quinta-feira, 19 de julho de 2012

    - Capitulo onze-
  A Poção Polissuco


O ataque duplo a Justino e a Nick Quase Sem Cabeça transformou o que até ali fora nervosismo em verdadeiro pânico. Curiosamente era o destino do fantasma que mais parecia preocupar as pessoas. O que poderia fazer aquilo a um fantasma? elas perguntavam umas às outras; que poder terrível poderia fazer mal a alguém que já estava morto? Houve quase uma corrida para reservar lugares no Expresso de Hogwarts que iria levar os alunos para a casa no natal.
- Nesse ritmo, seremos os únicos a ficar para trás - Yasmin ouviu Rony dizer a Harry e Hermione - Nós, Draco, Crabbe e Goyle. Que beleza de férias vamos ter!
Yasmin também ficaria em Hogwarts durante as férias de natal. Não queria ficar em casa somente com Skirpt durante as férias do dia em que nascera. Assim poderia também ficar suas férias junto a Draco e seus amigos.
Não seriam férias tão ruins!
Enfim o período letivo terminou, e um silêncio profundo como a neve desceu sobre o castelo. Enquanto ficava ma Torre da Grifinória, Yasmin tinha que se manter invisível, pois além dela só tinha Harry, Hermione e os Weasley, estes achavam que estavam sozinhos na torre. Mas Yasmin resolveu passar a maior parte do tempo na masmorra da Sonserina, pois lá teria pelo menos o que fazer.


A manhã de Natal despontou fria e branca. Yasmin acordou um pouco mais animada do que o normal. Era a manhã do dia que Yasmin mais gostava. Além de ser seu aniversário, Yasmin iria passar o dia todo com Skirpt e de noite ficaria com Draco.
Logo que levantou viu uma pilha de presentes. Abriu primeiro o de Hagrid, um saco com alguns(lê-se vários) doces. Yasmin colocou-os em sua mesa de cabeceira, pensando em comer mais tarde. Depois abriu o presente de Snape. Um livro de feitiços que vinha com um Kit de 5 varinhas e ainda um bilhete:
    
        "Feliz aniversário, Yasmin. Este livro vai te ajudar a aprender diversos feitiços que lhe podem         
              ser uteis. As varinhas são para o caso de precisar trocar a sua.
                                                                                                                  Atenciosamente, Snape"


Colocou o livro e as varinhas em sua mala, pretendendo usar nas férias de verão. Pegou um pacote extremamente grande. Abriu o cartão que vinha junto.


    " Feliz aniversário, Yasmin. Meu presente vai nos ajudar nas aulas de quadribol. Espero que goste.
                                                                                                                                               Draco"

Abriu rapidamente o embrulho e ficou admirada pelo que viu. Uma Nimbus 2001
Pensou que poderia usa-las imediatamente, mas achou melhor esperar até a próxima aula que teria.
Deixou a Nimbus num canto do quarto e olhou novamente para onde estava a pilha de presentes. Só restava mais um envelope. Yasmin o pegou e leu:


     "Feliz aniversário, Yasmin. Lamento lhe informar que este ano não te dou presente algum, apenas meus parabéns e um lembrete. Abra mais vezes o livro de feitiços de seus pais, ele pode ser extremamente útil. Use também a maioria dos presentes que ganhou, todos serão uteis algum dia.
                                                                                                          Com amor, Dumbledore
                                                                              Ps: Mesmo os piores presentes podem lhe ser uteis"


Imediatamente Yasmin foi até sua mala e pegou o livro de feitiços de seus pais e abriu na segunda página.


                                                     "Feitiço orelha de Morcego
Este feitiço faz com que a pessoa que o usar ouça tudo que se fala no local em que esta. 
Para usa-lo só precisa apontar a varinha para sua orelha e pensar a seguinte frase: 'Quero poder ouvir tudo o que se passa despercebido' e para desfaze-lo é só pensar: 'Quero voltar a ouvir normalmente'.
                                                             Ps: Só funciona com membros da família que o inventou"


Yasmin decidiu usa-lo imediatamente. Apontou a varinha para a sua orelha e pensou a frase. Não sentiu diferença por estar sozinha, mas resolveu continuar usando para ver o que acontecia.
Saiu do quarto esperando ouvir vozes, e logo percebeu que não tinha ninguém na torre. "Ou eles foram almoçar bem cedo, ou eu demorei de mais para me arrumar e abrir os presente." pensou Yasmin já saindo da torre e indo na direção da cozinha.
Logo que chegou, Yasmin foi recebida pelos elfos domésticos.
- Senhorita Yasmin, como está? - perguntou um elfo sorrindo.
- Estou bem. Feliz natal para todos! - disse Yasmin sorrindo.
- Feliz aniversário, senhorita Yasmin! - disseram todos em os elfos em coro.
Skirpt apareceu do meio dos elfos com um pacote grande e entregou a Yasmin.
- Esse é um presente de todos os elfos domésticos. Esperamos que goste! - disse Skirpt.
Yasmin abriu o pacote e dentro tinha um livro com o titulo: "Paladar dos Bruxos". Um livro com mais de 300 páginas sobre receitas que todos os bruxos amam. Aparentemente feito pelos próprios elfos, por ter diversas letras.
Olhou para os elfos e todos estavam com brilho nos olhos esperando a resposta de Yasmin.
- Eu amei! - disse Yasmin, sorrindo, e os elfos se alegraram - Vai ser bem útil de agora em diante.
Os elfos festejaram e mostraram para Yasmin o almoço.
- Quero que todos comam comigo. - disse Yasmin, sorrindo, e olhando a cara de preocupação dos elfos acrescentou - Tem muita comida aqui, da para todos comermos.
Os elfos concordaram e comeram.
Yasmin ficou a tarde toda com os elfos, e quando o fim da tarde, Skirpt apareceu com um bolo em formato de dragão, representando o fato de Yasmin saber falar com dragões, representando o fato de Yasmin saber falar com dragões. Todos comeram felizes e Yasmin pediu para que dessem a ela o pedaço generoso que sobrou e o levou.
Foi indo em direção a masmorra da Sonserina e viu Crabbe e Goyle conversando no final do corredor.
- Não balance os braços desse jeito - murmurou Goyle para Crabbe
- Hein?
- Crabbe mantém os braços meio duros...
- Que tal assim?
- É assim está melhor...
Os dois desceram as escada de mármore. Yasmin achou estranha a conversa deles, e ficou invisível e os seguiu. Achou mais estranho ainda, pois os dois pareciam não saber onde ir.
- Alguma ideia? - murmurou Goyle
- Os alunos da Sonserina sempre vêm daquela direção para tomar café da manhã. - disse Crabbe indicando com a cabeça a entrada para as masmorras. Mal as palavras saíram de sua boca e uma menina de cabelos longos e crespos saiu pela entrada.
- Desculpe - disse Crabbe, correndo para ela. - Esquecemos qual é o caminho para o nosso salão comunal.
- Como? - perguntando a garota empertigada. - Nosso salão comunal? Eu sou da Corvinal.
E se afastou olhando desconfiada para os dois.
Yasmin continuou seguindo-os, achando algo muito estranho. "Crabbe e Goyle não são muitos inteligentes, mas não esqueceriam o caminho para a masmorra da Sonserina. E Crabbe não é educado com os outros, ou melhor, os dois não falam nada. Definitivamente esses não são Crabbe e Goyle." pensou Yasmin ainda os seguindo.
- Rá! - gritou Crabbe excitado - Aí vem um deles agora! 
O vulto vinha saindo de um aposento lateral. Era Percy.
- Que é que você está fazendo aqui em baixo? - perguntou Crabbe surpreso
Percy fez cara de afrontado.
- Isto - disse se empertigando - não é da sua conta. É o Crabbe, não é?
- Que, ah, sim - disse Crabbe.
- Muito bem, já para os seus dormitórios - disse Percy com severidade. - Não é seguro ficar andando por corredores escuros hoje em dia.
- Mas como é que você está andando? - lembrou Crabbe
- Eu - disse Percy empertigando-se - sou monitor. Nada vai me atacar. 
De repente ecoou uma voz atrás de Goyle e Crabbe. Draco vinha em direção ao grupo.
- Aí até que enfim - disse ele com voz arrastada, olhando para os dois. - Estiveram se empanturrando no Salão Principal esse tempo todo? Andei procurando por vocês, quero que vejam uma coisa realmente engraçada.
Draco lançou um olhar mortífero a Percy.
- E o que é que você está fazendo aqui em baixo, Weasley? - perguntou com desdém
Percy parecia indignado.
- Vocês precisam mostrar um pouco mais de respeito por um monitor da escola! - disse - Não gosto da sua atitude!
Draco riu debochado e fez sinal para Crabbe e Goyle o seguirem.
Os dois ficaram parados por um tempo, mas logo correram atrás de Draco, que disse assim que viraram o corredor.
- Esse Peter Weasley...
- Percy - Crabbe corrigiu-o
- O que seja. Tenho visto ele rondando por aqui um bocado ultimamente. E aposto como sei o que está aprontando. Acha que vai pegar o herdeiro de Slytherin sozinho.
Draco deu uma risada curta e debochada. Crabbe e Goyle se entreolharam animados.
Draco parou junto a um trecho da parede de pedra, liso e úmido.
- Como é mesmo a senha? - perguntou a Goyle.
- Ah... - hesitou Goyle
- Ah, já sei... puro-sangue! - disse Draco, sem parar para ouvir, e uma porta de pedra escondida na parede deslizou. Draco entrou e Crabbe e Goyle o seguiram.
Yasmin não conseguiu entrar com eles. Ficou esperando ao lado de fora, pois não poderia entrar devido a situação estranha.
Como sabia que aqueles definitivamente não eram Crabbe e Goyle, resolveu esperar até que saíssem.
Pensou em quem poderiam ser aqueles dois garotos, e lembrou de Harry, Rony e Hermione e a poção Polissuco no banheiro da Murta Que Geme.
Harry e Rony estavam lá dentro com Draco. Isso já era certeza, mas Yasmin ainda tinha uma dúvida: Onde estava Hermione?
Perguntaria isso a Murta.
Ficou esperando por um bom tempo, até que ouviu o barulho da porta e se virou para ela. Viu Harry e Rony correndo apressados do salão com o uniforme  da Sonserina.
Esperou um pouco para pegar a varinha, ficar visível e entrar.
- Yasmin, que bom que veio. Já estava achando que não viria. - disse Draco, sorrindo.
- Eu disse que viria, não iria deixar de vir - disse Yasmin, também sorrindo e se sentando em um sofá de frente para Draco.
- Você viu Crabbe e Goyle quando entrou? - perguntou Draco
- Não, por que? - disse Yasmin calmamente, mas nervosa por estar mentindo.
- Eles estavam estranhos, me fizeram perguntas e saíram correndo. - disse Draco.
- Que tipo de perguntas? - perguntou Yasmin curiosa.
- Sobre a Câmara Secreta e o herdeiro de Slytherin.
- Ei, falando nisso, mandou a carta pro seu pai?
- Sim! - disse Draco devagar.
- E o que ele disse? - perguntou Yasmin, mantendo a calma.
- Ele só me disse que ela foi aberta a cinquenta anos, antes do tempo dele, mas ele sabe tudo o que aconteceu e diz que o caso foi abafado e que vai levantar suspeitas se eu souber de muita coisa. Mas uma coisa eu sei, a última vez que a Câmara Secreta foi aberta, um sangue-ruim morreu, e...
- Draco, não fale assim deles. - disse Yasmin séria.
- Oh, me desculpe Yasmin, foi força do abito. - disse Draco sorrindo sincero. - Bem, quem abriu a Câmara foi expulso. Ainda deve estar em Azkaban. 
- Isso é bem estranho, e... - Yasmin foi interrompida pelo barulho da porta do salão sendo aberta. Logo Crabbe e Goyle(os verdadeiros) estavam no salão.
- Feliz aniversário, Yasmin. - disseram os dois juntos.
- Ah, Yasmin, desculpa ter esquecido, é que estávamos entretidos na conversa. - disse Draco. - Feliz aniversário, Yasmin.
- Obrigado garotos. Feliz natal para vocês. E não se preocupe Draco, a Nimbus já diz tudo. - disse Yasmin rindo.
- Nimbus? - perguntou Crabbe parecendo nervoso.
- Sim, Crabbe, dei uma Nimbus 2001 de presente para Yasmin. - disse Draco
- Ma-mas e a minha vassoura? Vo-você não ia usar? - perguntou Crabbe gaguejando
- Você não parecia querer emprestar, então pedi para meu pai comprar uma. - disse Draco, rindo do nervosismo do amigo.
- Como conseguiu que seu pai comprasse uma Nimbus para mim? - perguntou Yasmin
- Eu disse que estava dando aulas para uma amiga, e que estávamos usando a vassoura do Crabbe e disse que seu aniversário estava próximo e queria te dar uma Nimbus 2001 de presente. Ele gostou da ideia e comprou. - disse Draco sorrindo.
Yasmin sorriu e lembrou do pote em suas mãos.
- Ah, trouce um pedaço do bolo que os elfos fizeram. - disse sorrindo.
Conjurou três pratos e deu um pedaço para cada um.
- Obrigado. - disseram os três em coro.
- É a cabeça de um dragão? - perguntou Goyle surpreso.
- Sim, o bolo era em formato de dragão. - disse Yasmin
- Muito bom! - disse Draco.
Yasmin olhou para eles sorrindo e percebeu que Crabbe estava calado e triste.
- Ei, o que foi Crabbe? Fizemos algo de errado? - perguntou se sentando ao seu lado.
- N-não. - gaguejou ele - É que eu queria ter te dado um presente legal como o Draco - continuou triste.
- Só de você ser meu amigo e estar aqui hoje já é um ótimo presente. - disse Yasmin sorrindo e logo em seguida abraçando o Crabbe.
Depois do abraço, Crabbe ficou sorrindo feito bobo.
- Bom, agora eu tenho que ir garotos. - disse Yasmin - Vejo vocês por ai.
- Até mais, Yasmin. - disseram os três em coro.
Yasmin se encaminhou para o banheiro de Murta Que Geme o mais depressa que conseguiu.
- Musta, posso te fazer algumas perguntas? - disse assim que entrou.
Musta saiu de seu box.
- Claro que pode, Yasmin. - disse ela sorrindo.
- Harry, Rony e Hermione tomaram a poção Polissuco, não é? - perguntou Yasmin calmamente
- Sim! - disse Murta simplesmente
- E por que Hermione não foi junto com Harry e Rony?
- A poção deu errado para ela, e ela se transformou em algo parecido com um gato. - disse Murta rindo
- Obrigada pelas informações Murta. Tenha uma boa noite. - disse Yasmin sorrindo e saindo do banheiro.
Foi em direção a torre da Grifinória e logo adormeceu.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

- Capitulo dez -
   Mais um aluno é petrificado





Logo depois de Harry, Rony e Hermione saírem do salão, Lockhart disse:
- Bem, por hoje é só. - disse com um falso sorriso no rosto. - Se alguns de vocês ainda quiser falar comigo, aproveitem a oportunidade.
Yasmin saiu do salão assim que Lockhart terminou a frase. Foi em direção da sala comunal da Grifinória. Assim que chegou na porta ouviu a voz de Harry.
- O que não é legal? - disse com raiva. - Qual é o problema com todo mundo? Escuta aqui, se eu não tivesse dito aquela cobra para não atacar Justino...
- Ah, então foi isso que você disse?
- Que quer dizer com isso? Vocês estavam lá, vocês me ouviram...
- Ouvi você falar esquisito - disse Rony. - Língua de cobra. Você podia ter dito qualquer coisa, não admira  que o Justino tenha entrado em pânico, parecia que você estava convencendo a cobra a fazer alguma coisa, deu arrepios, sabe...
- Eu falei uma língua diferente? Mas, eu não percebi, como posso falar uma língua sem saber que posso falá-la?
Tanto Rony quanto Hermione não responderam nada.
- Querem me dizer o que há de errado em impedir uma enorme cobra de arrancar a cabeça do Justino? Que diferença faz como foi que eu fiz isso, desde que o Justino não precise se associar ao clube dos Caçadores Sem Cabeça?
- Faz diferença, sim - disse Hermione, falando, afinal, num tom abafado -, porque a capacidade de falar com cobras foi o dom que tornou Salazar Slytherin famoso. É por isso que o símbolo da Sonserina é uma serpente.
- Exatamente - confirmou Rony. - E agora a escola inteira vai pensar que você é o tetra-tetra-tetra-tetra-neto ou coisa parecida...
- Mas eu não sou - disse Harry, em pânico.
- Você vai achar difícil provar isso - falou Hermione. - Ele viveu há mil anos; pelo que se sabe, você podia muito bem ser descendente dele.
Quando Hermione terminou de falar, Yasmin entrou. Aproveitou que os três amigos estavam distraídos e foi para seu quarto.

Naquela mesma noite, Yasmin descobriu uma coisa um tanto inquietante sobre a sua ligação com Harry. Além de ter visões, Yasmin agora podia ouvir os pensamentos de Harry mesmo a distancia.
Enquanto floquinhos de neve caiam diante da torre ele ficou imaginando...
"Será que podia ser descendente de Salazar Slytherin? Afinal não sabia nada sobre a família do seu pai. Os Dursley sempre o proibiam de fazer perguntas sobre parentes bruxos."
Alguns segundos depois Yasmin ouviu outro pensamento.
"Mas eu sou da Grifinória. O Chapéu Seletor não teria me posto aqui se eu tivesse sangue de Slytherin..."
"Ah, disse uma vozinha perversa em seu cérebro, mas o Chapéu Seletor queria pôr você na Sonserina, não se lembra?"
Depois os pensamentos de Harry foram parados pelos próprios pensamentos de Yasmin:
"Harry seria mandado para a Sonserina? Mas como eu não soube..." Yasmin se lembrou do dia da Seleção "Minha conexão com Harry não estava muito forte nessa época, e eu estava bem longe de Harry para ouvir qualquer coisa."
Yasmin ficou pensando por um tempo e acabou adormecendo.
Na manhã seguinte, a neve que começara a cair de noite se transformara numa nevasca tão densa que a última aula de Herbologia do período letivo foi cancelada: A Profª Sprout queria pôr meias e encharpes nas mandrágoras, uma operação melindrosa que ela não confiaria a mais ninguém, agora que era tão importante as mandrágoras crescerem depressa para ressuscitar Madame Nor-r-ra e Collin Creevey.
Harry preocupava-se com isso sentado junto à lareira na sala comunal da Grifinória, enquanto Rony e Hermione aproveitavam o tempo para jogar uma partida de xadrez de bruxo.
- Pelo amor de Deus, Harry - disse Hermione exasperada, quando um bispo de Rony desmontou um cavalo dela e o arrastou para fora do tabuleiro. - Vá procurar o Justino se isso é tão importante para você.
Então Harry se levantou e saiu pelo buraco do retrato, imaginado onde Justino poderia estar.
Yasmin logo pegou sua varinha, ficou invisível e o seguiu.
O castelo estava mais escuro que normalmente era durante o dia, por causa da neve grossa e cinzenta que descia rodopiando pelo lado de fora das janelas. Transido de frio, Harry passou por salas onde havia aulas, captando vislumbres do que acontecia lá dentro. A Profª Mcgonagall gritava com alguém que, pelo que parecia, tinha transformado o colega em um texugo. Harry passou adiante, resistindo o impulso de espiar para dentro e, lembrando que Justino talvez estivesse usando o tempo livre pata tirar o atraso em alguma matéria, decidiu verificar primeiro na biblioteca.
Vários alunos da Lufa-Lufa que deviam estar na aula de Herbologia se achavam de fato sentados no funda da biblioteca, mas não pareciam estar trabalhando. Entre as longas fileiras de estantes, Harry( eYasmin) podia ver que suas cabeças estavam muito juntas e que aparentemente mantinham uma conversa absorvente. Não conseguia ver se Justino estava no grupo. Foi andando em direção a eles e, quando começou a ouvir alguma coisa que diziam, parou para escutar melhor, escondido na seção da Invisibilidade.
- Então, em todo caso - falava um menino forte -, eu disse ao Justino para se esconder no nosso dormitório. Quero dizer, se Potter o escolheu para sua próxima vitima, é melhor ele ficar pouco visível por uns tempos. É claro que Justino estava esperando uma coisa dessas acontecer desde de que deixou escapar para Potter que vinha de família trouxa. Justino chegou até a contar que os pais tinham feito reserva para ele em Eton. Isso não é o tipo de coisa que se fale assim, com o herdeiro de Slytherin à solta, não é mesmo?
- Então decididamente você acha que é o Potter, Ernie? - perguntou, ansiosa, uma menina menina loura de marias-chiquinhas.
- Ana - disse o garoto forte, solenemente -, ele é um ofidioglota. Todo mundo sabe que isso é a marca do bruxo das trevas. Você já ouviu falar de um bruxo decente que soubesse falar com cobras? Chamavam o próprio Slytherin de língua de serpente.
Seguiram-se muitos murmúrios depois disso e Ernie continuou:
- Lembram o que estava escrito na parede? Inimigos do herdeiro, cuidado. Potter teve um problema com Filch. Logo em seguida a gata de Filch é atacada. Aquele aluno do primeiro ano, o Creevey, estava aborrecendo Potter no jogo de quadribol, tirando fotos dele estirado na lama. Logo em seguida, Creevey foi atacado.
- Mas ele sempre pareceu tão gentil - disse Ana em dúvida -. e foi quem fez Você-Sabe-Quem desaparecer. Ele não pode ser tão ruim assim, pode?
Ernie baixou a voz, miterioso, os alunos da Lufa-Lufa se curvaram mais para a frente, e Harry se aproximou mais para poder captar as palavras de Ernie.
- Ninguém sabe como foi que ele sobreviveu àquele ataque do Você-Sabe-Quem, quero dizer, ele era só um bebê quando a coisa aconteceu. Devia ter explodido em pedacinhos. Só um mago das trevas realmente poderoso poderia ter sobrevivido a um ataque daqueles. - E baixando a voz até quase um sussurro, continuou: - Vai ver é por isso que Você-Sabe-Quem queria matá-lo para começar. Não queria outro bruxo das trevas concorrendo com ele. Que outros poderes será que o Potter anda escondendo?
Harry não conseguiu aguentar mais. Pigarreando alto, saiu de trás das estantes. Se não estivesse tão zangado, teria achado engrassada a cena que o aguardava: cada aluno da Lufa-Lufa parecia ter se petrificado só de vê-lo, e a cor foi se esvaindo do rosto de Ernie.
- Olá - disse Harry. - Estou procurando Justino Finch-Fletchley.
Os receios dos garotos da Lufa-Lufa claramente se confirmaram. Todos olharam cheios de medo para Ernie.
- Que é que você quer com ele? - perguntou Ernie com voz trêmula.
- Eu queria dizer a ele o que realmente aconteceu com aquela cobra no Clube dos Duelos.
Ernie mordeu os lábios brancos, tomou fôlego e disse:
- Nós estavamos todos lá. Vimos o que aconteceu.
- Então vocês repererem que depois que falei com a cobra ela recuou? - perguntou Harry
- Só o que vi - disse Ernie, insistente, embora tremesse enquanto falava - foi você falando em língua de cobra e açulando o bicho para cima de Justino.
- Eu não açulei a cobra para cima dele! - protestou Harry, a voz trêmula de raiva. - A cobra nem encostou nele!
- Por pouco. E caso você esteja tendo novas ideias - acrescentou depressa-, é melhor eu informá-lo que pode investigar minha família por nove gerações de bruxos, e que o meu sangue é tão puro quanto o de qualquer outro, portanto...
- Não ligo a mínima para o tipo de sangue que você tem! - tornou Harry furioso - Por que eu iria querer atacar pessoas que nasceram trouxas?
- Ouvi dizer que você detesta os trouxas com quem mora - disse Ernie na mesma hora.
- É impossível morar com os Dursley e não detesta-los. Eu gostaria de ver você no meu lugar.
E dando meia-volta, saiu furioso da biblioteca, ganhando um olhar de reprovação de Madame Pince, que estava lustrando a capa dourada de um grande livro de feitiços.
Harry saiu pelo corredor às tontas, mal reparando onde ia, tal era sua fúria. Nem reparou em Hagrid vindo em sua direção.
- Ah, olá, Hagrid - disse Harry, erguendo a cabeça.
O rosto de Hagrid estava inteiramente oculto pelo gorro de lã esbranquiçado de neve, mas não podia ser mais ninguém, pois ele praticamente ocupava o corredor com aquele seu casacão de pele de toupeira. Um galo morto pendia de suas enormes mãos enluvadas.
- Tudo bem, Harry? - perguntou ele, empurrando o gorro para trás para poder falar.- Você não está em aula?
- Cancelada - disse Harry, levantando-se. - Que é que você está fazendo aqui?
Hagrid ergueu o galo inerte.
- É o segundo que matam nesse período letivo - explicou. - Ou é raposa ou bicho-papão e preciso permissão do diretor para lançar um feitiço em volta do galinheiro.
Por debaixo das sobrancelhas grossas e salpicadas de neve ele examinou Harry com mais atenção.
- Você tem certeza de que está bem? Está cheio de calor e zanga...
- Não é nada. É melhor eu ir andando, Hagrid, a próxima aula é Transformações e tenho que apanhar meus livros.
Ele se afastou. Yasmin continuou seguindo-o.
Harry subiu a escada batendo os pés e entrou em outro corredor que estava particularmente escuro; os archotes tinham sido apagados por uma corrente de ar forte e gelada que entrava por uma vidraça solta. Estava na metade do corredor quando caiu estendido em cima de uma coisa que havia no chão.
Yasmin olhou para a tal coisa, e ficou horrorizada pelo que viu. Harry virou-se para ver melhor e também parecia assustado.
Justino Finch-Fletchley jazia no chão, duro e frio, uma expressão de choque fixa no rosto, os olhos, sem visão, voltados para o teto. E não era tudo. Ao lado dele outro vulto.
Nick Quase Sem Cabeça, que agora deixara de ser branco-pérola e transparente e se tornara preto e fumegante, e flutuava imóvel na horizontal, a mais de um metro e meio do chão. Sua cabeça estava quase inteiramente solta, e seu rosto tinha uma expressão de choque idêntica à de Justino.
Harry ficou em pé, Yasmin seguiu os passos dele. Ele olhou para uma lado do corredor deserto e para o outro e viu uma fila de aranhas que se afastava o mais depressa possível dos corpos. Os únicos sons que se podia ouvir eram as vozes abafadas dos professores nas salas de aula de cada lado.
Harry parecia pensar no que fazer, pois parecia aflito.
Enquanto ele estava parado, cheio de pânico, uma porta se abriu com uma batida. Pirraça o poltergeist, saiu em disparada.
- Ora, é o Potter Pirado! - zombou ele, entortando os óculos de Harry ao passar por ele. - Que é que o Potter está aprontando? Por que é que o Potter está rondando...
Pirraça parou no meio de uma cambalhota no ar.
Yasmin percebeu que pirraça iria fazer algo não muito favorável a Harry. Saiu correndo imediatamente para a sala de Dumbledore.
Ainda conseguiu ouvir um grito de Pirraça, mas não entendeu o que ele dizia.
Logo chegou a porta da sala e dicou visível.
- Professor, preciso falar com o senhor. - disse batendo na porta.
- Entre! - Dumbledore disse calmamente.
- Professor, o assunto é um pouco delicado, e não podemos deixar mais alguém ouvir. - Yasmin disse rapidamente.
Dumbledore fez sinal para que Yasmin o segui-se e subiu as escadas que tinham no escritório.
- Me diga que assunto delicado é este Yasmin! - disse Dumbledore ainda calmo.
-Professor, houve mais um ataque - Yasmin pausou e Dumbledore fez sinal para que continua-se. - Justino Finch-Fletchley e Nick Quase Sem Cabeça são as vitimas.
- Como sabe disso Yasmin? - Dumbledore perguntou.
- Eu estava seguindo Harry e ele esbarrou no corpo de Justino, Nick Quase sem cabeça estava parado ao seu lado sem se mover  e estava preto e fumegante - Yasmin pausou para pensar no que diria a seguir. - Arranhas saiam o mais depressa possível, sem querer chegar perto dos dois. Pirraça apareceu saindo de uma das portas e viu a cena. Agora todos devem estar achando que foi Harry quem os atacou, mas eu posso provar que não, ele estava comigo, ou melhor, eu estava com ele durante o ataque, andando pela escola, ele até encontrou Hagrid e alguns alunos da Lufa-Lufa e...
- Se acalme, Yasmin - disse Dumbledore a interrompendo - Realmente não acho que Harry faria alguma coisa contra alguém.
- Então o senhor acredita que ele é inocente?
- Sim, mesmo que você também não tivesse me falado tudo isso, não acreditaria que Harry seria capaz de atacar alguém. - disse Dumbledore, sorrindo. - E acho que você é uma ótima pessoa, de bom coração, e fez muito bem em ter vindo dizer que Harry é inocente.
Yasmin sorriu e ouviu um barulho no andar de baixo.
- Acho que tem alguém aqui - disse pegando a varinha e ficando invisível.
- Esse feitiço é bem útil! - disse Dumbledore, sorrindo e indo ao andar de baixo.
Yasmin o seguiu. Já no andar de baixo, viram Harry assustado.
- Professor - ofegou Harry - Seu pássaro, eu não pude fazer nada, ele simplesmente pegou fogo...
Dumbledore sorriu.
- Já não era sem tempo. Ele tem andado com uma aparência medonha há dias; e venho dizendo a ele para se apressar.
E deu uma risadinha a ver a cara de espanto de Harry.
- Fawkes é uma fênix, Harry. As fênix pegam fogo quando chega a hora de morrer e tornar a renascer das cinzas. Olhe ele...
Harry olhou em tempo de ver um pássaro minúsculo, amarrotado, recém-nascido botar a cabeça para fora das cinzas.
- É uma pena que você a tenha visto no dia em que queimou - disse Dumbledore, sentando-se à escrivaninha - Na realidade ela é muito bonita quase o tempo todo, tem uma plumagem vermelha e dourada. Criaturas fascinantes, as fênixes. São capazes de sustentar cargas pesadíssimas, suas lágrimas tem poderes curativos e são animais de estimação muitíssimos fiéis.
Dumbledore se acomodou no cadeirão à mesa e encarou Harry com aquele seus olhos azul-claros e penetrantes.
Mas antes que Dumbledore pudesse dizer outra palavra, a porta da sala se escancarou com estrondo, e Hagrid entrou, um olhar selvagem nos olhos, o gorro encarrapitado no alto da cabeça desgrenhada e o galo morto ainda balançando em uma das mãos.
- Não foi Harry, Prof. Dumbledore! - disse Hagrid pressuroso. - Eu estava falando com ele segundos antes daquele garoto ser encontrado, ele nunca teria tido tempo, meu senhor...
Dumbledore tentou dizer alguma coisa, mas Hagrid continuou falando, sacudindo o galo, fazendo voar penas para todo o lado.
- ... não pode ter sido ele, eu juro até na frente do Ministro da Magia, se precisar...
- Hagrid, eu...
- ... o senhor pegou o garoto errado, meu senhor, eu sei que Harry jamais...
- Hagrid! - disse Dumbledore em voz alta - Eu não acho que Harry tenha atacado essas pessoas.
- Ah - acalmou-se Hagrid, o galo pendurado imóvel a um lado. - Certo. Então vou esperar lá fora, diretor.
E saiu num repelão, parecendo constrangido.
- O senhor não acha que fui eu, professor? - repetiu Harry esperançoso enquanto Dumbledore espanava as penas de galo de cima de sua escrivaninha.
- Não, Harry, não acho - seu rosto novamente grave. - Mas ainda assim quero falar com você.
Harry esperou nervoso enquanto Dumbledore o estudava, as pontas dos seus longos dedos juntas.
- Preciso lhe perguntar, Harry, se tem alguma alguma coisa que você gostaria de me perguntar - disse gentilmente. - Qualquer coisa.
Harry ficou parado por um tempo, parecendo pensar na resposta certa.
- Não - disse Harry. - Não tem nada, não, professor...
Harry ficou mais alguns instantes na sala e depois saiu.
Yasmin ficou visível.
- Sinto que vocês estão me escondendo algo. - disse Dumbledore sério.
- Professor, se estivermos escondendo algo, tenha certeza de que tem um bom motivo. - disse Yasmin - Mas agora eu acho melhor eu ir. Até logo professor.
E saiu da sala  pensando se tinha feito certo em não contar a Dumbledore o que estava acontecendo com Harry.

sábado, 12 de novembro de 2011

                                 
                                 - Capítulo nove -
                                  O clube dos duelos 


 Harry saiu da ala-hospitalar na manhã seguinte. Quando Yasmin tentou segui-lo foi impedida por Justino Finch-Fletchley, um aluno da Lufa-Lufa. Ele estava com um papel na mão.
- Oi, meu nome é Justino. - disse feliz - Trouxe um recado de Dumbledore para você. Bom, isso se você for Yasmin.
- Sim, eu sou Yasmin. - disse apressada - Como soube que era eu?
- Pela discrição de Dumbledore, - disse Justino - ele disse que eu teria  que procurar uma menina de cabelos  compridos e cacheados, com olhos castanhos e que fosse da Grifinória.
- Eu não sou a única assim. - disse Yasmin
- Dumbledore ainda disse que a menina tinha um brilho nos olhos que fazem as pessoas sorrirem. - disse Justino - E você é a única assim.
- Obrigada. - disse Yasmin feliz - Você é o único que já me disse isso.
- Talvez as pessoas se esqueçam de falar. - disse Justino
- Qual é o recado de Dumbledore? - disse Yasmin mudando de assunto. 
- Ah, sim. - disse Justino - Aqui está.
Yasmin pegou o papel da mão de Justino e disse:
- Tenho que ir agora.
- Ah, eu também. Até logo, Yasmin.
- Até logo, Justino. - disse Yasmin 
Justino saiu sorridente. Yasmin abriu o pedaço de pergaminho e leu:

" Yasmin, quero falar com você, venha até minha sala o mais rápido possível.
Dumbledore”

Yasmin fechou o papelzinho e subiu para seu dormitório e deixou-o em cima de sua mesa de cabeceira.
Saiu do quarto e foi para a sala de Dumbledore.
 - Entre! - disse Dumbledore
- Olá, professor. - disse Yasmin - O senhor queria falar comigo?
- Sim, - disse Dumbledore calmamente - sente-se.
Yasmin se sentou em uma cadeira na frente da mesa de Dumbledore.
- Você tem que tomar mais cuidado se não quiser que Harry descubra que você está seguindo ele. - disse Dumbledore
- Como assim professor? - perguntou Yasmin
- Eu sei que você estava na ala-hospitalar ontem a noite, - disse Dumbledore - invisível.
- Como o senhor sabe... - Um pensamento veio a cabeça de Yasmin - O senhor leu o livro de feitiços de meus pais.
- Mas é claro. - confirmou Dumbledore - Que bruxo eu seria se tivesse entregado a você uma coisa que eu nem mesmo sei o que é.
- O senhor tentou algum dos feitiços? - perguntou Yasmin
- Todos. - disse Dumbledore - Mas nenhum funcionou, eles só funcionam com pessoas da família que os inventou.
- Eles eram bons? - disse Yasmin - Meus pais?
- Umas das melhores pessoas que já conheci. - disse Yasmin - Você se parece muito com eles. Principalmente com sua mãe.
- Como ela era? - perguntou Yasmin
- Gentil e também muito inteligente. - disse Dumbledore sorrindo - Você tem o mesmo brilho nos olhos que ela.
- O senhor nunca tinha dito que eu tinha um brilho nos olhos. - disse Yasmin - Justino disse que só conseguiu saber que era eu quem ele estava procurando, por causa do brilho nos olhos. Por que o senhor disse isso para ele?
- Por que eu sabia que com essa dica seria mais fácil para ele descobrir quem de fato era Yasmin. - disse Dumbledore
- Os meus olhos fazem mesmo as pessoas sorrirem, professor? - perguntou Yasmin
- Sim, talvez seja por isso que Draco e Neville ficam tão felizes ao seu lado, Yasmin. - disse Dumbledore
- Senhor, falando no Neville, acho que agora não vou mais poder falar com ele. - disse Yasmin triste
- Por que acha isso Yasmin?
- Por que eu só vejo ele quando ele se machuca, - disse Yasmin - e acho que ele não vai mais se machucar.
- Mas você pode se tornar amiga dele. - disse Dumbledore - E acho que vocês dois ainda vão se ver muitas vezes.
- O que o senhor quer dizer com isso? - perguntou Yasmin confusa
- Na hora certa você verá Yasmin. - disse Dumbledore - Agora me fale, você tem visto Draco?
- A última vez que vi ele foi quando ele tentou me ensinar quadribol com a vassoura de Crabbe, mas Crabbe interrompeu a aula pedindo a vassoura de volta.
- Por isso Crabbe estava tão bravo esses dias. - disse Dumbledore
- Acho que sim. - disse Yasmin
- Eu quero que você fale com Draco, Yasmin. - disse Dumbledore
- Por que, senhor? - perguntou Yasmin
- Como você deve ter ouvido ontem, a Câmara Secreta foi realmente aberta. - disse Dumbledore - E eu tenho a impressão de que Draco sabe alguma coisa.
- Eu vou falar com ele hoje mesmo, senhor. - disse Yasmin
- Ótimo. - disse Dumbledore
- Professor, o senhor sabe onde fica a Câmara Secreta? - perguntou Yasmin
- Não, - disse Dumbledore - mas gostaria muito de saber.
- Senhor, eu posso tentar descobrir onde é? - perguntou Yasmin
- Contanto que não entre nela. - disse Dumbledore
- Não vou entrar senhor. - disse Yasmin - Mas se alguém, por acaso, sair de la vivo, eu posso entrar em seguida?
- Você poderá entrar, se levar sua varinha com você. - disse Dumbledore
- Eu levarei! - disse Yasmin - Agora eu tenho que ir senhor, tenho muita coisa para fazer.
- Tudo bem, pode ir Yasmin. - disse Dumbledore
Yasmin saiu da sala de Dumbledore e foi em direção a cozinha.
Muitos elfos domésticos tentaram fazer Yasmin comer alguma coisa.
- Não obrigado, mas eu vou querer depois. Podem levar no meu quarto? - disse Yasmin
Os elfos foram logo arrumar muitas coisas para levar ao quarto de Yasmin.
- Eu quero falar com a Skirpt. - disse Yasmin
E do meio da multidão de elfos saiu Skirpt com seu vestidinho azul.
- Sim, senhorita Yasmin? - disse Skirpt alegre
- Skirpt eu queria saber uma coisa. - disse Yasmin - Por que você não usa a mesma roupa que os outros elfos?
- Skirpt é uma elfo livre, senhorita Yasmin. - disse Skirpt
- Como assim? - perguntou Yasmin
- Skirpt fez um acordo com seus pais, senhorita Yasmin. - disse Skirpt - Seus pais prometeram me deixar livre, trabalhando em Hogwarts quando Skirpt quisesse, e quando você fosse para Hogwarts, Skirpt iria até sua casa buscá-la e depois voltaria a Hogwarts. E Skirpt tem que cuidar de você.
- Não precisa Skirpt. - disse Yasmin
- Skirpt quer, senhorita Yasmin. Skirpt cuida de você por que gosta. - disse Skirpt.
- Se é assim, acho que devemos então deixar as coisas como estão. - disse Yasmin - Era só isso que eu queria dizer.
- Então até logo, senhorita Yasmin - disse Skirpt
- Ah, ainda vamos nos ver bastante nas férias de Natal. - disse Yasmin
E dizendo isso Yasmin saiu.
Foi em direção a seu próximo destino. Foi para a masmorra da Sonserina.
- Continuem o que estavam fazendo. - disse Yasmin assim que entrou - Não liguem para mim.
Draco imediatamente saiu do meio da multidão de alunos e disse:
- Você veio falar comigo, - disse Draco - não foi?
- Sim! - disse Yasmin - Preciso falar com você em particular.
- Claro, - disse Draco - Crabbe e Goyle, podem sair!
Yasmin e Draco sentaram-se em uma mesa num canto da sala.
- Draco, você sabe alguma coisa sobre a Câmara Secreta? - perguntou Yasmin
- Não, - disse Draco mais do que depressa - mas meu pai deve saber de alguma coisa. Se quiser eu mando uma carta para ele perguntando.
- Isso ajudaria muito! - disse Yasmin - Será que ele vai responder?
- Ele reponde tudo para mim. - disse Draco feliz - Agora, vamos falar sobre um assunto mais interessante.
- Qual? - perguntou Yasmin
- As aulas de quadribol, é claro. - disse Draco
- Ah, eu quase tinha esquecido. - disse Yasmin - Mas o que tem as aulas de quadribol?
- Nós não vamos continuar? - perguntou Draco
- Se nós tivermos tempo. - disse Yasmin
- Que tal na próxima semana? - perguntou Draco
- Claro, se eu tiver tempo. - disse Yasmin
- Como assim se você tiver tempo? - perguntou Draco confuso
- Eu não estou tendo muito tempo livre ultimamente. - disse Yasmin
- Se você não tiver tempo, nós podemos remarcar. - disse Draco
- Tudo bem. - disse Yasmin - Agora eu tenho que ir, tenho muita coisa para fazer.
- Tudo bem, - disse Draco - então nos vemos na próxima semana.
- Até la então. - disse Yasmin

Na segunda semana de dezembro a Profª McGonagall veio, como sempre fazia, anotar os nomes dos alunos que continuariam na escola durante as festas de Natal. Harry, Rony e Hermione assinaram a lista. Yasmin também assinou a lista, pois não teria onde ficar e Skirpt teria que ficar em Hogwarts para ajudar os outros elfos domésticos.
Yasmin ouviu Harry, Rony e Hermione conversando antes de uma aula dupla de Poções.
 - Acho que é melhor eu fazer o roubo propriamente dito - disse Hermione num tom trivial. - Vocês dois vão ser expulsos caso se metam em mais uma encrenca, mas eu tenho a ficha limpa. Então só o que têm a fazer é causar bastante confusão para distrair Snape por uns cinco minutos.
Harry deu um leve sorriso. Provocar confusão na aula de Snape era quase tão seguro quanto espetar o olho de um dragão adormecido.
A aula de Poções era dada em uma das masmorras maiores. A de quinta-feira à tarde transcorreu como sempre. Vinte caldeirões fumegavam entre as carteiras de madeira, sobre as quais havia balanças e frascos de ingredientes. Snape andava por entre os vapores, fazendo comentários mordazes sobre o trabalho dos alunos da Grifinória (menos para Yasmin), enquanto os da Sonserina davam risadinhas de aprovação. Draco, que era o aluno favorito de Snape (depois de Yasmin, é claro), não parava de mostrar olhos de peixe baiacu para Rony e Harry, que se revidassem receberiam uma detenção mais rápido do que conseguiram dizer "injustiça".
A Solução para Fazer Inchar que Harry preparou ficou muito rala, mas ele tinha coisas mais importantes em que pensar. Estava à espera do sinal de Hermione, e mal ouviu quando Snape parou para caçoar do ponto de sua poção. Quando Snape deu as costas para implicar com Neville, Hermione olhou para Harry e fez um aceno com a cabeça.
Harry se abaixou depressa por trás do próprio caldeirão, tirou do bolso um dos fogos Filibusteiro de Fred e deu-lhe um leve toque com a varinha. O fogo começou a borbulhar e a queimar. Sabendo que só dispunha de segundos, Harry se levantou, mirou e atirou o fogo no ar; ele caiu dentro do caldeirão de Goyle.
A poção de Goyle explodiu, chovendo sobre a mesa inteira. Os alunos gritaram quando os borrifos da Solução para Fazer Inchar caiu neles. Draco ficou com a cara coberta de poção e seu nariz começou a inchar como um balão; Goyle saiu esbarrando nas coisas, as mãos cobrindo os olhos, que tinham inchado até atingir o tamanho de um prato - Snape tentava restaurar a calma e descobrir o que estava acontecendo. Na confusão, Hermione entrou discretamente na sala do professor.
- Silêncio! SILÊNCIO! - rugiu Snape. - Os que receberam borrifos, venham aqui tomar uma Poção para Fazer Desinchar, quando eu descobrir quem fez isso...
Harry procurou não rir ao ver Draco correr para a frente da sala, a cabeça pendurada por causa do peso de um nariz do tamanho de um melão. Enquanto metade da classe se arrastava até a mesa de Snape, alguns sobrecarregados com braços grossos como bastões, outros com os lábios tão inchados que não conseguiram falar, Hermione tornou a entrar, sorrateiramente, na masmorra, com a frente das vestes estufada.
Depois que todos tornaram uma dose do antídoto e seus inchaços mucharam, Snape foi até o caldeirão de Goyle e pescou os restos retorcidos e negros do fogo de artifício. Fez-se um silêncio repentino.
- Se eu um dia descobrir quem jogou isso - sussurrou  Snape - vou garantir que esse aluno seja expulso.
Harry tomou o cuidado de fazer cara de espanto. Snape olhava diretamente para ele, e a sineta que tocou dez minutos depois não poderia ter sido mais bem-vinda.
Harry, Rony e Hermione saíram correndo da sala e Yasmin não conseguiu segui-los. Teve que se contentar com Snape, que chamou-a e disse:
- Você sabe quem fez isso, Yasmin? 
- Não, senhor. - disse Yasmin mais do que rapidamente.
- Você não precisa me chamar de senhor. - disse Snape 
- Mas eu falo assim com todos os professores. - disse Yasmin
- Mas eu também sou seu tio. - disse Snape - Só precisa me chamar de senhor nas aulas.
- Tudo bem, - disse Yasmin - então posso fazer uma pergunta para o meu professor?
- Claro. - disse Snape
- Eu sou uma boa aluna? - perguntou Yasmin
- A melhor aluna que já tive! - disse Snape sorrindo
- E então, porque você implica tanto com os outros alunos da Grifinória? - perguntou Yasmin.
- Eu não implico com os alunos da Grifinória, eles só não são tão bons alunos quanto os outros. - disse Snape
- Com "outros" você quis dizer os alunos da Sonserina? - perguntou Yasmin
- Sim, - disse Snape - eles e você.
- Quer dizer que sou privilegiada por ser sua sobrinha? - perguntou Yasmin
- Não por isso, mas por ser a minha melhor aluna. - disse Snape - Agora, mudando de assunto, Draco me disse que você sabe falar com uma grande variedade de animais. Isso é verdade?
- Sim, - disse Yasmin, confusa pois não sabia o que isso tinha a ver com poções. - falo com alguns animais.
- Quais? - perguntou Snape
- Que eu saiba cachorros, gatos, sapos, e recentemente descobri que sei falar com dragões. - disse Yasmin
- Uma grande variedade. - disse Snape
- Não acho. - disse Yasmin - Bem, agora eu tenho que ir. Tchau, Snape.
- Até logo, Yasmin. - disse Snape

Uma semana mais tarde, Yasmin viu um aglomerado de alunos em volta do quadro de avisos.
- O que está acontecendo? - perguntou Yasmin a Justino que tinha acabado de ler o quadro de avisos.
- Vão abrir um Clube dos Duelos! - disse Justino alegre.
- Por que você esta tão feliz? - disse Yasmin confusa - Não vejo o que um bando de bruxos saindo machucados de um duelo inútil tem de legal.
- Não é por isso que estou feliz. - disse Justino - É por causa dos seus olhos.
- Não sabia que o efeito era tão rápido assim. - disse Yasmin
- Você acha mesmo a idéia de um Clube dos Duelos idiota? - perguntou Justino
- Não gosto de duelos, - disse Yasmin - principalmente pelo fato da maioria das pessoas saírem machucadas de duelos.
- Então você não vai participar? - perguntou Justino, ainda sorrindo.
- Eu não disse que não iria participar. - disse Yasmin - Só disse que não aprovo.
- Então te vejo la. - disse Justino
- Quando é a primeira reunião? - perguntou Yasmin
- Hoje a noite. - disse Justino
- Até la então. - disse Yasmin

As oito horas, Yasmin voltou para o Salão Principal as pressas depois do jantar . As longas mesas de jantar tinham desaparecido e surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por milhares de velas  que flutuavam no alto. O teto voltara a ser um veludo negro, e a maior parte da escola parecia estar reunida sob ele, as varinhas na mão e as caras animadas.
Alguns segundos depois Gilderoy Lockhart entrou no palco, resplandecente em suas vestes ameixa-escuras, acompanhado por ninguém mais do que Snape, em sua roupa preta habitual.
- Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente!
"O Prof. Dumbledore me deu permissão para começar um pequeno clube de duelos, para treiná-los, caso um dia precisem se defender, como eu próprio já precisei fazer em inúmeras ocasiões, quem quiser conhecer os detalhes, leia os livros que publiquei.
"Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, Prof. Snape", disse Lockhart, dando um largo sorriso. "Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e desportivamente concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos. Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo!"
"Convencido!" pensou Yasmin.
O lábio superior de Snape crispou-se. Lockhart continuava a sorrir.
Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto Snape curvou a cabeça, irritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se empunhassem espadas.
- Como vocês vêem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate normalmente adotada - disse Lockhart, aos alunos em silêncio. - Quando contarmos três, lançaremos os primeiros feitiços. Nenhum de nós está pretendendo matar, é claro.
- Eu não teria certeza disso - murmurou Harry, observando Snape arreganhar os dentes.
- Um... dois... três...
- Expelliarmus! - Viram um lampejo vermelho ofuscante e Lockhart foi lançado para o alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede, foi escorregando e acabou estatelado no chão.
Draco e outros alunos da Sonserina deram vivas. Hermione dançava nas pontas dos dedos para ver melhor.
- Vocês acham que ele está bem? - guinchou tampando a boca com a mão.
- Quem se importa? - responderam Harry e Rony juntos.
Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam em pé.
- Muito bem! - disse, cambaleando de volta ao palco. - Isto foi um Feitiço de Desarmamento, como viram, perdi minha varinha, ah, muito obrigado, Srta. Brown... sim, foi uma excelente demonstração, Prof. Snape, mas se não se importa que eu diga, ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer. Se eu tivesse querido detê-lo teria sido muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver...
Snape tinha uma expressão assassina no rosto. Lockhart possivelmente notou porque acrescentou:
- Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Prof. Snape, se quiser me ajudar...
Os dois caminharam entre os alunos, formando os pares. Lockhart juntou Neville com Justino, mas Snape chegou até Harry e Rony primeiro.
- Acho que está na hora de separar a equipe dos sonhos - caçou. - Weasley você luta com Finnigan. Potter...
Harry virou-se automaticamente para Hermione.
- Acho que não - disse Snape, sorrindo estranhamente. - Sr. Malfoy, venha cá. Vamos ver o que o senhor faz com o famoso Potter. E a senhorita, pode fazer par com a Srta. Bulstrode.
Ao dizer isso, Snape virou-se para Yasmin e disse:
- Acho que não sobrou ninguém para você.
- Tudo bem. - disse Yasmin, aliviada. - Posso ficar olhando os outros lutarem?
- Claro. - disse Snape
Yasmin ficou do lado de Justino e Neville, pois sabia que os dois podiam se machucar a qualquer momento. Justino e Neville sorriram para Yasmin que retribuiu.
- De frente para os seus parceiros! - mandou Lockhart, de volta ao tabledo. - E façam uma reverência!
Harry e Draco mal inclinaram as cabeças, Neville e Justino quase bateram a cabeça uma na outra.
- Preparar as varinha! - gritou Lockhart. - Quando eu contar três, lancem seus feitiços para desarmar os oponentes, apenas para desarmá-los, não queremos acidentes, um... dois... três...
Harry ergueu a varinha bem alto, mas Draco começara no "dois": seu feitiço atingiu Harry com tanta força que parecia que ele levara uma frigideirada na cabeça. Ele cambaleou, mas tudo parecia estar em ordem, e, sem perder mais tempo, Harry apontou a varinha direto para Draco e gritou.
- Rictusempra! 
Um jorro de luz prateada atingiu Draco no estômago e ele se dobrou, com dificuldade de respirar.
- Eu disse desarmar apenas! - gritou Lockhart assustado por cima das cabeças dos combatentes, quando Draco caiu de joelhos; Harry o golpeara com o Feitiço das Cócegas, e ele mal conseguia se mexer de tanto rir. Harry recuou, com a vaga impressão de que seria pouco esportivo enfeitiçar Draco ainda no chão, mais isso foi um erro; tomando fôlego, Draco apontou a varinha para os joelhos de Harry, e disse engasgado: "Tarantallegra!", e no segundo seguinte as pernas de Harry começaram a sacudir descontroladas numa espécie de marcha rápida.
- Parem! Parem! - berrou Lockhart, mas Snape assumiu o controle.
- Finite Incantatem! - gritou ele; os pés de Harry pararam de dançar. Draco parou de rir e eles puderam erguer a cabeça.
Uma névoa de fumaça verde pairava sobre a cena. Neville e Justino (que Yasmin só tinha percebido agora) estavam caídos no chão, ofegantes; Rony estava segurando um Simas branco feito papel, pedindo desculpas pelo que sua varinha quebrada pudesse ter feito; mas Hermione e Emília Bulstrode ainda lutavam; Emília dera uma chave de cabeça em Hermione, que choramingava de dor; as varinhas das duas jaziam esquecidas no chão. Harry deu um salto à frente e fez Emília soltar Hermione. Foi difícil: a garota era muito maior do que ele.
Ai, ai-ai, ai-ai - exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o resultado das lutas. - Levante, Macmillan... Cuidado, Miss Fawcett... Aperte com força, vai parar de sangrar em um segundo, Boot...
"Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis", disse Lockhart, parando no meio do salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros brilhavam, e desviou rápido o seu olhar. " Vamos arranjar um par voluntário, Longbottom e Finch-Fletchley, que tal vocês..."
- Uma má idéia, Prof. Lockhart - disse Snape, deslizando até ele como um enorme morcego malévolo. - Longbottom causa devastação até com o feitiço mais simples. Vamos ter que mandar o que sobrar de Finch-Fletchley para a ala hospitalar em uma caixa de fósforos. - O rosto redondo e rosado de Neville ficou ainda mais rosado. - Que tal Malfoy e Potter? - sugeriu Snape com um sorriso enviesado.
- Ótima idéia! - disse Lockhart, fazendo um gesto para Harry e Draco irem para o meio do salão em quanto os demais alunos se afastavam para lhes dar espaço.
- Agora, Harry - disse Lockhart. - Quando Graco apontar a varinha para você, você faz isto.
Ele ergueu a própria varinha, tentou um complicado floreiro e deixou-a cair. Snape abriu um sorriso quando Lockhart a apanhou depressa, dizendo:
- Epa, minha varinha está um tanto excitada demais...
Snape aproximou-se de Draco, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto riu também. Harry ergueu os olhos, nervoso,para Lockhart e disse:
- Professor, podia me mostrar outra vez como se bloqueia?
- Apavorado? - murmurou Draco, falando baixo para Lockhart não poder ouvi-lo.
- Querias! - respondeu Harry pelo canto da boca.
Lockhart deu uma palmada bem-humorada no ombro de Harry.
- Faça exatamente como fiz, Harry!
- O quê, deixar cair a varinha?
Mas Lockhart não estava mais escutando.
- Três... dois... um... agora! - gritou ele.
Draco ergueu a varinha depressa e berrou:
- Serpensortia! 
A ponta de sua varinha explodiu. Harry observou, perplexo, uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre os dois e se ergueu, pronta para atacar. Os alunos gritaram recuando rapidamente, abrindo espaço.
- Não se mexa, Potter - disse Snape tranquilamente, sentindo visível prazer de ver Harry parado imóvel, cara a cara com a cobra irritada. - Vou dar um fim nela...
- Permita-me! - gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto para Justino e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o bote.
Harry andou para perto da cobra. Abriu a boca e um som estranho, parecido com o de uma cobra saiu dos seus lábios. Logo em seguida, a cobra desabou no chão, dócil como uma mangueira grossa e preta de jardim, seus olhos agora em Harry. 
Harry olhou para Justino, sorrindo, esperando o colega parecer aliviado, intrigado ou até grato - mas certamente não zangado nem apavorado.
- De que é que você acha que está brincando? - gritou, e antes que Harry pudesse responder alguma coisa, Justino  virou-lhe as costas e saiu do salão enfurecido.
Snape se adiantou, acenou a varinha e a cobra desapareceu com uma pequena baforada de fumaça preta. Cochichos percorriam o salão. Os alunos estavam intrigados com o que acontecera. Mas Yasmin sabia que Harry tinha falado com a cobra, pedindo que não atacasse Justino. Pelo menos era isso que parecia ter acontecido. Percebeu também que Harry era um ofidioglota.
Rony rapidamente tirou Harry do salão.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

                                     - Capitulo oito -
                            O primeiro aluno é petrificado


Madame Promfey não ficou nada satisfeita.
- Você deveria ter vindo me procurar diretamente! - dizia furiosa, erguendo a lamantável sobra do que fora, maia hora antes, um braço útil. - Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...
- A senhora vai conseguir, não é? - perguntou Harry desesperado.
- Claro que vou, mas vai ser doloroso - disse Madame Pomfrey sombriamente, atirando um pijama para Harry. - Você vai ter que passar a noite...
Hermione e Yasmin (invisivel é claro) esparavam do outro lado da cortina que fora fechada em torno da cama de Harry, enquanto Rony o ajudava a vestir o pijama. Levou algum tempo para enfiar na manga o braço mole e sem ossos.
- Como é que você consegue defender o Lockhart agora, Hermione, hein? - Rony perguntou através da cortina enquanto puxava os dedos inertes de Harry pelo punho da manga. - Se Harry quisesse ser desossado ele teria pedido.
- Qualquer um pode se enganar - respondeu Hermione - E não está doendo mais, está Harry?
- Não - disse Harry, entrando na cama. - Mas também não faz mais nada.
Quando ele se deitou, o braço balançou molemente.
Hermione e Madame Pomfrey deram a volta à cortina. Madame Pomfrey vinha segurando um garrafão de alguma coisa rotulada Esquelesce.
- Você vai enfrentar uma noite difícil - disse, servindo um copo grande de boca larga e fumegante e entregando-o a Harry. - Fazer ossos crecerem de novo é uma coisa complicada.
O líquido pareceu ser orrivel. Harry tossiu e gospiu o líquido com uma careta. Ainda lamentando os esportes perigosos e os professores ineptos, Madame Pomfrey se retirou, deixando Rony e Hermione ajudarem Harry a engolir um pouco de água.
- Mas ganhamos - disse Rony, um grande sorriso se abrindo no rosto. - Foi uma captura e tanto a que você fez. A cara do Malfoy... ele parecia que ia matar alguém...
- Eu queria saber como foi que ele alterou aquele balaço - disse Hermione sombriamente.
- Podemos acrescentar mais esta à lista de perguntas que vamos fazer a ele quando tomarmos a Poção Polissuco - disse Harry deixando-se afundar nos travesseiros. - Espero que tenha um gosto melhor do que esta coisa...
A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Harry.
- Incrível aquele vôo, Harry - disse Jorge. - Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz.
Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Harry e davam inicio ao que prometia ser uma festança, quando Madame Promfrey apareceu como um tufão, gritando:
- Esse menino precissa de descanso, precisa fazer crescer trinta e três ossos! Fora! FORA!
E todos sairam, todos menos Yasmin que continuou invisivel e sentou-se na cama ao lado da de Harry, decidida a ficar ali até que Harry melhora-se.

Yasmin ficou a noite inteira acordada, com medo que Harry sai-se e se machuca-se novamente.
Harry acordou no meio da noite um tanto confuso. Yasmin percebeu que alguém estava passando uma esponja na testa de Harry.
- Fora daqui! - gritou Harry alto e em seguida - Dobby!
Um elfo domestico usando o que parecia ser uma fronha estava em cima da cama de Harry. Uma lágrima solitária escorria pelo seu nariz longo e fino.
- Harry Potter voltou para a escola - murmurou ele infeliz. - Dobby avisou e tornou a avisar Harry Potter. Ah, meu senhor, por que não prestou atenção en Dobby? Por que Harry Potter não voltou para casa quando perdeu o trem?
Harry se ergueu, poiando-se nos travesseiros e empurrou para longe a esponja de Dobby.
- Que é que você está fazendo aqui? - perguntou. - E como sabe que perdi o trem?
O lábio de Dobby tremeu, e Harry foi assaltado por uma repentina suspeita.
- Foi você! - disse lentamente. - Você impediu a barreira de nos deixar passar!
- Com certeza, meu senhor - Dobby confirmou vigorosamente com a cabeça, as orelhas abanando. - Dobby se escondeu e esperou Harry Potter e selou o portão, e Dobby teve que passar as mãos ao ferro depois - mostrou a Harry os dez dedos compridos enfaixados -, mas Dobby não se importou, meu senhor, por que pensou que Harry Potter estava seguro, e Dobby nunca sonhou que Harry Potter fosse chegar à escola por outro meio!
O elfo se balançava para frente e para trás, sacudindo a cabeça.
- Dobby ficou tão chocado quando soube que Harry Potter tinha voltado a Hogwarts que deixou o jantar de seu dono queimar! Dobby nunca foi tão açoitado, meu senhor...
Harry afundou de volta nos travesseiros.
- Você quase fez com que Rony e eu fôssemos expulsos - disse furioso. - É melhor desaparecer antes que os meus ossos voltem, Dobby, ou eu ainda estrangulo você.
Dobby deu um leve sorriso.
- Dobby está acostumado com ameaças de morte, meu senhor. Em casa, Dobby as recebe cinco vezes por dia.
O elfo assoou o nariz numa ponta da fronha imunda que usava.
- Por que você usa isso Dobby? - perguntou Harry curioso.
- Isso, meu senhor? - disse Dobby, puxando a fronha. - Isto é a marca de escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Dobby só pode ser libertado se seus donos o presentearem com roupas, meu senhor. A família toma cuidado para não passar a Dobbynem mesmo uma meia, meu senhor, se não ele fica livre para deixar a casa para sempre.
Dobby enxugou os olhos saltados e disse de repente:
- Harry Potter precisa ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...
- O seu balaço? - disse Harry. - Que é que você quer dizer com seu balaço? Você fez aquele balaço tentar me matar?
- Não matar, meu senhor, nunca mata-lo! - disse Dobby, chocado. - Dobby quer salvar a vida de Harry Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que Harry Potter se machucasse o bastante para ser mandado para casa!
- Só isso? - exclamou Harry furioso. - Suponho que você  não vai me contar por que queria me mandar para casa aos pedaços?
- Ah, se ao menos Harry Potter soubesse! - gemeu Dobby, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. - Se ele soubesse o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nós escória do mundo mágico! Dobby se lembra de como era quando Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meu senhor! Nós elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meu senhor! - admitiu, enxugando o rosto na fronha. - Mas em geral, meu senhor, a vida melhorou para gente como eu desde queo senhor venceu Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lord das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terriveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...
Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Harry sobre a mesa-se-cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando: "Dobby ruim, Dobby muito ruim..."
- Então há uma Câmara Secreta! - sussurou Harry. - E... você está me dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby?
Ele agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água. - Mas eu não nasci trouxa, como posso estar ameaçado pela Câmara?
- Ah, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby - gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. - Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas Harry Potter não deve estar aqui quando aontecerem, vá para casa, Harry Potter, vá para casa. Harry Potter não deve se meter nisso, meu senhor, é perigoso demais...
- Quem é, Dobby? - perguntou Harry, mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água. - Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez?
- Dobby não pode, meu senhor, Dobby naõ pode, Dobby não deve falar! - guinchou o elfo. - Vá para casa, Harry Potter, vá para casa!
- Eu não vou a lugar nenhum! - respondeu Harry com ferocidade. - Uma das minhas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...
- Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! - gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. - Tão nobre! Tão valente! Mas ele precisa se salvar, deve, Harry Potter, não deve...
Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Havia ruído de passos no corredor.
- Dobby tem que ir! - suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Harry subitamente não estava segurando mais nada. Ele tornou a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.
No momento seguinte, Dumbledore entrou de costas no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estatua. A Prof. McGonagall apareceu um segundo depois, carregando os pés. Juntos, eles depositaram a carga sobre a cama.
Era Collin, ele estava aparentemente petrificado.
- Chame Madame Pomfrey - sussurrou Dumbledore, e a Profª McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry. Harry ficou deitado muito quieto fingindo que dormia. A Profª McGonagall reapareceu, seguida de perto por Madame Pomfrey, que vestia um casaquinho por cima da camisola.
- Que aconteceu? - cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estatua de Colin na cama.
- Mais um ataque - respondeu Dumbledore. - Minerva encontrou-o na escada.
- Havia um cacho de uvas ao lado dele - disse a professora. - Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar Potter.
Ao ouvir isso, Harry se ergueu alguns centímetros para poder ver a estatua na cama.
- Petrificado? - sussurrou Madame Pomfrey.
- Está - respondeu a Profª McGonagall. - Mas estremeço de pensar... Se Alvo não estivesse descendo para tomar um chocolate quente... quem sabe o que poderia...
Os três contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.
- Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? - perguntou a professora, ansiosa.
Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.
- Meu Deus! - exclamou Madame Pomfrey.
Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Yasmin sentiu o cheiro acre do plástico queimado.
- Derretidas - disse Madame Pomfrey pensativa. - Todas derretidas...
- O que significa isto, Alvo? - perguntou pressurosa a Profª McGonagall.
- Significa que de fato a Câmara Secreta foi aberta.
Madame Promfrey levou a mão à boca. McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore.
- Mas, Alvo... com certeza... quem?
- A pergunta não é quem - disse Dumbledore, com os olhos postos em Colin. - A pergunta é, como...

sábado, 10 de setembro de 2011

 - Capitulo sete -
O balaço errante

Desde o desastroso episódio com os diabretes, o Prof. Lockhart não trouxera mais seres vivos para a aula. Em vez disso, lia trechos dos seus livros para os alunos, e, por vezes, dramatizava algumas passagens mais pitorescas. Em geral ele escolhia Harry para ajudá-lo nessas dramatizações; até aquele momento o garoto fora obrigado a representar um camponês simplório da Transilvânia, de quem Lockhart curara um feitiço de gagueira, iéti com um resfriado na cabeça e um vampiro que se tornara incapaz de comer outra coisa a não ser alface, depois que Lockhart dera um jeito nele.
Harry foi chamado à frente da classe na aula seguinte de Defesa contra as Artes das Trevas, desta vez para representar um lobisomem.
- Um belo uivo, Harry, exato, e então, queiram acreditar, eu saltei sobre ele, assim, joguei-o contra a porta, assim, consegui contê-lo com uma das mãos, com a outra apontei a varinha para o pescoço dele, e então reuni toda a força que me restava e lancei o Feitiço Homorfo, muitíssimo complicado, e ele soltou um gemido de dar pena... vamos, Harry, mais alto, bom, o pêlo dele desapareceu, as presas encurtaram, e ele voltou a virar homem. Simples, mas eficiente, e mais uma aldeia que se lembrará de mim para sempre como o herói que os salvou do terror mensal dos ataques de lobisomem.
A sineta tocou e Lockhart ficou em pé.
- Dever de casa... compor um poema sobre a minha vitória sobre o lobisomem de Wagga Wagga! Exemplares autografados de O meu eu mágico para o autor do melhor trabalho!
Os alunos começaram a sair. Yasmin viu Harry, Rony e Hermione no fundo da sala. Passou por eles e ouviu Hermione dizer:
- Espere até todos saírem - pediu Hermione nervosa. - Certo...
Yasmin fingiu que saiu da sala e ficou invisível. Seguiu os três até a mesa de Lockhart.
- Ah... Prof. Lockhart? - gaguejou Hermione. - Eu queria... retirar este livro da biblioteca. Só para ter uma idéia geral do assunto. - Ela estendeu o papelzinho, a mão ligeiramente trêmula. - Mas o problema é que ele é guardado na Seção Reservada da biblioteca, então preciso que um professor autorize, tenho certeza de que o livro me ajudaria a entender o que o senhor diz em Como se divertir com vampiros sobre os venenos de ação retardada...
- Ah, Como se divertir com vampiros! - exclamou Lockhart apanhando o papelzinho de Hermione e lhe dando um grande sorriso. - Possivelmente é o livro de que mais gosto. Você gostou?
- Gostei - disse Hermione depressa. - Muito esperto o modo com que o senhor apanhou aquele último, com o coador de chá...
- Bem tenho certeza de que ninguém vai se importar que eu dê a melhor aluna do ano uma ajudinha extra - disse Lockhart calorosamente, e puxou uma enorme pena de pavão. - Bonita, não é? - disse ele, interpretando mal a expressão de indignação no rosto de Rony. - Em geral eu a uso para autografar livros.
Ele rabiscou uma enorme assinatura cheia de floreios no papel e devolveu-o a Hermione.
- Então Harry - disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com os dedos nervosos e o guardava na mochila. - Creio que amanhã é a primeira partida de quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador. Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradição das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessoal, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes...
Harry fez um barulhinho discreto na garganta saiu correndo atrás de Rony e Hermione.
Yasmin saiu correndo atrás dele, mas só conseguiu encontrá-lo na biblioteca, já falando com Madame Pince. Madame Pince desapareceu silenciosamente entre as estantes altas e voltou vários minutos depois trazendo um livro grande de aparência mofada. Hermione guardou-o cuidadosamente na mochila e os três foram embora, procurando não andar demasiado rápido nem parecer muito culpados.
Foram até o segundo andar, e entraram no banheiro de Murta. Murta chorava alto no seu box, mas eles não lhe prestavam atenção nem a fantasma aos garotos.
Hermione abriu um livro chamado Poções muy potentes, e os três debruçaram sobre as páginas manchadas de umidade. Era claro, ao primeiro olhar, a razão por que o livro pertencia à Seção Reservada. Algumas das poções produzia, efeitos medonhos demais só de se imaginar, e havia algumas ilustrações muito impressionantes, que incluíam um homem que parecia ter virado do avesso e uma bruxa com vários pares de braço que saíam da cabeça.
- Aqui - exclamou, excitada, ao encontrar a página intitulada A poção Polissuco. Estava decorada com desenhos de pessoas a meio caminho de se transformarem em outras.
- Esta é a poção mais complicada que já vi - disse Hermione quando examinavam a receita. - Hemeróbios, sanguessugas, descurainia e sanguinária - murmurou ela, correndo o dedo pela lista de ingredientes. - Bem, esses são bem fáceis, estão no armário dos alunos, podemos tirar o que precisarmos... Ih, olhem só isso, pó de chifre de bicórnio, não sei onde vamos arranjar isso... pele de ararambóia picada, essa vai ser uma fria também... e, é claro, um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar.
- Dá para repetir isso? - pediu Rony ríspido. - Que é que você quer dizer com um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar? Não vou tomar nada que tenha unhas do pé de Crabbe dentro...
Hermione continuou como se não tivesse ouvido o amigo.
- Ainda não temos que nos preocupar com isso, porque os pedacinhos só entram no fim...
Rony virou-se, sem falar, para Harry, que tinha outra preocupação.
- Você percebe quanta coisa vamos ter que roubar, Hermione? Pele de ararambóia picada, decididamente não está no armário dos alunos. Que vamos fazer, assaltar o estoque particular de Snape? Não sei se é uma boa idéia...
Hermione fechou o livro com força.
- Bem, se vocês dois vão amarelar, ótimo - Seu rosto se malhara de vermelho vivo e os olhos cintilavam mais do que o normal. - Eu não quero desrespeitar o regulamento, vocês sabem muito bem. Acho ameaçar gente que nasceu trouxa é muito mais sério do que preparar uma poção difícil. Mas se vocês não querem descobrir se é o Draco, eu vou direto à Madame Pince agora mesmo e devolvo o livro, e...
- Eu nunca pensei que veria o dia em que você nos convenceria a desrespeitar o regulamento - disse Rony. - Muito bem, nós topamos. Mas unhas dos pés não, está bem?
- E quanto tempo vai levar para preparar a poção? - perguntou Harry, de cara feliz, quando Hermione reabriu o livro.
- Bom, uma vez que a descurainia tem que ser colhida na lua cheia e os hemeróbios precisam cozinhar durante vinte e um dias... eu diria que vai levar mais ou menos um mês para ficar pronta, se conseguirmos todos os ingredientes.
- Um mês? - exclamou Rony. - Até lá, Draco poderia atacar metade dos nascidos trouxas na escola! - Mas os olhos de Hermione tornaram a se estreitar perigosamente e ela acrescentou depressa:
- Mas é o melhor plano que temos, portanto, vamos tocar para frente a todo vapor!
No entanto, quando Hermione foi verificar se a barra estava limpa para eles saírem do banheiro, Rony cochichou para Harry:
- Daria muito menos trabalho se você simplesmente derrubasse Draco da vassoura amanhã.

O jogo entre Sonserina e Grifinória estava noventa a trinta para a Sonserina. Tudo estava normal, até que de repente um balaço começou a seguir Harry. Harry tentou fugir, mas foi impedido por Draco, que não percebeu que o pomo de ouro estava a seu lado. Os dois correram atrás do pomo e sumiram de baixo das arquibancadas. Demorou um pouco para um dos dois aparecer, mas Draco, não se sabe como, foi jogado da vassoura. Depois Harry saiu de baixo das arquibancadas seguindo o pomo, foi quando quase conseguiu pega-lo que o balaço atingiu seu cotovelo. Ele caiu. Ele conseguira apanhar o pomo, mas acabou desmaiando. Instante depois voltou a si. Viu que Lockhart estava parado a seu lado e disse:
- Ah, o senhor, não - gemeu.
- Ele não sabe o que está dizendo - falou Lockhart em voz alta para o  ajuntamento de alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os dois. - Não se preocupe, Harry. Já vou endireitar o seu braço.
- Não! - exclamou Harry. - Vou ficar com ele assim, obrigado...
O garoto tentou se sentar, mas não conseguiu. Foi ouvido o som de um clique ali por perto.
- Não quero uma foto deste momento, Colin - disse Harry em voz alta.
- Deite-se, Harry - mandou Lockhart acalmando-o. - É um feitiço muito simples que já usei muitíssimas vezes...
- Por que não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? - disse Harry com os dentes cerrados.
- Ele devia mesmo, professor - disse um enlameado Wood, que não pôde deixar de sorrir mesmo com seu apanhador machucado. - Grande captura, Harry, realmente espetacular, a melhor que já fez, eu diria...
Fred e Jorge lutavam para enfiar o balaço errante numa caixa. A bola continuava a resistir ferozmente.
Lockhart tentou consertar o braço de Harry com um feitiço. Mas, não tinha conseguido consertar o braço de Harry, e sim tirar os ossos de seu braço.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

                                     - Capitulo seis -
                            A lenda da Câmara Secreta



A aula de História da Magia estava como sempre. Nada de emocionante acontecia. O Prof. Binns abriu seus apontamentos e começou a ler num tom monótono como um aspirador de pó velho, até que quase todos os alunos na sala caíram num estupor profundo, de que emergiam ocasionalmente o tempo suficiente de copiar um nome ou uma data e, em seguida, tornar a adormecer. Estava falando havia meia hora quando aconteceu uma coisa que nunca acontecera antes. Hermione levantou a mão.
O Prof. Binns ergueu os olhos no meio de um discurso mortalmente maçante sobre a Convenção Internacional de Bruxos de 1289 e fez uma cara de surpresa.
- Senhorita... ah...?
- Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta - pediu Hermione com voz clara.
Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe; a cabeça de Lilá Brown deitada sobre os braços se ergueu e o cotovelo de Neville escorregou da carteira.
O Prof. Binns pestanejou.
- Minha matéria é História da Magia - disse ele naquela voz seca e asmática. - Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem lendas. - Ele pigarreou fazendo um barulhinho como o de um giz que se parte e continuou. - Em setembro daquele ano, um subcomitê de bruxos sardos...
O professor gaguejou antes de parar. A mão de Hermione estava outra vez no ar.
- Srta. Grant?
- Por favor, professor, as lendas não se baseiam sempre em fatos?
O Prof. Binns olhou-a com tal espanto, que parecia que nenhum aluno, vivo ou morto, jamais o interrompera antes.
- Bem - disse o Prof. Binns lentamente -, é um argumento válido, suponho. - Ele estudou Hermione como se nunca antes tivesse olhado direito para um aluno. - Contudo, a lenda de que a senhorita fala é tão sensacionalista e até tão absurda que...
A classe inteira ficou pendurada em cada palavra que o professor dizia. Ele correu um olhar míope por todos, rosto por rosto virado em sua direção. Ele estava completamente desconcertado por aquela manifestação incomum de interesse.
- Ah, muito bem - disse vagarosamente. - Vejamos... a Câmara Secreta...
"Os senhores todos sabem, é claro, que Hogwarts foi fundada há mais de mil anos... a data exata é incerta... pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época. As quatro casas da escola foram batizadas em homenagem a eles: Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Eles contraíram este castelo juntos, longe dos olhares curiosos dos trouxas, porque era uma época em que a magia era temida pelas pessoas comuns, e os bruxos e bruxas sofriam muitas perseguições."
Ele fez uma pausa, percorreu a sala com os olhos lacrimejantes e continuou:
- Durante alguns anos, os fundadores trabalharam juntos, em harmonia, procurando jovens que revelassem sinais de talento em magia e trazendo-os para sempre educados no castelo. Mas então surgiram os desentendimentos. Ocorreu uma cisão entre Slytherin e os outros. Slytherin queria ser mais seletivo com relação aos estudantes admitidos. Ele acreditava que o aprendizado de magia devia ser mantido o âmbito das famílias inteiramente mágicas. Desagradava-lhe admitir alunos de pais trouxas, pois os achava pouco dignos de confiança. Passado algum tempo houve uma séria discussão sobre o assunto entre Slytherin e Gryffindor, e Slytherin abandonou a escola.
O Prof. Binns parou de novo, contraindo os lábios, parecendo uma velha tartaruga enrugada.
- É o que nos contam as fontes históricas confiáveis. Mas estes fatos honestos foram obscurecidos pela lenda fantasiosa da Câmara Secreta. Segundo ela, Slytherin construiu uma câmara secreta no castelo, da qual os outros nada sabiam.
"Slytherin teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que seu legítimo herdeiro chegasse à escola. Somente o herdeiro seria capaz de abrir a Câmara Secreta, libertar o horror que ela encerrava e usá-lo para expurgar a escola de todos que não fossem dignos de estudar magia."
Fez-se silêncio quando ele acabou de contar a história, mas não foi o de sempre, o silêncio modorrento que dominava as aulas do Prof. Binns. Havia no ar um certo constrangimento enquanto todos continuavam a olhá-lo, esperando mais. O Prof. Binns fez um ar ligeiramente aborrecido.
- A história inteira é um perfeito absurdo, é claro. Naturalmente, a escola foi revistada à procura de provas de existência dessa câmara, muitas vezes, pelos bruxos e bruxas mais cultos. Ela não existe. Uma história contada para assustar os crédulos.
A mão de Hermione voltou a se erguer.
- Professor... o que foi exatamente que o senhor quis dizer com "o horror que a câmara encerra"?
- Acredita-se que haja algum tipo de monstro, que somente o herdeiro de Slytherin pode controlar - respondeu o Prof. Binns com sua voz seca e esganiçada.
Os alunos trocaram olhares nervosos.
- Afirmo que a coisa não existe - disse ele folheando suas anotações. - Não há Câmara alguma e monstro algum.
- Mas, professor - perguntou Simas Finnigan -, se a Câmara só pode ser aberta pelo verdadeiro herdeiro de Slytherin, ninguém mais seria capaz de encontrá-la, não é?
- Bobagem, O'Flaherty - disse o Prof. Binns, num tom irritado. - Se uma longa sucessão de diretores e diretoras de Hogwarts não encontraram a coisa...
- Mas, professor - ouviu-se a voz fina de Parvati Patil -, a pessoa provavelmente terá de usar Magia Negra para abri-la...
- Só porque um bruxo não usa Magia Negra não significa que não possa, senhorita Pennyfeather - retrucou o Prof. Binns. - Eu repito, se uma pessoa como Dumbledore...
- Mas talvez a pessoa tenha de ser parente de Slytherin, por isso Dumbledore não poderia... - começou Dino Thomas, mas para o professor aquilo já era demais.
- Basta - disse com rispidez. - É um mito! Não existe! Não há a mínima prova de que Slytherin tenha algum dia construído sequer um armário secreto de vassouras! Arrependo-me de ter contado aos senhores uma história tão tola. Vamos voltar, façam-me o favor, à história, aos fatos sólidos, críveis e verificáveis!
E em cinco minutos a classe voltara a mergulhar em seu torpor habitual.   

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