sábado, 12 de novembro de 2011

                                 
                                 - Capítulo nove -
                                  O clube dos duelos 


 Harry saiu da ala-hospitalar na manhã seguinte. Quando Yasmin tentou segui-lo foi impedida por Justino Finch-Fletchley, um aluno da Lufa-Lufa. Ele estava com um papel na mão.
- Oi, meu nome é Justino. - disse feliz - Trouxe um recado de Dumbledore para você. Bom, isso se você for Yasmin.
- Sim, eu sou Yasmin. - disse apressada - Como soube que era eu?
- Pela discrição de Dumbledore, - disse Justino - ele disse que eu teria  que procurar uma menina de cabelos  compridos e cacheados, com olhos castanhos e que fosse da Grifinória.
- Eu não sou a única assim. - disse Yasmin
- Dumbledore ainda disse que a menina tinha um brilho nos olhos que fazem as pessoas sorrirem. - disse Justino - E você é a única assim.
- Obrigada. - disse Yasmin feliz - Você é o único que já me disse isso.
- Talvez as pessoas se esqueçam de falar. - disse Justino
- Qual é o recado de Dumbledore? - disse Yasmin mudando de assunto. 
- Ah, sim. - disse Justino - Aqui está.
Yasmin pegou o papel da mão de Justino e disse:
- Tenho que ir agora.
- Ah, eu também. Até logo, Yasmin.
- Até logo, Justino. - disse Yasmin 
Justino saiu sorridente. Yasmin abriu o pedaço de pergaminho e leu:

" Yasmin, quero falar com você, venha até minha sala o mais rápido possível.
Dumbledore”

Yasmin fechou o papelzinho e subiu para seu dormitório e deixou-o em cima de sua mesa de cabeceira.
Saiu do quarto e foi para a sala de Dumbledore.
 - Entre! - disse Dumbledore
- Olá, professor. - disse Yasmin - O senhor queria falar comigo?
- Sim, - disse Dumbledore calmamente - sente-se.
Yasmin se sentou em uma cadeira na frente da mesa de Dumbledore.
- Você tem que tomar mais cuidado se não quiser que Harry descubra que você está seguindo ele. - disse Dumbledore
- Como assim professor? - perguntou Yasmin
- Eu sei que você estava na ala-hospitalar ontem a noite, - disse Dumbledore - invisível.
- Como o senhor sabe... - Um pensamento veio a cabeça de Yasmin - O senhor leu o livro de feitiços de meus pais.
- Mas é claro. - confirmou Dumbledore - Que bruxo eu seria se tivesse entregado a você uma coisa que eu nem mesmo sei o que é.
- O senhor tentou algum dos feitiços? - perguntou Yasmin
- Todos. - disse Dumbledore - Mas nenhum funcionou, eles só funcionam com pessoas da família que os inventou.
- Eles eram bons? - disse Yasmin - Meus pais?
- Umas das melhores pessoas que já conheci. - disse Yasmin - Você se parece muito com eles. Principalmente com sua mãe.
- Como ela era? - perguntou Yasmin
- Gentil e também muito inteligente. - disse Dumbledore sorrindo - Você tem o mesmo brilho nos olhos que ela.
- O senhor nunca tinha dito que eu tinha um brilho nos olhos. - disse Yasmin - Justino disse que só conseguiu saber que era eu quem ele estava procurando, por causa do brilho nos olhos. Por que o senhor disse isso para ele?
- Por que eu sabia que com essa dica seria mais fácil para ele descobrir quem de fato era Yasmin. - disse Dumbledore
- Os meus olhos fazem mesmo as pessoas sorrirem, professor? - perguntou Yasmin
- Sim, talvez seja por isso que Draco e Neville ficam tão felizes ao seu lado, Yasmin. - disse Dumbledore
- Senhor, falando no Neville, acho que agora não vou mais poder falar com ele. - disse Yasmin triste
- Por que acha isso Yasmin?
- Por que eu só vejo ele quando ele se machuca, - disse Yasmin - e acho que ele não vai mais se machucar.
- Mas você pode se tornar amiga dele. - disse Dumbledore - E acho que vocês dois ainda vão se ver muitas vezes.
- O que o senhor quer dizer com isso? - perguntou Yasmin confusa
- Na hora certa você verá Yasmin. - disse Dumbledore - Agora me fale, você tem visto Draco?
- A última vez que vi ele foi quando ele tentou me ensinar quadribol com a vassoura de Crabbe, mas Crabbe interrompeu a aula pedindo a vassoura de volta.
- Por isso Crabbe estava tão bravo esses dias. - disse Dumbledore
- Acho que sim. - disse Yasmin
- Eu quero que você fale com Draco, Yasmin. - disse Dumbledore
- Por que, senhor? - perguntou Yasmin
- Como você deve ter ouvido ontem, a Câmara Secreta foi realmente aberta. - disse Dumbledore - E eu tenho a impressão de que Draco sabe alguma coisa.
- Eu vou falar com ele hoje mesmo, senhor. - disse Yasmin
- Ótimo. - disse Dumbledore
- Professor, o senhor sabe onde fica a Câmara Secreta? - perguntou Yasmin
- Não, - disse Dumbledore - mas gostaria muito de saber.
- Senhor, eu posso tentar descobrir onde é? - perguntou Yasmin
- Contanto que não entre nela. - disse Dumbledore
- Não vou entrar senhor. - disse Yasmin - Mas se alguém, por acaso, sair de la vivo, eu posso entrar em seguida?
- Você poderá entrar, se levar sua varinha com você. - disse Dumbledore
- Eu levarei! - disse Yasmin - Agora eu tenho que ir senhor, tenho muita coisa para fazer.
- Tudo bem, pode ir Yasmin. - disse Dumbledore
Yasmin saiu da sala de Dumbledore e foi em direção a cozinha.
Muitos elfos domésticos tentaram fazer Yasmin comer alguma coisa.
- Não obrigado, mas eu vou querer depois. Podem levar no meu quarto? - disse Yasmin
Os elfos foram logo arrumar muitas coisas para levar ao quarto de Yasmin.
- Eu quero falar com a Skirpt. - disse Yasmin
E do meio da multidão de elfos saiu Skirpt com seu vestidinho azul.
- Sim, senhorita Yasmin? - disse Skirpt alegre
- Skirpt eu queria saber uma coisa. - disse Yasmin - Por que você não usa a mesma roupa que os outros elfos?
- Skirpt é uma elfo livre, senhorita Yasmin. - disse Skirpt
- Como assim? - perguntou Yasmin
- Skirpt fez um acordo com seus pais, senhorita Yasmin. - disse Skirpt - Seus pais prometeram me deixar livre, trabalhando em Hogwarts quando Skirpt quisesse, e quando você fosse para Hogwarts, Skirpt iria até sua casa buscá-la e depois voltaria a Hogwarts. E Skirpt tem que cuidar de você.
- Não precisa Skirpt. - disse Yasmin
- Skirpt quer, senhorita Yasmin. Skirpt cuida de você por que gosta. - disse Skirpt.
- Se é assim, acho que devemos então deixar as coisas como estão. - disse Yasmin - Era só isso que eu queria dizer.
- Então até logo, senhorita Yasmin - disse Skirpt
- Ah, ainda vamos nos ver bastante nas férias de Natal. - disse Yasmin
E dizendo isso Yasmin saiu.
Foi em direção a seu próximo destino. Foi para a masmorra da Sonserina.
- Continuem o que estavam fazendo. - disse Yasmin assim que entrou - Não liguem para mim.
Draco imediatamente saiu do meio da multidão de alunos e disse:
- Você veio falar comigo, - disse Draco - não foi?
- Sim! - disse Yasmin - Preciso falar com você em particular.
- Claro, - disse Draco - Crabbe e Goyle, podem sair!
Yasmin e Draco sentaram-se em uma mesa num canto da sala.
- Draco, você sabe alguma coisa sobre a Câmara Secreta? - perguntou Yasmin
- Não, - disse Draco mais do que depressa - mas meu pai deve saber de alguma coisa. Se quiser eu mando uma carta para ele perguntando.
- Isso ajudaria muito! - disse Yasmin - Será que ele vai responder?
- Ele reponde tudo para mim. - disse Draco feliz - Agora, vamos falar sobre um assunto mais interessante.
- Qual? - perguntou Yasmin
- As aulas de quadribol, é claro. - disse Draco
- Ah, eu quase tinha esquecido. - disse Yasmin - Mas o que tem as aulas de quadribol?
- Nós não vamos continuar? - perguntou Draco
- Se nós tivermos tempo. - disse Yasmin
- Que tal na próxima semana? - perguntou Draco
- Claro, se eu tiver tempo. - disse Yasmin
- Como assim se você tiver tempo? - perguntou Draco confuso
- Eu não estou tendo muito tempo livre ultimamente. - disse Yasmin
- Se você não tiver tempo, nós podemos remarcar. - disse Draco
- Tudo bem. - disse Yasmin - Agora eu tenho que ir, tenho muita coisa para fazer.
- Tudo bem, - disse Draco - então nos vemos na próxima semana.
- Até la então. - disse Yasmin

Na segunda semana de dezembro a Profª McGonagall veio, como sempre fazia, anotar os nomes dos alunos que continuariam na escola durante as festas de Natal. Harry, Rony e Hermione assinaram a lista. Yasmin também assinou a lista, pois não teria onde ficar e Skirpt teria que ficar em Hogwarts para ajudar os outros elfos domésticos.
Yasmin ouviu Harry, Rony e Hermione conversando antes de uma aula dupla de Poções.
 - Acho que é melhor eu fazer o roubo propriamente dito - disse Hermione num tom trivial. - Vocês dois vão ser expulsos caso se metam em mais uma encrenca, mas eu tenho a ficha limpa. Então só o que têm a fazer é causar bastante confusão para distrair Snape por uns cinco minutos.
Harry deu um leve sorriso. Provocar confusão na aula de Snape era quase tão seguro quanto espetar o olho de um dragão adormecido.
A aula de Poções era dada em uma das masmorras maiores. A de quinta-feira à tarde transcorreu como sempre. Vinte caldeirões fumegavam entre as carteiras de madeira, sobre as quais havia balanças e frascos de ingredientes. Snape andava por entre os vapores, fazendo comentários mordazes sobre o trabalho dos alunos da Grifinória (menos para Yasmin), enquanto os da Sonserina davam risadinhas de aprovação. Draco, que era o aluno favorito de Snape (depois de Yasmin, é claro), não parava de mostrar olhos de peixe baiacu para Rony e Harry, que se revidassem receberiam uma detenção mais rápido do que conseguiram dizer "injustiça".
A Solução para Fazer Inchar que Harry preparou ficou muito rala, mas ele tinha coisas mais importantes em que pensar. Estava à espera do sinal de Hermione, e mal ouviu quando Snape parou para caçoar do ponto de sua poção. Quando Snape deu as costas para implicar com Neville, Hermione olhou para Harry e fez um aceno com a cabeça.
Harry se abaixou depressa por trás do próprio caldeirão, tirou do bolso um dos fogos Filibusteiro de Fred e deu-lhe um leve toque com a varinha. O fogo começou a borbulhar e a queimar. Sabendo que só dispunha de segundos, Harry se levantou, mirou e atirou o fogo no ar; ele caiu dentro do caldeirão de Goyle.
A poção de Goyle explodiu, chovendo sobre a mesa inteira. Os alunos gritaram quando os borrifos da Solução para Fazer Inchar caiu neles. Draco ficou com a cara coberta de poção e seu nariz começou a inchar como um balão; Goyle saiu esbarrando nas coisas, as mãos cobrindo os olhos, que tinham inchado até atingir o tamanho de um prato - Snape tentava restaurar a calma e descobrir o que estava acontecendo. Na confusão, Hermione entrou discretamente na sala do professor.
- Silêncio! SILÊNCIO! - rugiu Snape. - Os que receberam borrifos, venham aqui tomar uma Poção para Fazer Desinchar, quando eu descobrir quem fez isso...
Harry procurou não rir ao ver Draco correr para a frente da sala, a cabeça pendurada por causa do peso de um nariz do tamanho de um melão. Enquanto metade da classe se arrastava até a mesa de Snape, alguns sobrecarregados com braços grossos como bastões, outros com os lábios tão inchados que não conseguiram falar, Hermione tornou a entrar, sorrateiramente, na masmorra, com a frente das vestes estufada.
Depois que todos tornaram uma dose do antídoto e seus inchaços mucharam, Snape foi até o caldeirão de Goyle e pescou os restos retorcidos e negros do fogo de artifício. Fez-se um silêncio repentino.
- Se eu um dia descobrir quem jogou isso - sussurrou  Snape - vou garantir que esse aluno seja expulso.
Harry tomou o cuidado de fazer cara de espanto. Snape olhava diretamente para ele, e a sineta que tocou dez minutos depois não poderia ter sido mais bem-vinda.
Harry, Rony e Hermione saíram correndo da sala e Yasmin não conseguiu segui-los. Teve que se contentar com Snape, que chamou-a e disse:
- Você sabe quem fez isso, Yasmin? 
- Não, senhor. - disse Yasmin mais do que rapidamente.
- Você não precisa me chamar de senhor. - disse Snape 
- Mas eu falo assim com todos os professores. - disse Yasmin
- Mas eu também sou seu tio. - disse Snape - Só precisa me chamar de senhor nas aulas.
- Tudo bem, - disse Yasmin - então posso fazer uma pergunta para o meu professor?
- Claro. - disse Snape
- Eu sou uma boa aluna? - perguntou Yasmin
- A melhor aluna que já tive! - disse Snape sorrindo
- E então, porque você implica tanto com os outros alunos da Grifinória? - perguntou Yasmin.
- Eu não implico com os alunos da Grifinória, eles só não são tão bons alunos quanto os outros. - disse Snape
- Com "outros" você quis dizer os alunos da Sonserina? - perguntou Yasmin
- Sim, - disse Snape - eles e você.
- Quer dizer que sou privilegiada por ser sua sobrinha? - perguntou Yasmin
- Não por isso, mas por ser a minha melhor aluna. - disse Snape - Agora, mudando de assunto, Draco me disse que você sabe falar com uma grande variedade de animais. Isso é verdade?
- Sim, - disse Yasmin, confusa pois não sabia o que isso tinha a ver com poções. - falo com alguns animais.
- Quais? - perguntou Snape
- Que eu saiba cachorros, gatos, sapos, e recentemente descobri que sei falar com dragões. - disse Yasmin
- Uma grande variedade. - disse Snape
- Não acho. - disse Yasmin - Bem, agora eu tenho que ir. Tchau, Snape.
- Até logo, Yasmin. - disse Snape

Uma semana mais tarde, Yasmin viu um aglomerado de alunos em volta do quadro de avisos.
- O que está acontecendo? - perguntou Yasmin a Justino que tinha acabado de ler o quadro de avisos.
- Vão abrir um Clube dos Duelos! - disse Justino alegre.
- Por que você esta tão feliz? - disse Yasmin confusa - Não vejo o que um bando de bruxos saindo machucados de um duelo inútil tem de legal.
- Não é por isso que estou feliz. - disse Justino - É por causa dos seus olhos.
- Não sabia que o efeito era tão rápido assim. - disse Yasmin
- Você acha mesmo a idéia de um Clube dos Duelos idiota? - perguntou Justino
- Não gosto de duelos, - disse Yasmin - principalmente pelo fato da maioria das pessoas saírem machucadas de duelos.
- Então você não vai participar? - perguntou Justino, ainda sorrindo.
- Eu não disse que não iria participar. - disse Yasmin - Só disse que não aprovo.
- Então te vejo la. - disse Justino
- Quando é a primeira reunião? - perguntou Yasmin
- Hoje a noite. - disse Justino
- Até la então. - disse Yasmin

As oito horas, Yasmin voltou para o Salão Principal as pressas depois do jantar . As longas mesas de jantar tinham desaparecido e surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por milhares de velas  que flutuavam no alto. O teto voltara a ser um veludo negro, e a maior parte da escola parecia estar reunida sob ele, as varinhas na mão e as caras animadas.
Alguns segundos depois Gilderoy Lockhart entrou no palco, resplandecente em suas vestes ameixa-escuras, acompanhado por ninguém mais do que Snape, em sua roupa preta habitual.
- Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente!
"O Prof. Dumbledore me deu permissão para começar um pequeno clube de duelos, para treiná-los, caso um dia precisem se defender, como eu próprio já precisei fazer em inúmeras ocasiões, quem quiser conhecer os detalhes, leia os livros que publiquei.
"Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, Prof. Snape", disse Lockhart, dando um largo sorriso. "Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e desportivamente concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos. Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo!"
"Convencido!" pensou Yasmin.
O lábio superior de Snape crispou-se. Lockhart continuava a sorrir.
Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto Snape curvou a cabeça, irritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se empunhassem espadas.
- Como vocês vêem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate normalmente adotada - disse Lockhart, aos alunos em silêncio. - Quando contarmos três, lançaremos os primeiros feitiços. Nenhum de nós está pretendendo matar, é claro.
- Eu não teria certeza disso - murmurou Harry, observando Snape arreganhar os dentes.
- Um... dois... três...
- Expelliarmus! - Viram um lampejo vermelho ofuscante e Lockhart foi lançado para o alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede, foi escorregando e acabou estatelado no chão.
Draco e outros alunos da Sonserina deram vivas. Hermione dançava nas pontas dos dedos para ver melhor.
- Vocês acham que ele está bem? - guinchou tampando a boca com a mão.
- Quem se importa? - responderam Harry e Rony juntos.
Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam em pé.
- Muito bem! - disse, cambaleando de volta ao palco. - Isto foi um Feitiço de Desarmamento, como viram, perdi minha varinha, ah, muito obrigado, Srta. Brown... sim, foi uma excelente demonstração, Prof. Snape, mas se não se importa que eu diga, ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer. Se eu tivesse querido detê-lo teria sido muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver...
Snape tinha uma expressão assassina no rosto. Lockhart possivelmente notou porque acrescentou:
- Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Prof. Snape, se quiser me ajudar...
Os dois caminharam entre os alunos, formando os pares. Lockhart juntou Neville com Justino, mas Snape chegou até Harry e Rony primeiro.
- Acho que está na hora de separar a equipe dos sonhos - caçou. - Weasley você luta com Finnigan. Potter...
Harry virou-se automaticamente para Hermione.
- Acho que não - disse Snape, sorrindo estranhamente. - Sr. Malfoy, venha cá. Vamos ver o que o senhor faz com o famoso Potter. E a senhorita, pode fazer par com a Srta. Bulstrode.
Ao dizer isso, Snape virou-se para Yasmin e disse:
- Acho que não sobrou ninguém para você.
- Tudo bem. - disse Yasmin, aliviada. - Posso ficar olhando os outros lutarem?
- Claro. - disse Snape
Yasmin ficou do lado de Justino e Neville, pois sabia que os dois podiam se machucar a qualquer momento. Justino e Neville sorriram para Yasmin que retribuiu.
- De frente para os seus parceiros! - mandou Lockhart, de volta ao tabledo. - E façam uma reverência!
Harry e Draco mal inclinaram as cabeças, Neville e Justino quase bateram a cabeça uma na outra.
- Preparar as varinha! - gritou Lockhart. - Quando eu contar três, lancem seus feitiços para desarmar os oponentes, apenas para desarmá-los, não queremos acidentes, um... dois... três...
Harry ergueu a varinha bem alto, mas Draco começara no "dois": seu feitiço atingiu Harry com tanta força que parecia que ele levara uma frigideirada na cabeça. Ele cambaleou, mas tudo parecia estar em ordem, e, sem perder mais tempo, Harry apontou a varinha direto para Draco e gritou.
- Rictusempra! 
Um jorro de luz prateada atingiu Draco no estômago e ele se dobrou, com dificuldade de respirar.
- Eu disse desarmar apenas! - gritou Lockhart assustado por cima das cabeças dos combatentes, quando Draco caiu de joelhos; Harry o golpeara com o Feitiço das Cócegas, e ele mal conseguia se mexer de tanto rir. Harry recuou, com a vaga impressão de que seria pouco esportivo enfeitiçar Draco ainda no chão, mais isso foi um erro; tomando fôlego, Draco apontou a varinha para os joelhos de Harry, e disse engasgado: "Tarantallegra!", e no segundo seguinte as pernas de Harry começaram a sacudir descontroladas numa espécie de marcha rápida.
- Parem! Parem! - berrou Lockhart, mas Snape assumiu o controle.
- Finite Incantatem! - gritou ele; os pés de Harry pararam de dançar. Draco parou de rir e eles puderam erguer a cabeça.
Uma névoa de fumaça verde pairava sobre a cena. Neville e Justino (que Yasmin só tinha percebido agora) estavam caídos no chão, ofegantes; Rony estava segurando um Simas branco feito papel, pedindo desculpas pelo que sua varinha quebrada pudesse ter feito; mas Hermione e Emília Bulstrode ainda lutavam; Emília dera uma chave de cabeça em Hermione, que choramingava de dor; as varinhas das duas jaziam esquecidas no chão. Harry deu um salto à frente e fez Emília soltar Hermione. Foi difícil: a garota era muito maior do que ele.
Ai, ai-ai, ai-ai - exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o resultado das lutas. - Levante, Macmillan... Cuidado, Miss Fawcett... Aperte com força, vai parar de sangrar em um segundo, Boot...
"Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis", disse Lockhart, parando no meio do salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros brilhavam, e desviou rápido o seu olhar. " Vamos arranjar um par voluntário, Longbottom e Finch-Fletchley, que tal vocês..."
- Uma má idéia, Prof. Lockhart - disse Snape, deslizando até ele como um enorme morcego malévolo. - Longbottom causa devastação até com o feitiço mais simples. Vamos ter que mandar o que sobrar de Finch-Fletchley para a ala hospitalar em uma caixa de fósforos. - O rosto redondo e rosado de Neville ficou ainda mais rosado. - Que tal Malfoy e Potter? - sugeriu Snape com um sorriso enviesado.
- Ótima idéia! - disse Lockhart, fazendo um gesto para Harry e Draco irem para o meio do salão em quanto os demais alunos se afastavam para lhes dar espaço.
- Agora, Harry - disse Lockhart. - Quando Graco apontar a varinha para você, você faz isto.
Ele ergueu a própria varinha, tentou um complicado floreiro e deixou-a cair. Snape abriu um sorriso quando Lockhart a apanhou depressa, dizendo:
- Epa, minha varinha está um tanto excitada demais...
Snape aproximou-se de Draco, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto riu também. Harry ergueu os olhos, nervoso,para Lockhart e disse:
- Professor, podia me mostrar outra vez como se bloqueia?
- Apavorado? - murmurou Draco, falando baixo para Lockhart não poder ouvi-lo.
- Querias! - respondeu Harry pelo canto da boca.
Lockhart deu uma palmada bem-humorada no ombro de Harry.
- Faça exatamente como fiz, Harry!
- O quê, deixar cair a varinha?
Mas Lockhart não estava mais escutando.
- Três... dois... um... agora! - gritou ele.
Draco ergueu a varinha depressa e berrou:
- Serpensortia! 
A ponta de sua varinha explodiu. Harry observou, perplexo, uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre os dois e se ergueu, pronta para atacar. Os alunos gritaram recuando rapidamente, abrindo espaço.
- Não se mexa, Potter - disse Snape tranquilamente, sentindo visível prazer de ver Harry parado imóvel, cara a cara com a cobra irritada. - Vou dar um fim nela...
- Permita-me! - gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto para Justino e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o bote.
Harry andou para perto da cobra. Abriu a boca e um som estranho, parecido com o de uma cobra saiu dos seus lábios. Logo em seguida, a cobra desabou no chão, dócil como uma mangueira grossa e preta de jardim, seus olhos agora em Harry. 
Harry olhou para Justino, sorrindo, esperando o colega parecer aliviado, intrigado ou até grato - mas certamente não zangado nem apavorado.
- De que é que você acha que está brincando? - gritou, e antes que Harry pudesse responder alguma coisa, Justino  virou-lhe as costas e saiu do salão enfurecido.
Snape se adiantou, acenou a varinha e a cobra desapareceu com uma pequena baforada de fumaça preta. Cochichos percorriam o salão. Os alunos estavam intrigados com o que acontecera. Mas Yasmin sabia que Harry tinha falado com a cobra, pedindo que não atacasse Justino. Pelo menos era isso que parecia ter acontecido. Percebeu também que Harry era um ofidioglota.
Rony rapidamente tirou Harry do salão.

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