontrá-lo na biblioteca, já falando com Madame Pince. Madame Pince desapareceu silenciosamente entre as estantes altas e voltou vários minutos depois trazendo um livro grande de aparência mofada. Hermione guardou-o cuidadosamente na mochila e os três foram embora, procurando não andar demasiado rápido nem parecer muito culpados.
Foram até o segundo andar, e entraram no banheiro de Murta. Murta chorava alto no seu box, mas eles não lhe prestavam atenção nem a fantasma aos garotos.
Hermione abriu um livro chamado Poções muy potentes, e os três debruçaram sobre as páginas manchadas de umidade. Era claro, ao primeiro olhar, a razão por que o livro pertencia à Seção Reservada. Algumas das poções produzia, efeitos medonhos demais só de se imaginar, e havia algumas ilustrações muito impressionantes, que incluíam um homem que parecia ter virado do avesso e uma bruxa com vários pares de braço que saíam da cabeça.
- Aqui - exclamou, excitada, ao encontrar a página intitulada A poção Polissuco. Estava decorada com desenhos de pessoas a meio caminho de se transformarem em outras.
- Esta é a poção mais complicada que já vi - disse Hermione quando examinavam a receita. - Hemeróbios, sanguessugas, descurainia e sanguinária - murmurou ela, correndo o dedo pela lista de ingredientes. - Bem, esses são bem fáceis, estão no armário dos alunos, podemos tirar o que precisarmos... Ih, olhem só isso, pó de chifre de bicórnio, não sei onde vamos arranjar isso... pele de ararambóia picada, essa vai ser uma fria também... e, é claro, um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar.
- Dá para repetir isso? - pediu Rony ríspido. - Que é que você quer dizer com um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar? Não vou tomar nada que tenha unhas do pé de Crabbe dentro...
Hermione continuou como se não tivesse ouvido o amigo.
- Ainda não temos que nos preocupar com isso, porque os pedacinhos só entram no fim...
Rony virou-se, sem falar, para Harry, que tinha outra preocupação.
- Você percebe quanta coisa vamos ter que roubar, Hermione? Pele de ararambóia picada, decididamente não está no armário dos alunos. Que vamos fazer, assaltar o estoque particular de Snape? Não sei se é uma boa idéia...
Hermione fechou o livro com força.
- Bem, se vocês dois vão amarelar, ótimo - Seu rosto se malhara de vermelho vivo e os olhos cintilavam mais do que o normal. - Eu não quero desrespeitar o regulamento, vocês sabem muito bem. Acho ameaçar gente que nasceu trouxa é muito mais sério do que preparar uma poção difícil. Mas se vocês não querem descobrir se é o Draco, eu vou direto à Madame Pince agora mesmo e devolvo o livro, e...
- Eu nunca pensei que veria o dia em que você nos convenceria a desrespeitar o regulamento - disse Rony. - Muito bem, nós topamos. Mas unhas dos pés não, está bem?
- E quanto tempo vai levar para preparar a poção? - perguntou Harry, de cara feliz, quando Hermione reabriu o livro.
- Bom, uma vez que a descurainia tem que ser colhida na lua cheia e os hemeróbios precisam cozinhar durante vinte e um dias... eu diria que vai levar mais ou menos um mês para ficar pronta, se conseguirmos todos os ingredientes.
- Um mês? - exclamou Rony. - Até lá, Draco poderia atacar metade dos nascidos trouxas na escola! - Mas os olhos de Hermione tornaram a se estreitar perigosamente e ela acrescentou depressa:
- Mas é o melhor plano que temos, portanto, vamos tocar para frente a todo vapor!
No entanto, quando Hermione foi verificar se a barra estava limpa para eles saírem do banheiro, Rony cochichou para Harry:
- Daria muito menos trabalho se você simplesmente derrubasse Draco da vassoura amanhã.

O jogo entre Sonserina e Grifinória estava noventa a trinta para a Sonserina. Tudo estava normal, até que de repente um balaço começou a seguir Harry. Harry tentou fugir, mas foi impedido por Draco, que não percebeu que o pomo de ouro estava a seu lado. Os dois correram atrás do pomo e sumiram de baixo das arquibancadas. Demorou um pouco para um dos dois aparecer, mas Draco, não se sabe como, foi jogado da vassoura. Depois Harry saiu de baixo das arquibancadas seguindo o pomo, foi quando quase conseguiu pega-lo que o balaço atingiu seu cotovelo. Ele caiu. Ele conseguira apanhar o pomo, mas acabou desmaiando. Instante depois voltou a si. Viu que Lockhart estava parado a seu lado e disse:
- Ah, o senhor, não - gemeu.
- Ele não sabe o que está dizendo - falou Lockhart em voz alta para o  ajuntamento de alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os dois. - Não se preocupe, Harry. Já vou endireitar o seu braço.
- Não! - exclamou Harry. - Vou ficar com ele assim, obrigado...
O garoto tentou se sentar, mas não conseguiu. Foi ouvido o som de um clique ali por perto.
- Não quero uma foto deste momento, Colin - disse Harry em voz alta.
- Deite-se, Harry - mandou Lockhart acalmando-o. - É um feitiço muito simples que já usei muitíssimas vezes...
- Por que não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? - disse Harry com os dentes cerrados.
- Ele devia mesmo, professor - disse um enlameado Wood, que não pôde deixar de sorrir mesmo com seu apanhador machucado. - Grande captura, Harry, realmente espetacular, a melhor que já fez, eu diria...
Fred e Jorge lutavam para enfiar o balaço errante numa caixa. A bola continuava a resistir ferozmente.
Lockhart tentou consertar o braço de Harry com um feitiço. Mas, não tinha conseguido consertar o braço de Harry, e sim tirar os ossos de seu braço.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

                                     - Capitulo seis -
                            A lenda da Câmara Secreta



A aula de História da Magia estava como sempre. Nada de emocionante acontecia. O Prof. Binns abriu seus apontamentos e começou a ler num tom monótono como um aspirador de pó velho, até que quase todos os alunos na sala caíram num estupor profundo, de que emergiam ocasionalmente o tempo suficiente de copiar um nome ou uma data e, em seguida, tornar a adormecer. Estava falando havia meia hora quando aconteceu uma coisa que nunca acontecera antes. Hermione levantou a mão.
O Prof. Binns ergueu os olhos no meio de um discurso mortalmente maçante sobre a Convenção Internacional de Bruxos de 1289 e fez uma cara de surpresa.
- Senhorita... ah...?
- Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta - pediu Hermione com voz clara.
Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe; a cabeça de Lilá Brown deitada sobre os braços se ergueu e o cotovelo de Neville escorregou da carteira.
O Prof. Binns pestanejou.
- Minha matéria é História da Magia - disse ele naquela voz seca e asmática. - Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem lendas. - Ele pigarreou fazendo um barulhinho como o de um giz que se parte e continuou. - Em setembro daquele ano, um subcomitê de bruxos sardos...
O professor gaguejou antes de parar. A mão de Hermione estava outra vez no ar.
- Srta. Grant?
- Por favor, professor, as lendas não se baseiam sempre em fatos?
O Prof. Binns olhou-a com tal espanto, que parecia que nenhum aluno, vivo ou morto, jamais o interrompera antes.
- Bem - disse o Prof. Binns lentamente -, é um argumento válido, suponho. - Ele estudou Hermione como se nunca antes tivesse olhado direito para um aluno. - Contudo, a lenda de que a senhorita fala é tão sensacionalista e até tão absurda que...
A classe inteira ficou pendurada em cada palavra que o professor dizia. Ele correu um olhar míope por todos, rosto por rosto virado em sua direção. Ele estava completamente desconcertado por aquela manifestação incomum de interesse.
- Ah, muito bem - disse vagarosamente. - Vejamos... a Câmara Secreta...
"Os senhores todos sabem, é claro, que Hogwarts foi fundada há mais de mil anos... a data exata é incerta... pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época. As quatro casas da escola foram batizadas em homenagem a eles: Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Eles contraíram este castelo juntos, longe dos olhares curiosos dos trouxas, porque era uma época em que a magia era temida pelas pessoas comuns, e os bruxos e bruxas sofriam muitas perseguições."
Ele fez uma pausa, percorreu a sala com os olhos lacrimejantes e continuou:
- Durante alguns anos, os fundadores trabalharam juntos, em harmonia, procurando jovens que revelassem sinais de talento em magia e trazendo-os para sempre educados no castelo. Mas então surgiram os desentendimentos. Ocorreu uma cisão entre Slytherin e os outros. Slytherin queria ser mais seletivo com relação aos estudantes admitidos. Ele acreditava que o aprendizado de magia devia ser mantido o âmbito das famílias inteiramente mágicas. Desagradava-lhe admitir alunos de pais trouxas, pois os achava pouco dignos de confiança. Passado algum tempo houve uma séria discussão sobre o assunto entre Slytherin e Gryffindor, e Slytherin abandonou a escola.
O Prof. Binns parou de novo, contraindo os lábios, parecendo uma velha tartaruga enrugada.
- É o que nos contam as fontes históricas confiáveis. Mas estes fatos honestos foram obscurecidos pela lenda fantasiosa da Câmara Secreta. Segundo ela, Slytherin construiu uma câmara secreta no castelo, da qual os outros nada sabiam.
"Slytherin teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que seu legítimo herdeiro chegasse à escola. Somente o herdeiro seria capaz de abrir a Câmara Secreta, libertar o horror que ela encerrava e usá-lo para expurgar a escola de todos que não fossem dignos de estudar magia."
Fez-se silêncio quando ele acabou de contar a história, mas não foi o de sempre, o silêncio modorrento que dominava as aulas do Prof. Binns. Havia no ar um certo constrangimento enquanto todos continuavam a olhá-lo, esperando mais. O Prof. Binns fez um ar ligeiramente aborrecido.
- A história inteira é um perfeito absurdo, é claro. Naturalmente, a escola foi revistada à procura de provas de existência dessa câmara, muitas vezes, pelos bruxos e bruxas mais cultos. Ela não existe. Uma história contada para assustar os crédulos.
A mão de Hermione voltou a se erguer.
- Professor... o que foi exatamente que o senhor quis dizer com "o horror que a câmara encerra"?
- Acredita-se que haja algum tipo de monstro, que somente o herdeiro de Slytherin pode controlar - respondeu o Prof. Binns com sua voz seca e esganiçada.
Os alunos trocaram olhares nervosos.
- Afirmo que a coisa não existe - disse ele folheando suas anotações. - Não há Câmara alguma e monstro algum.
- Mas, professor - perguntou Simas Finnigan -, se a Câmara só pode ser aberta pelo verdadeiro herdeiro de Slytherin, ninguém mais seria capaz de encontrá-la, não é?
- Bobagem, O'Flaherty - disse o Prof. Binns, num tom irritado. - Se uma longa sucessão de diretores e diretoras de Hogwarts não encontraram a coisa...
- Mas, professor - ouviu-se a voz fina de Parvati Patil -, a pessoa provavelmente terá de usar Magia Negra para abri-la...
- Só porque um bruxo não usa Magia Negra não significa que não possa, senhorita Pennyfeather - retrucou o Prof. Binns. - Eu repito, se uma pessoa como Dumbledore...
- Mas talvez a pessoa tenha de ser parente de Slytherin, por isso Dumbledore não poderia... - começou Dino Thomas, mas para o professor aquilo já era demais.
- Basta - disse com rispidez. - É um mito! Não existe! Não há a mínima prova de que Slytherin tenha algum dia construído sequer um armário secreto de vassouras! Arrependo-me de ter contado aos senhores uma história tão tola. Vamos voltar, façam-me o favor, à história, aos fatos sólidos, críveis e verificáveis!
E em cinco minutos a classe voltara a mergulhar em seu torpor habitual.   

terça-feira, 6 de setembro de 2011

                                     - Capitulo cinco -
                                    A gata petrificada
Dias depois, Harry e Rony foram cumprir sua primeira detenção. Rony teria que polir as pratas na sala de troféus com Filch, já Harry teve que ir ajudar Lockhart a responder às cartas dos fãs. Yasmin pegou sua varinha e murmurou:
- Invisible. - E ficou invisível.
Depois seguiu Harry até a sala de Lockhart e, quando Harry entrou, Yasmin aproveitou para entrar atrás dele sem que percebesse.
Ficaram horas lá. Yasmin só ouvia os comentários que Lockhart fazia, "A fama é um amigo infiel, Harry" ou "A celebridade é o que ela faz, lembre-se disto". Mas Harry parecia não estar muito interessado, parecia estar infeliz. 
Harry ficou do mesmo jeito por varias horas, até que deu um enorme pulo e, com isso, fez aparecer um enorme borão em uma das cartas.
- Quê? - exclamou em voz alta.
- Eu sei! - disse Lockhart. - Seis meses inteiros encabeçando a lista dos livros mais vendidos! Bati todos os recordes!
- Não - disse Harry assustado. - Essa voz!
- Perdão? - disse Lockhart, parecendo intrigado. - Que voz?
- Aquela, a voz que disse, o senhor não ouviu?
Lockhart estava olhando para Harry muito surpreso.
- Do que é que você está falando, Harry? Talvez você esteja ficando com sono? Nossa, olhe só a hora! Estamos aqui há quase quatro horas! Eu nunca teria acreditado, o tempo voou, não acha?
Harry não respondeu. Yasmin ficou intrigada. Por que será que não havia ouvido a voz? Será que não prestará atenção? Ou será que fora simplesmente a imaginação de Harry? Mas Harry não parecia ter imaginado. Se essa voz realmente existi-se, ainda tinha mais uma questão que devia ser respondida. O que a voz teria dito a Harry?
Alguns minutos depois, Harry saiu. Yasmin continuou seguindo. Harry andou alguns passos lentamente. Até que pareceu ter ouvido alguma coisa. Encostou o ouvido na parede em quanto andava e pareceu cada vez mais intrigado. Harry andou cada vez mais depressa e Yasmin foi deixada para trás.
Yasmin saiu correndo até que encontrou Harry falando com Rony e Hermione:
- Vai matar alguém! - disse Harry, e depois saiu correndo com Rony e Hermione atrás dele. Yasmin não teve outra escolha, correu atrás deles.
Eles correram até o ultimo corredor do segundo andar. Havia arranhas saindo pela janela.
- Estranho, - disse Harry - nunca vi arranhas se comportarem desse jeito.
- Não gosto de aranha! - disse Rony assustado
Então eles virão água no chão. E depois eles virão uma coisa brilhando na parede. Aproximaram-se e leram em letras vermelhas parecendo sangue.

                     A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA.
                    INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO.

- Foi escrito com sangue. - disse Hermione.
- Que coisa é aquela, pendurada ali embaixo? - perguntou Rony, com um ligeiro tremor na voz.
Chegaram mais perto, e Yasmin pode ver um gato pendurado na parede. Era Madame Nor-r-ra, a gata de Filch.
Pessoas começaram a parecer de todos os lados. E uma voz foi ouvida em meio ao silencio.
- Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues ruins!
Era Draco. Ele abrira caminho até a frente dos alunos.
- Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo?
Atraído, sem dúvida, pelo grito de Draco, Filch apareceu, abrindo caminho com os ombros por entre os alunos aglomerados. Então ele viu Madame Nor-r-ra e recuou, levantou as mãos ao rosto horrorizado.
- Minha gata! Minha gata! Que aconteceu a Madame Nor-r-ra? - gritou ele.
E seus olhos saltados pousaram em Harry.
- Você! - Voce! Você assassinou a minha gata! Você a matou! Vou matá-lo! Vou...
- Argo! 
Dumbledore chegara à cena, seguido de vários professores. 
- Quero que todo mundo volte a seus dormitórios! - disse aos alunos - Todo mundo, menos os três. - ele apontou para Harry, Rony e Hermione.
Yasmin não gostava de desobedecer Dumbledore, por isso saiu do segundo andar. Mas não foi para o dormitório. Foi direto para sala de Dumbledore para esperá-lo.
Dumbledore demorou só alguns minutos para voltar a sala.
- Olá, Yasmin! - disse - O que quer falar comigo?
- Senhor, quero falar sobre o que aconteceu a Harry. - disse Yasmin 
- Então diga. - disse Dumbledore calmamente
- Ele ouviu alguma coisa na sala de Lockhart, enquanto cumpria sua detenção. - começou Yasmin medindo as palavras - Depois que saiu, parece que ele ouviu a mesma coisa novamente e saiu correndo. Eu tentei acompanhá-lo, vi ele conversando com Rony e Hermione e depois ele saiu correndo de novo e viu Madame Nor-r-ra.
- Você ouviu o que ele ouvia? - perguntou Dumbledore
- Não, nem o Prof. Lockhart ouviu. - disse Yasmin
- Acho muito nobre que você queira proteger outros alunos. - disse Dumbledore sorrindo - Mas devo lhe dizer Yasmin, que nem todos aceitam a verdade.
- O senhor acredita em mim? - perguntou Yasmin
- Acredito! - disse Dumbledore - Mas não sei se Argo acreditaria.
- Professor, o senhor acha que Harry ouviu algum fantasma ou coisa do tipo? - perguntou Yasmin
- Não creio que seja alguém tentando fazer uma brincadeira com Harry. - disse Dumbledore
- O senhor acha que é Voldemort? - perguntou Yasmin
- É provável, - disse Dumbledore sério - mas não podemos provar nada ainda, portanto, fique calma Yasmin.
- Vou tentar senhor. - disse Yasmin
- Acho melhor você ir dormir Yasmin. - disse Dumbledore
- Boa noite, Prof. Dumbledore. - disse Yasmin
E Yasmin foi para seu dormitório. Tentou dormir, mas só ficou pensando em Harry e Voldemort. Então decidiu ler tudo que já tinha aprendido em Poções e Herbologia. Só então se acalmou e dormiu.

 

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