sexta-feira, 30 de setembro de 2011

                                     - Capitulo oito -
                            O primeiro aluno é petrificado


Madame Promfey não ficou nada satisfeita.
- Você deveria ter vindo me procurar diretamente! - dizia furiosa, erguendo a lamantável sobra do que fora, maia hora antes, um braço útil. - Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...
- A senhora vai conseguir, não é? - perguntou Harry desesperado.
- Claro que vou, mas vai ser doloroso - disse Madame Pomfrey sombriamente, atirando um pijama para Harry. - Você vai ter que passar a noite...
Hermione e Yasmin (invisivel é claro) esparavam do outro lado da cortina que fora fechada em torno da cama de Harry, enquanto Rony o ajudava a vestir o pijama. Levou algum tempo para enfiar na manga o braço mole e sem ossos.
- Como é que você consegue defender o Lockhart agora, Hermione, hein? - Rony perguntou através da cortina enquanto puxava os dedos inertes de Harry pelo punho da manga. - Se Harry quisesse ser desossado ele teria pedido.
- Qualquer um pode se enganar - respondeu Hermione - E não está doendo mais, está Harry?
- Não - disse Harry, entrando na cama. - Mas também não faz mais nada.
Quando ele se deitou, o braço balançou molemente.
Hermione e Madame Pomfrey deram a volta à cortina. Madame Pomfrey vinha segurando um garrafão de alguma coisa rotulada Esquelesce.
- Você vai enfrentar uma noite difícil - disse, servindo um copo grande de boca larga e fumegante e entregando-o a Harry. - Fazer ossos crecerem de novo é uma coisa complicada.
O líquido pareceu ser orrivel. Harry tossiu e gospiu o líquido com uma careta. Ainda lamentando os esportes perigosos e os professores ineptos, Madame Pomfrey se retirou, deixando Rony e Hermione ajudarem Harry a engolir um pouco de água.
- Mas ganhamos - disse Rony, um grande sorriso se abrindo no rosto. - Foi uma captura e tanto a que você fez. A cara do Malfoy... ele parecia que ia matar alguém...
- Eu queria saber como foi que ele alterou aquele balaço - disse Hermione sombriamente.
- Podemos acrescentar mais esta à lista de perguntas que vamos fazer a ele quando tomarmos a Poção Polissuco - disse Harry deixando-se afundar nos travesseiros. - Espero que tenha um gosto melhor do que esta coisa...
A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Harry.
- Incrível aquele vôo, Harry - disse Jorge. - Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz.
Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Harry e davam inicio ao que prometia ser uma festança, quando Madame Promfrey apareceu como um tufão, gritando:
- Esse menino precissa de descanso, precisa fazer crescer trinta e três ossos! Fora! FORA!
E todos sairam, todos menos Yasmin que continuou invisivel e sentou-se na cama ao lado da de Harry, decidida a ficar ali até que Harry melhora-se.

Yasmin ficou a noite inteira acordada, com medo que Harry sai-se e se machuca-se novamente.
Harry acordou no meio da noite um tanto confuso. Yasmin percebeu que alguém estava passando uma esponja na testa de Harry.
- Fora daqui! - gritou Harry alto e em seguida - Dobby!
Um elfo domestico usando o que parecia ser uma fronha estava em cima da cama de Harry. Uma lágrima solitária escorria pelo seu nariz longo e fino.
- Harry Potter voltou para a escola - murmurou ele infeliz. - Dobby avisou e tornou a avisar Harry Potter. Ah, meu senhor, por que não prestou atenção en Dobby? Por que Harry Potter não voltou para casa quando perdeu o trem?
Harry se ergueu, poiando-se nos travesseiros e empurrou para longe a esponja de Dobby.
- Que é que você está fazendo aqui? - perguntou. - E como sabe que perdi o trem?
O lábio de Dobby tremeu, e Harry foi assaltado por uma repentina suspeita.
- Foi você! - disse lentamente. - Você impediu a barreira de nos deixar passar!
- Com certeza, meu senhor - Dobby confirmou vigorosamente com a cabeça, as orelhas abanando. - Dobby se escondeu e esperou Harry Potter e selou o portão, e Dobby teve que passar as mãos ao ferro depois - mostrou a Harry os dez dedos compridos enfaixados -, mas Dobby não se importou, meu senhor, por que pensou que Harry Potter estava seguro, e Dobby nunca sonhou que Harry Potter fosse chegar à escola por outro meio!
O elfo se balançava para frente e para trás, sacudindo a cabeça.
- Dobby ficou tão chocado quando soube que Harry Potter tinha voltado a Hogwarts que deixou o jantar de seu dono queimar! Dobby nunca foi tão açoitado, meu senhor...
Harry afundou de volta nos travesseiros.
- Você quase fez com que Rony e eu fôssemos expulsos - disse furioso. - É melhor desaparecer antes que os meus ossos voltem, Dobby, ou eu ainda estrangulo você.
Dobby deu um leve sorriso.
- Dobby está acostumado com ameaças de morte, meu senhor. Em casa, Dobby as recebe cinco vezes por dia.
O elfo assoou o nariz numa ponta da fronha imunda que usava.
- Por que você usa isso Dobby? - perguntou Harry curioso.
- Isso, meu senhor? - disse Dobby, puxando a fronha. - Isto é a marca de escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Dobby só pode ser libertado se seus donos o presentearem com roupas, meu senhor. A família toma cuidado para não passar a Dobbynem mesmo uma meia, meu senhor, se não ele fica livre para deixar a casa para sempre.
Dobby enxugou os olhos saltados e disse de repente:
- Harry Potter precisa ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...
- O seu balaço? - disse Harry. - Que é que você quer dizer com seu balaço? Você fez aquele balaço tentar me matar?
- Não matar, meu senhor, nunca mata-lo! - disse Dobby, chocado. - Dobby quer salvar a vida de Harry Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que Harry Potter se machucasse o bastante para ser mandado para casa!
- Só isso? - exclamou Harry furioso. - Suponho que você  não vai me contar por que queria me mandar para casa aos pedaços?
- Ah, se ao menos Harry Potter soubesse! - gemeu Dobby, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. - Se ele soubesse o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nós escória do mundo mágico! Dobby se lembra de como era quando Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meu senhor! Nós elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meu senhor! - admitiu, enxugando o rosto na fronha. - Mas em geral, meu senhor, a vida melhorou para gente como eu desde queo senhor venceu Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lord das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terriveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...
Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Harry sobre a mesa-se-cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando: "Dobby ruim, Dobby muito ruim..."
- Então há uma Câmara Secreta! - sussurou Harry. - E... você está me dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby?
Ele agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água. - Mas eu não nasci trouxa, como posso estar ameaçado pela Câmara?
- Ah, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby - gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. - Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas Harry Potter não deve estar aqui quando aontecerem, vá para casa, Harry Potter, vá para casa. Harry Potter não deve se meter nisso, meu senhor, é perigoso demais...
- Quem é, Dobby? - perguntou Harry, mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água. - Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez?
- Dobby não pode, meu senhor, Dobby naõ pode, Dobby não deve falar! - guinchou o elfo. - Vá para casa, Harry Potter, vá para casa!
- Eu não vou a lugar nenhum! - respondeu Harry com ferocidade. - Uma das minhas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...
- Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! - gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. - Tão nobre! Tão valente! Mas ele precisa se salvar, deve, Harry Potter, não deve...
Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Havia ruído de passos no corredor.
- Dobby tem que ir! - suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Harry subitamente não estava segurando mais nada. Ele tornou a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.
No momento seguinte, Dumbledore entrou de costas no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estatua. A Prof. McGonagall apareceu um segundo depois, carregando os pés. Juntos, eles depositaram a carga sobre a cama.
Era Collin, ele estava aparentemente petrificado.
- Chame Madame Pomfrey - sussurrou Dumbledore, e a Profª McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry. Harry ficou deitado muito quieto fingindo que dormia. A Profª McGonagall reapareceu, seguida de perto por Madame Pomfrey, que vestia um casaquinho por cima da camisola.
- Que aconteceu? - cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estatua de Colin na cama.
- Mais um ataque - respondeu Dumbledore. - Minerva encontrou-o na escada.
- Havia um cacho de uvas ao lado dele - disse a professora. - Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar Potter.
Ao ouvir isso, Harry se ergueu alguns centímetros para poder ver a estatua na cama.
- Petrificado? - sussurrou Madame Pomfrey.
- Está - respondeu a Profª McGonagall. - Mas estremeço de pensar... Se Alvo não estivesse descendo para tomar um chocolate quente... quem sabe o que poderia...
Os três contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.
- Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? - perguntou a professora, ansiosa.
Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.
- Meu Deus! - exclamou Madame Pomfrey.
Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Yasmin sentiu o cheiro acre do plástico queimado.
- Derretidas - disse Madame Pomfrey pensativa. - Todas derretidas...
- O que significa isto, Alvo? - perguntou pressurosa a Profª McGonagall.
- Significa que de fato a Câmara Secreta foi aberta.
Madame Promfrey levou a mão à boca. McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore.
- Mas, Alvo... com certeza... quem?
- A pergunta não é quem - disse Dumbledore, com os olhos postos em Colin. - A pergunta é, como...

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